21 setembro 2022

Schmidt preferia central do Liverpool. Brooks foi solução de recurso; Pote sente-se injustiçado por não ter sido chamado à seleção

Foi mesmo em cima do fecho do mercado que o Benfica contratou o defesa-central norte-americano John Brooks. Lucas Veríssimo recupera de uma lesão prolongada, João Víctor, recém-contratado, também é cliente do departamento clínico das águias, Morato, aumentou o lote de indisponíveis por lesão e Vertonghen foi negociado para o Anderlecht ao cair do pano. Contas feitas, Otamendi e António Silva eram os únicos centrais disponíveis. Ora perante este cenário, o Benfica teve de reagir e chegou John Brooks, que era um jogador livre, depois de ter representado o Wolfsburgo durante cinco temporadas, quatro delas com uma taxa de utilização elevada. No entanto, e de acordo com o “The Athletic”, a prioridade de Roger Schmidt seria Nathaniel Phillips, central de 25 anos do Liverpool, e as águias mantiveram contactos com o clube inglês para tentar adquiri-lo por empréstimo – logo, Brooks não era a primeira escolha do técnico alemão para o eixo defensivo. Schmidt é um admirador do futebol de Phillips, que conhece desde os tempos em que este jogava no Estugarda, em 2019/20, cedido pelo Liverpool, e via com bons olhos a sua chegada à Luz.
Phillips era o quinto central do Liverpool e à partida não haveria qualquer impedimento ao empréstimo até ao final da temporada ao Benfica, mas, conta o “TheAthletic”, o panorama clínico nos reds também não era favorável e a saída do jogador inglês acabou por ser travada por Jurgen Klopp. Matip, Ibrahima Kanote e os constantes problemas físicos de Joe Gómez inviabilizaram o acordo. Naquele momento, Klopp considerou Nathaniel Phillips um elemento fundamental no plantel. Nesta temporada, este jogador fez apenas um jogo, frente ao Leicester, na Premier League 2. Uma partida em que também esteve o jovem português Fábio Carvalho.
De resto, John Brooks chegou a custo zero à Luz e tem contrato com o clube até ao fim da presente temporada. Estreou-se – entrou aos 88’ – no último fim de semana contra o Marítimo.

Pote sente-se injustiçado por não ter sido chamado à seleção. Quando anunciou os convocados para os próximos compromissos da Seleção Nacional, Fernando Santos foi questionado sobre jogadores que não estavam na lista, mas que ainda poderiam vir a ser chamados para o Mundial. O selecionador recusou-se a fazer “previsões” mas mencionou vários nomes, entre os quais Pote e Trincão, do Sporting, clube que não tem qualquer representante nos eleitos com vista aos jogos com a Rep. Checa e a Espanha. E deixou uma certeza: “Estamos todos atentos. Os jogadores é que me vão dizer quem vai ao Mundial.”
Pois bem, na segunda-feira, após a renúncia de Rafa à Seleção, Pote era um dos leões que maior expectativa alimentavam por uma oportunidade de Fernando Santos, uma hipótese que depressa fez eco, também, nas redes sociais, em que os adeptos partilhavam a esperança de ver um jogador do Sporting na equipa das quinas. Foi, por isso, quase sem surpresa que a opção de Santos por Gonçalo Ramos acabou por ser mal recebida, tanto pelo próprio Pote como pela generalidade do universo leonino, escreve o Record. O respeito pelas escolhas do selecionador mistura-se, nestas reações, com a estranheza pelo facto de Fernando Santos ter substituído Rafa por um jogador com características diferentes, como é Gonçalo Ramos, quando o mais ‘natural’ seria chamar Pote.
No caso do transmontano o sentimento é de injustiça pela decisão. O camisola 28 do Sporting tem protagonizado um bom início de época. O facto de ter sido lembrado por Santos na quinta-feira e ‘esquecido’ tão pouco tempo depois fez aumentar a frustração. O objetivo, ainda assim, é o mesmo, e Pote está determinado em lutar por uma vaga no Mundial. O internacional português, de 24 anos, melhor marcador da Liga 2020/21, tem dois jogos pela equipa A de Portugal: Espanha e Israel, ambos em junho de 2021. 

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