27 novembro 2022

Reforço do Sporting ganhava...385 euros. Presidente do Rosario Central arrasado. Veja o recibo de vencimento e a carta da família Tanlongo

O processo está fechado no Sporting mas continua a fazer correr muita tinta na Argentina. Depois de uma conferência de imprensa do presidente interino do Rosario Central que colocou em causa o comportamento de Mateo Tanlongo durante as conversas que resultaram na saída do jogador para o Sporting a custo zero, este domingo foi a vez da família do médio reagir às acusações através de um comunicado que arrasa Ricardo Carloni.
O documento, partilhado nas redes sociais pelo pai de ‘Toto’, Fabián, explica com detalhe todos os momentos de um processo que já se arrastava há meses, revela que o filho ganhava apenas 385 euros por mês no clube argentino e diz que Ricardo Carloni só acordou para o facto de Tanlongo estar em final de contrato nos últimos meses, depois de ser alertado nesse sentido pelo técnico Carlos Tévez, que nunca o retirou da equipa.
Fabián Tanlongo pormenoriza igualmente uma proposta conjunta do Sporting, da família de Tanlongo e da Stellar para compensar o Rosario Central, oferta que foi recusada pelo emblema 'canalla'.
Tanlongo termina contrato com o Rosario Central a 31 de dezembro e já não deve voltar à Argentina para cumprir o mês em falta, por receio de represálias dos adeptos. O centro-campista será reforço do Sporting a partir de 1 de janeiro, com contrato válido por 5 épocas, até 2027, e cláusula de 60 milhões de euros.

Leia abaixo na íntegra a carta da família Tanlongo 

"A todos os sócios, adeptos e simpatizantes do Club Atlético Rosario Central.

Como é do conhecimento público, atento às contínuas declarações feitas pelos membros da direção do Rosario Central e, principalmente, pelo seu presidente, que me atacou a mim e à minha família de forma maldosa, sinto-me obrigado a fazer a seguinte declaração:

Em primeiro lugar, como qualquer pai faria, tentei representar da melhor forma os direitos do meu filho Mateo, mas sempre respeitando o clube que o formou e do qual somos adeptos. Nunca quisemos uma saída como a que tenta fazer crer o Sr. Carloni, o qual, com os contínuos ataques que nos dirige, só tem procurado chegar às próximas eleições do clube da melhor forma possível, querendo passar uma imagem fictícia, já que o futuro do clube demonstra a sua (in)capacidade no cargo.

Conforme pude constatar na sua conferência de imprensa no dia 25/11/22, ele mais uma vez demonstrou o seu desconhecimento dos aspetos legais e regulamentares, tanto a nível nacional como ao nível da FIFA, pretendendo escamotear a sua responsabilidade com a ignorância do que todos temos conhecimento.

Ele falhou em dizer a verdade sobre tudo o que aconteceu até agora e, principalmente, nas últimas semanas, tentando confundir os adeptos do Central, procurando um ‘inimigo’ apenas para desviar a atenção do que é verdadeiramente importante, que não é nada mais do que a triste realidade que vive hoje um clube tão importante como o Rosario Central.

O meu filho Mateo ganha 66 mil pesos por mês [cerca de 385 euros] e o clube está em dívida com ele há meses. É escusado dizer, como disse o Sr. Carloni, que é um contrato baixo porque foi assinado há dois anos e meio, nem que, sendo ele menor de 18 anos quando assinou, só o poderia fazer no máximo até três anos, pelos regulamentos. Porque este é mais um sinal de falta de competência para estar no cargo de presidente, já que poderia ter renovado ano após ano, para ir esticando esse prazo de três temporadas e, aos 18 anos, fazer um contrato por cinco épocas. Nada disso o preocupou, pois é mais fácil ter um jogador por menos do que vale um par de botas, e usá-lo como um objeto, e porque esse jogador, além do mais, ama o clube e só pensa em jogar, como acontece com todos os jogadores das camadas jovens que gastam o dinheiro dos seus pais e familiares para que eles possam ir treinar todos os dias de bolsos vazios e defender a camisola, já que os salários não cobrem as despesas.

Aqui está claramente demonstrado que o Sr. Carloni não cuidou do património genuíno do Rosario Central. Como pretende segurar um jogador dos escalões de formação que defende as cores do Rosario Central desde os 6 anos de idade sem lhe dar um sinal de compromisso, entusiasmo, empenho, valorização e quando, pelo contrário, se aproveitam de um salário ridículo para o prender? (Deixo os recibos de vencimento à disposição da imprensa).

Os dirigentes do Rosario Central lembraram-se que o Mateo terminava o seu contrato nos últimos meses e se não o retiraram da equipa foi simplesmente porque o treinador Carlos Tévez o valorizava e o fez saber aos dirigentes. Graças a Carlos Tévez, o meu filho alimentou a esperança de renovar com o clube até ao último momento, porque sentiu que este treinador dava a cara por eles. Mas quando não se recebe um contrato justo e ao nível dos outros jogadores e acrescenta-se a isso a demissão do treinador que era o seu último apoio emocional… Isto já para não dizer que os atuais representantes do meu filho falaram com o Rosario Central no mesmo dia da demissão e disseram-lhes que o treinador ia continuar; o facto é que, quando terminámos o pequeno-almoço, ele já tinha saído. Essa foi a gota de água que fez transbordar o copo, e esta família cansou-se das mentiras do Sr. Carloni. Mentiras em negociações não são palavras ao vento, esta é a verdade do que aconteceu, e só o Sr. Guillermo Hanono [secretário-técnico] tentou aproximar as posições. Foi ele que conversou connosco, com o objetivo de chegar a um acordo num quadro de respeito e camaradagem. Mas estranhamente, quando recebíamos as minutas dos contratos, com base no que havíamos discutido, os valores e/ou condições negociados vinham sempre alterados ou modificados ou, mais curioso, existiam cláusulas onde diziam que não tínhamos nada a reclamar do contrato anterior (dívida) ou adendas anuais de 7% inflacionadas a 100%.

Ouvi-os dizer na conferência de imprensa que baixaram o valor da cláusula de rescisão ou venda futura para 2 milhões, que era o que a família queria, segundo eles. Nunca conseguimos ver esta cláusula passada ao papel, e coloco à disposição da imprensa o último contrato enviado pelo Rosario Central ao Grupo Stellar. A paciência tem limites mas, mesmo assim, fomos nós que pedimos aos novos representantes do Mateo (a partir de 19/10/22) que, quando negociassem com clubes estrangeiros interessados em ter o jogador, levassem em conta que o Rosario Central deveria ser compensado de alguma forma, apesar de esta direção ter feito de tudo para que o Mateo saísse livre no dia 31 de dezembro deste ano.

Desta maneira, conseguiu-se que um clube estrangeiro [o Sporting] concordasse com isto e, em conjunto com o jogador e com a empresa Stellar Group, todos colaboraram financeiramente para que fosse possível oferecer ao Rosario Central o seguinte:

- Pagar os € 280.000 que correspondem à compensação da FIFA por direitos de formação, no momento da assinatura, sem esperar que o Rosario Central tivesse de reclamá-los pelos procedimentos habituais e recebesse em pelo menos 10 meses;

- A quantia de € 310.000 como compensação;

- A quantia total de 300.000€ em bónus por jogos disputados;  

- 10% de uma venda futura.

Isto foi o que foi oferecido ao Rosario Central por um jogador que será livre dentro de um mês e agora o Rosario Central só está em condições de receber € 280.000,  dentro de um ano ou mais, quando sair a decisão da FIFA , na eventualidade de os direitos por formação serem reclamados.

O Sr. Carloni não estava a falar a verdade e as mensagens de WhatsApp entre este e um dos diretores do Grupo Stellar demonstram isso. Todas as evidências estão do nosso lado para mostrar a verdade do que aconteceu. A verdade é que o Sr. Carloni aceitou esta oferta na terça-feira, 15 de novembro, durante uma conversa telefónica com um dos diretores do Stellar Group, e quando a minuta do contrato foi entregue ao Rosario Central para ele assinar foi uma senhora chamada Romina, funcionária do Rosario Central, a responder que isso não seria assinado, que os prazos para receber esses valores não eram próximos e que eles precisavam de cobrar tudo antes de 16/12/22 ou pelo menos ter documentos negociáveis.

Nesse dia, tentou-se novamente falar com o Sr. Carloni, o qual informou por mensagem de Whatsapp, apenas na quarta-feira, 16 de novembro, que estava em reunião e que devolveria a chamada. Nada disso aconteceu. Donde eu concluo que o Sr. Carloni não estava interessado em continuar a negociar, ou então ainda está reunido.

Mas, evidentemente, não está reunido; o que fez foi passar um mandato a outro empresário argentino, comprometendo-se a pagar 7,5% do acordo alcançado, a título de comissões de intermediação, quando até àquele momento a empresa Stellar Group não só não recebera qualquer tipo de honorário pela mesma intermediação como, inclusive, aceitara renunciar a parte dos seus proveitos com a operação para que fossem cedidos ao Rosario Central.

Isto demonstra que o presidente não agiu à altura das circunstâncias, que hoje o clube perde uma receita de € 890.000 mais 10% de uma venda futura. Caberá aos adeptos e sócios do Rosario Central avaliar se a gestão é boa ou se roça as más práticas.

Por fim, com esta declaração, não pretendo mais do que explicar como foram os factos na realidade e qual foi, sempre, a intenção do jogador. E esta, pura e simplesmente, era renovar para depois procurar uma transferência para o estrangeiro, como anseia qualquer jogador argentino. Quero deixar claro que, se isso não aconteceu, há que pedir ao Sr. Carloni que mostre as provas e demonstre o contrário.

O tempo coloca as coisas no seu devido lugar. 

Fabián Tanlongo."

1 comentário:

  1. 43 263 espectadores assistiram em Lisboa, no estádio Al Luz yt, ao 27º jogo da selecção do maior de Portugal sempre a facturar. Nem o horário à brilhantinas, impróprio para quem diz defender o futebol, impediu a nação Benfiquista de dizer presente antes das mini férias que se impõem. Qual taça da liga qual quê! Quando o produto é de qualidade até com horários à la rolha os adeptos comparecem. Imaginem com arbitragens honestas! Direitos televisivos o quê? 43 263 espectadores contra os cerca de metade no foculporto 2-2-Mafra? Contra 300/400 nos restantes encontros? Moreirense-Benfica dia 17 para a mesma competição, Braga-Benfica dia 30 para o campeonato e só depois, do dia 6 de Janeiro de 2023, é que estaremos de volta à catedral. Já tenho saudades, porra!

    Doha a quem doer! A arbitragem portuguesa, merecidamente condenada a ver (à distância) países de reduzida dimensão futebolística representados no mundial do Catar, continua uma bosta. Najantas foi a escandaleira que se viu, com o Mafra a ser espoliado à fartazana. Na Luz foi outra vez mais do mesmo. Sem erros de palmatória, mas com aquele jeitinho bem português de criar problemas onde eles não existem, salta à vista o tempo perdido a validar os golos do Benfica! E os minutos que demoraram a invalidar um golo do Penafiel que até à vista desarmada se via claramente que o marcador estava francamente adiantado?!

    À mesma hora, no Catar, Enzo Fernández partilhou com o mundo aquilo que os benfiquistas conhecem de cor e salteado. A tremenda classe de um futebolista que só um treinador (Scaloni) da estirpe de um Fernando Santos pode manter no banco! É preciso não gostar de futebol! Bastou-lhe meia hora, como com a Arábia Saudita, para meter aquela manta de retalhos a funcionar. E ainda teve tempo para, com um golpe mágico, sentenciar o resultado. O abraço de Messi, tributo à qualidade, ter-lhe-á concedido definitivamente a titularidade.

    Vi-o jogar desde os juniores e desde essa idade que já tinha um dom especial para marcar golos. Naquele tempo chamavam-se goleadores aos homens que marcavam muitos golos. Hoje compram a sua própria estátua e chamam-lhes melhor jogador do mundo. Gomes - apenas Gomes para não ser confundido com um ou dois fruteiros de quinquagésima categoria - não deu certo no Sporting de Gijón (16 golos em duas épocas) mas, de regresso a casa, dezenas de penaltis marcados: em força e quase sempre para o meio da baliza, ajudaram-no a ganhar as duas botas de ouro (50 e 46 golos) que lhe deram fama e proveito.

    Acabaria, anos mais tarde, a carreira no Sporting (38 golos em duas épocas) depois de o tentarem obrigar a antecipar a reforma no foculporto. Observo com asco algumas lágrimas de crocodilo vertidas por aí. Não conspurcarei a sua memória ao citar o autor da indecência. Não foi por Gomes que o ódio e a intolerância se instalaram no coração dos adeptos. Gomes foi sempre um jogador correcto. Gomes foi sempre um homem correcto. Não merecia sofrer (ninguém merece) o que sofreu. Paz à sua alma. O Estádio da Luz prestou-lhe a sua homenagem. O público também. A ele. A mais ninguém do clube dele.

    Danilo lesionado num treino, com três costelas partidas, está fora da fase de grupos. Nada de pânico, minha gente. Primeiro porque o jovem Pepe está mais do que preparado para substituir o médio adaptado ao lugar com vantagem, e, depois, se o Otávio, que era para parar seis semanas, regressou após 7 dias à titularidade do foculporto é só seguir a metodologia medicinal do clube da fruta (que o Danilo conhece de ginjeira) para lhe meter as costelas no sítio num instante. Uma semana a observar o António Silva nos treinos e está bom.

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