"Contra parolos". SD 'atacam' venda de bilhetes do Sporting; Três anos depois da eleição, Varandas de olhos postos na recandidatura; Defendido interesse público na divulgação dos mails do Benfica; Otamendi e Veríssimo não viajam com a equipa para os Açores. Utilização é possível; A carta na manga de Sérgio Conceição para Alvalade

Há três anos por esta altura, o Sporting mobilizava-se para as eleições mais concorridas de sempre. Foi a 8 de setembro de 2018, quatro meses após o ataque à Academia, quando mais de 22 mil sócios responderam à chamada para escolherem o sucessor de Bruno de Carvalho e da Comissão de Gestão. Eleito pela maioria dos votos mas não dos sócios, Frederico Varandas nunca saboreou um verdadeiro ‘estado de graça’. Os problemas multiplicaram-se à medida que os meses iam passando e, não fossem as duas taças conquistadas em cima das feridas de Alcochete, a contestação potenciada pelo diferendo com as claques e pelos apoiantes de BdC poderia mesmo ter provocado nova crise diretiva. Com graves dificuldades financeiras, uma herança pesada em várias frentes e opções desportivas erradas, o segundo ano do mandato de Varandas ficou marcado pela saída prematura de Marcel Keizer e pela venda falhada de Bruno Fernandes no verão (seria consumada em janeiro), factos que, aliados aos maus resultados da era Silas, colocavam a atual direção no fio da navalha em... março de 2020. E foi neste momento que o paradigma começou, verdadeiramente, a mudar.

A aposta arriscada em Rúben Amorim, que implicou um investimento superior a 10 milhões de euros, não deu resultados logo de início mas compensou totalmente na segunda época, com a histórica conquista do título nacional, 19 anos depois. O impacto da vitória na Liga, em conjunto com o trabalho desenvolvido na formação e nas modalidades, ajudaram Varandas a dobrar o Cabo das Tormentas. E de tal maneira que, à entrada do final deste primeiro mandato, o presidente, de 41 anos, já prepara a recandidatura, escreve o Record.

Se as próximas eleições forem realizadas dentro da janela prevista pelos estatutos, o Sporting vai a votos entre 1 de março e 30 de abril de 2022. A recandidatura de Frederico Varandas é praticamente certa.

Há uma carta na manga de Sérgio Conceição para o clássico de sábado, com o Sporting, e... é de trunfo. Sérgio Oliveira, autêntico especialista em clássicos do futebol português, está de prevenção face aos condicionalismos impostos sobre o eixo do meio-campo. Uma espécie de seguro contra todos os riscos do técnico do FC Porto que neste caso está intimamente ligado à condição em que se apresentarão no dia da partida Grujic e, sobretudo, Uribe, escreve o Record.
Este posicionamento de Sérgio Oliveira surge de um contexto de mercado recente, mas, como se sabe, já extinto. Chamado por Fernando Santos ao Euro’2020, o médio, de 29 anos, acumulou o desgaste inerente à competição, após o qual viu atrasada a sua apresentação no Olival devido ao necessário gozo de férias. Posto isto, o seu arranque na pré-época foi ainda condicionado pelas questões inerentes à janela de transferências, tendo sido um dos elementos do plantel sobre o qual recaíram expectativas de uma saída até ao fecho da mesma.
No seguimento e à exceção do jogo inaugural na Liga Bwin, Sérgio Conceição apostou neste arranque numa dupla de médios composta por Bruno Costa e Uribe. E se o primeiro vive dias tranquilos, procurando consolidar a sua afirmação no dia a dia do Olival e estando por isso a 100 por cento para o clássico, a história de Uribe é bem diferente. O colombiano, tudo indica estará em campo pela Colômbia menos de 48 antes do apito inicial do jogo contra o Sporting e, assim, a sua condição física, pese embora as medidas tomadas pelo FC Porto no que diz respeito à sua viagem de regresso, é uma verdadeira incógnita. A somar a isto, recorde-se, Grujic pode recuperar a tempo de ir a jogo (continua em treino integrado condicionado), mas a verdade é que ainda nem sequer se estreou, pelo que o ritmo competitivo do sérvio, de 25 anos, nunca será o melhor.

Otamendi e Veríssimo não viajam com a equipa para os Açores. É uma grande dor de cabeça para Jorge Jesus na preparação do jogo com o Santa Clara do próximo sábado: Lucas Veríssimo e Otamendi não chegarão a tempo de seguir viagem com a equipa e, apesar de ainda poderem vir a rumar aos Açores, tal dependerá de uma prévia análise à condição física, aliada à disposição de ambos para fazer um eventual enorme esforço, escreve o Record.
Os dois jogadores estão ao serviço das respetivas seleções e por esta altura já é garantido que não poderão acompanhar o restante grupo, pois os convocados para a partida com os insulares partem à tarde e a dupla de defesas-centrais só deverá estar em Lisboa algumas horas depois, ao início da noite. Lucas Veríssimo fez a sua estreia oficial pela seleção brasileira precisamente contra a Argentina de Otamendi, no jogo do último domingo que acabou por ser suspenso face à atuação das autoridades sanitárias brasileiras. Agora, o camisola 4 das águias deverá voltar a entrar em campo pelas nossas 01h30 de... sexta-feira. Uma vez que Marquinhos também já foi dispensado pela CBF – o Comité Disciplinar da FIFA não deu garantias no sentido de o jogador do PSG poder ser utilizado sem problemas, pois deveria ter cumprido castigo no dito jogo com a Argentina –, os principais candidatos à titularidade no eixo da defesa no embate com o Peru são o jogador encarnado e Éder Militão, apesar de Miranda (fez ontem 37 anos) e Léo Ortiz também estarem à disposição de Tite. Na prática, Lucas Veríssimo poderá só terminar o seu jogo para lá das 03h00, sendo que a partida com o Santa Clara está agendada para as 18h00 do dia seguinte. Já Otamendi entra em ação pelas 00h300 de sexta-feira ante a Bolívia, tendo igualmente fortes hipóteses de ser titular. Tanto um, como outro, terão depois uma longa viagem de regresso pela frente e serão avaliados à chegada pelos clínicos benfiquistas. Caso venham a dar sinais de que é possível ainda serem opção para a deslocação aos Açores, seguirão depois para Ponta Delgada. Ainda assim, ao dia de hoje os responsáveis encarnados consideram pouco provável a disponibilidade de utilização desta dupla de centrais. Afinal, caso fossem lançados, iriam competir em duas partidas no espaço de pouco mais de 24 horas e ainda com duas viagens pelo meio, uma delas muito longa.
Perante a forte possibilidade de Lucas e Otamendi não poderem entrar nas contas, JJ já planeia lançar uma dupla (ou tripla) de centrais inédita. Vertonghen voltou mais cedo e está disponível, havendo ainda Morato e o reintegrado Ferro, para além de André Almeida, que também pode entrar nestas contas.

Super Dragões atacam venda de bilhetes para o Clássico: "Contra parolos". Os Super Dragões, claque oficial do FC Porto, emitiram esta quarta-feira um comunicado nas redes sociais, no qual criticam o Sporting por causa do processo de venda de bilhetes para o Clássico do próximo sábado.

O grupo de adeptos dos azuis e brancos acusa o Sporting e "tentar dificultar, e até impedir" a presença de apoiantes no Estádio de Alvalade, mas a claque garante que estarão "mais de mil os elementos" no recinto dos verde e brancos "na sua maioria com bilhete via cartão do adeptos", aproveitando ainda o comunicado para apontar o dedo a João Paulo Rebelo, secretário de Estado da Juventude e do Desporto, e a Pedro Proença, presidente da Liga Portugal.

"Aquilo que dizem querer impedir é precisamente o que estão a potenciar! É que aqui ninguém Verga, ninguém Recua, ninguém Desiste. Por isso mesmo, sábado lá estaremos como sempre a gritar bem alto o nome do nosso amado clube. Contra Tudo, Contra Todos, Contra os Tolos e também Contra alguns Parolos... sempre, e apenas, em defesa dos superiores interesses do Futebol Clube do Porto", pode ler-se no comunicado.

Confira o comunicado na íntegra:

"Perante o processo de venda de bilhetes para o Sporting vs FC Porto do próximo sábado, vem a Direção dos Super Dragões esclarecer o seguinte:

1 - Com a implementação do cartão do adepto, os grupos Ultra em Portugal passaram a viver num clima de discriminação e marginalização face aos restantes adeptos de futebol. Ainda assim, mesmo discordando desde a primeira hora desta medida, decidimos avançar para a adesão ao mesmo, por ser a única forma de mantermos vivo o nosso apoio ao FC Porto e podermos manter a nossa presença nos estádios. Mas quando alguém cumpre a lei, o mínimo que exige, é que os outros também o façam!

2 - O organizador do evento tem que definir uma zona para portadores de cartão do adepto e disponibilizar os respetivos bilhetes para venda através de uma plataforma para o efeito. Essa plataforma nunca foi criada! Ao mesmo tempo, os regulamentos da Liga indicam que o clube visitante é responsável pela venda dos 5% de bilhetes a que tem direito (onde se inclui a zona do cartão do adepto), logo, há procedimentos contraditórios. Desde 11 de setembro de 2019 que a Liga não adequa os regulamentos á nova realidade, o que permite que semana após semana, os clubes decidam a seu bel-prazer o que fazer.

3 - Perante este vazio, já não bastava fixar o custo dos bilhetes nuns megalómanos 31€ (em que país vive esta gente?), o Sporting de Varandas e de mais alguns peões de brega, refugiaram-se numa plataforma privada que cobrou uma comissão de 6%+IVA, o que levou a que o preço se transformasse nuns monstruosos 33,29€. Ainda por cima, uma plataforma com erros permanentes e com uma linha de apoio que se limitou a descartar qualquer responsabilidade. A quem interessa promover este negócio paralelo que é suportado por quem vai ao futebol?

4 - Ao mesmo tempo, como o cartão do adepto permite indicação de 3 clubes distintos, e tendo em conta que a venda fugiu da esfera do FC Porto, não temos qualquer controlo ou conhecimento de quem serão os elementos que estarão presentes na ZCEAP (Zonas de Condições Especiais de Acesso e Permanência de Adeptos), pelo que não poderemos ser responsabilizados por quaisquer ocorrências que nela ocorram. Não nos responsabilizamos pela eventual presença de pessoas mal intencionadas que, fazendo o uso do seu cartão, apenas pretendam causar distúrbios e perturbações. Foi isto que a Liga permitiu, foi isto que o Sporting promoveu, é isto que a APVCD ignora.

5 - Perante este silêncio cúmplice daqueles que deveriam ser os primeiros a criar condições para o escrupuloso cumprimento das regras implementadas e promoverem o tal combate á violência no desporto, urge saber qual a posição oficial das autoridades deste país. Onde está o Dr. João Paulo Rebelo, Secretário de Estado do Desporto, defensor desde a primeira hora da implementação do cartão do adepto, mas que continua a ignorar todas estas questões? Rodrigo Cavaleiro, presidente da APVDC, continua a liderar uma entidade que serve apenas para punir e nunca para prevenir e defender os frequentadores de recintos desportivos? E o Dr. Pedro Proença, continua a fazer de conta que o assunto não é consigo quando está em causa a presença de público nas competições por si organizadas?

6 - O objetivo do Sporting é claro: tentar dificultar, e até impedir, a nossa presença no estádio de Alvalade. Mas desenganem-se! Mesmo com todas as barreiras que nos foram colocadas, nós estaremos presentes em massa. Serão mais de mil os elementos que faremos deslocar a Lisboa, na sua maioria com bilhete via cartão do adepto. Mas muitos outros portistas anónimos e também Ultras em número que não conseguimos definir se vão juntar a nós, com bilhetes adquiridos para outros setores do estádio, seja por não terem o referido cartão, seja por terem procurado alternativas em função do impasse gerado na venda.

7 - Aquilo que dizem querer impedir é precisamente o que estão a potenciar! É que aqui ninguém Verga, ninguém Recua, ninguém Desiste. Por isso mesmo, sábado lá estaremos como sempre a gritar bem alto o nome do nosso amado clube. Contra Tudo, Contra Todos, Contra os Tolos e também Contra alguns Parolos.....sempre, e apenas, em defesa dos superiores interesses do Futebol Clube do Porto

A DIREÇÃO"

Defendido interesse público na divulgação dos mails do Benfica. São apenas três as testemunhas que foram arroladas para defenderem a divulgação dos mails dos encarnados no Porto Canal. Na segunda-feira foi já ouvido José Manuel Ribeiro, diretor do jornal O Jogo; no próximo dia 22 serão inquiridos os advogados José Guilherme de Aguiar e Carlos Duarte, ambos comentadores do canal do FC Porto.

É a primeira fase da instrução do processo que senta no banco dos réus Francisco J. Marques, diretor de comunicação dos azuis e brancos; Diogo Faria, ex-comentador no programa em que as conversações foram divulgadas; e Júlio Magalhães, ex-diretor daquele canal.

O Ministério Público defende, em sede de acusação, que Francisco J. Marques cometeu seis crimes de violação de correspondência ou de telecomunicações, três dos quais agravados, e um crime de acesso indevido; enquanto Júlio Magalhães foi acusado de três crimes de violação de correspondência ou de telecomunicações. O arguido que responde por menos crimes é Diogo Faria que, mesmo assim, está acusado de um crime de violação de correspondência ou de telecomunicações e outro de acesso indevido.

A defesa dos arguidos assenta precisamente no interesse público de tal divulgação, o que já foi defendido em tribunal pela primeira testemunha a ser ouvida. O caso seguirá depois para decisão instrutória, em data que ainda não se conhece.