O modo Champions ativa outra envolvência, pondo o Dragão mira em prestígio, dinheiro e um analgésico para as dores dos tropeções na Liga. Uma vitória na montra europeia exorciza grandes males, neutraliza a desconfiança e acalma o sistema nervoso. O FC Porto nem carrega a pressão de vencer pelo objetivo primordial, mas não pode perder de vista a aliança possível entre mais uma vitória, avaliada em 2,8 milhões de euros e o primeiro lugar do Grupo B, que facilitaria, no plano teórico, um adversário mais acessível nos oitavos-de-final.
Após empate desolador nos Açores, Sérgio Conceição deposita as fichas no reforço da imagem europeia e dos cofres portistas, sendo ele autêntico mestre na injeção de capital nas depauperadas contas da SAD, tantas vezes acorrentadas às normas de fair-play financeiro. Situação já ultrapassada mas que ainda influenciou a construção do último plantel, ficando patente desde a primeira hora que Sérgio Conceição não tinha ficado absolutamente convencido com os esforços da cúpula, fazendo sentir um misto de desconforto e desagrado por não ter chegado um médio de alta rotação, que ajudasse a fazer esquecer Vitinha...sem demoras. E olhando aos problemas físicos de Pepe e a saída certa de Marcano no final da temporada, um central é um alvo também prioritário.
A natureza dos resultados na Liga, os pontos já perdidos e o distanciamento para o Benfica podem exigir reflexão e resposta, a reboque da reabertura do mercado. Conceição verá com bons olhos essa ação da SAD e está disposto a fazer a sua parte para conduzir o FC Porto à quarta vitória consecutiva na Champions, marca digna de recorde, não tivesse o técnico sido capaz de somar cinco na época 2018/19, embrulhando os triunfos europeus numa excecional viagem vitoriosa, que durou 18 jogos. Responsável por novo acesso aos oitavos, o treinador garantiu no simples passaporte e nas vitórias alcançadas 57,5 milhões.
Uma vitória sobre o Atl. Madrid terá o peso metafórico de um 'venha lá esse médio e um pensamento mais ponderado sobre o reforço da zona central da defesa.
Rui Costa quer travar a euforia que se sente e vive no Benfica, embora internamente tenha elogiado, e muito, a qualidade e atitude da equipa, apurou o CM. O presidente das águias quer blindar o balneário de forma a evitar excessos de confiança que quebrem a onda de bons resultados (18 vitórias e três empates nos 21 jogos oficiais realizados até ao momento).
Internamente a mensagem é clara: ninguém pode tirar o pé do acelerador nesta fase, principalmente até à paragem para o Mundial do Qatar, que se inicia no próximo mês.
Quarta-feira, a equipa do Benfica defronta o Maccabi Haifa para a Champions e apesar de já estar apurada para a próxima fase, quer manter a invencibilidade. Depois há um duplo compromisso com o Estoril: na Liga e depois na Taça de Portugal. Manter a vantagem para os rivais no campeonato e continuar na prova rainha são objetivos que Roger Schmidt e Rui Costa não abdicam. Segue-se a 13ª jornada da Liga, em casa, com o Gil Vicente.
No final desse ciclo, Schmidt poderá dar descanso aos jogadores mais utilizados, com exceção daqueles que forem chamados às respetivas seleções. Contudo, apesar da pausa para a Liga e provas europeias, o Benfica continua em competição, mas na Taça da Liga, onde fará três jogos (dois em novembro e um em dezembro).
No final do ano e princípio de 2023 há dois jogos muito importantes para os comandados de Roger Schmidt e que podem ser decisivos para o que falta da época: a deslocação a Braga e a receção ao Sporting.
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