O jogador que está na lista do Benfica mas não é prioritário; “O Sporting tem de aproveitar porque a Champions já era uma Superliga”; Segunda volta igual à primeira entrega título de campeão aos leões

A Superliga europeia, ontem anunciada por 12 dos clubes mais ricos do continente, pode servir como uma oportunidade para o Sporting, defendeu hoje Miguel Poiares Maduro, ex-dirigente da FIFA, jurista especializado em direiro comunitário, antigo ministro e conhecido adepto do clube de Alvalade.
O raciocínio foi explicado com detalhe. Para travar a Superliga, a UEFA vai recorrer à ajuda da União Europeia (UE), alegando que a competição irá colocar em causa todo o modelo europeu de promoção do desporto. O problema, realçou, é que a própria UEFA já vinha a fazer isso com a Liga dos Campeões, prova que nos últimos anos tem agravado o fosso entre os clubes mais ricos e os restantes.“A Liga dos Campeões tem estado de facto a tornar-se na Superliga, ainda que formalmente não o seja”, sustentou o jurista, para enfatizar a “oportunidade” que se abre para o Sporting. “Qual é o paradoxo e a ironia disto? Para salvar a UEFA, a UE vai intervir de uma forma que vai limitar o poder enorme que a UEFA tem tido até agora, com um abuso do poder dominante”.
Na prática, a UE irá forçar a UEFA a alterar a forma como distribui o dinheiro da Liga dos Campeões, pois o modelo atual favorece os clubes mais poderosos, muitos dos quais estão envolvidos na nova Superliga. E é aqui que o Sporting “tem de assumir um papel pró-ativo”, em conjunto com a Liga e a Federação, para que “o bolo da Liga dos Campeões tenha uma maior capacidade redistributiva” e, por consequência, um efeito de reforço da competitividade das ligas nacionais.
“Em todas as ligas europeias, a competitividade entre clubes tem vindo a diminuir. Vemos isso no campeonato português, os clubes que ganham a I Liga fazem-no com mais de 80 por cento dos pontos. Os clubes com uma presença mais permanente na Champions têm uma vantagem competitiva nas ligas nacionais. O exemplo do Sporting este ano [lidera o campeonato sem ter presença regular na ‘liga milionária’] é uma exceção e estas são exceções serão cada vez mais raras”, insistiu Poiares Maduro, durante um ‘live’ na página de Facebook do jornal Leonino.
Assim, os leões devem, ao mesmo tempo que repudiam a Superliga, alertar a UEFA para os problemas causados por um modelo de Champions que favorece os clubes mais ricos, ao contrário do que a própria organização alegou junto da UE quando esta questionou a centralização dos direitos televisivos da prova. “O Sporting tem de assumir uma posição estratégica de ser frontalmente contra a Superliga, mas ao mesmo tempo deve aproveitar a oportunidade para vincular a UEFA a um modelo mais redistributivo do dinheiro da Liga dos Campeões”, reforçou o jurista e conhecido adepto leonino.
Ainda a propósito da Superliga, o ex-ministro frisou que “não é por acaso que surge neste momento”. Os clubes que avançaram com a iniciativa “sentem-se protegidos” por uma decisão tomada pelo Tribunal-Geral da UE de dezembro de 2020, que confirmou uma sanção imposta pela Direção-Geral da Concorrência comunitária “à federação internacional de patinagem artística”, por esta ter impedido “atletas que tinham participado em competições não autorizadas por essa federação” de competirem pelas respetivas seleções.
“A Comissão Europeia considerou que era um caso de abuso da posição dominante, resultante de um conflito de interesses que a UEFA e a FIFA tambêm têm: são reguladores da atividade e ao mesmo tempo operadores económicos, pois organizam as competições nesse mercado que regulam”, concluiu Poiares Maduro.

Segunda volta igual à primeira entrega título de campeão aos leões. Com a luta pelo título teoricamente reduzida a dois candidatos, o Sporting, que lidera com mais seis pontos do que o FC Porto, sagrar-se-á campeão, se as duas equipas repetirem, nas sete jornadas finais, os resultados desta época, com os mesmos adversários.

Nas últimas sete rondas da primeira volta, a equipa de Ruben Amorim teve seis vitórias e um empate (Rio Ave), pelo que se voltar a somar 19 pontos nesta sequência de jogos, garantirá o título, independentemente dos resultados do FC Porto.

Já a equipa de Sérgio Conceição, com os adversários que ainda tem de jogar, averbou cinco vitórias e dois empates (Benfica e Belenenses SAD), somando, então, 17 pontos.

Com a repetição dos resultados, os leões acabariam com 88 pontos, contra 80 dos dragões. Para já, o Sporting pode ceder cinco pontos, que ainda assim garante o título, mesmo que o FC Porto vença todos os encontros. Em caso de igualdade, os portistas levam a melhor (2-2 em Alvalade e 0-0 no Dragão).

Nas primeiras dez jornadas da segunda volta, os dois candidatos somaram o mesmo número de pontos (24), o que indicia que o FC Porto, para revalidar o título, tem de registar um percurso quase imaculado e esperar por alguns deslizes do rival.

Em termos de calendário vão ter três jogos iguais: recebem o Belenenses SAD e jogam fora com o Rio Ave e com o Benfica. Ambos vão ter quatro jogos em casa e três fora.

Até final, o Sporting jogará quatro vezes primeiro e o FC Porto duas. Na última ronda (19 de maio), se ainda não houver campeão, jogam à mesma hora. A disputa segue amanhã, com o leão a receber o Belenenses SAD. No dia seguinte, o dragão é anfitrião do Vitória de Guimarães.

Lucas Mineiro, médio do Gil Vicente, é um dos elementos referenciados na lista de eventuais reforços das águias para a próxima época. Mas, ao que o JN apurou, o gilista não integra a primeira linha de soluções para o reforço do meio-campo, onde a SAD deseja um elemento de raiz para a posição oito, mas que também se adapte ao lugar de médio defensivo.

O percurso ao serviço dos gilistas, que venceram na Luz, no fim de semana, motivou a atenção da SAD e a sua inclusão na lista de hipotéticas soluções, numa operação que teria de ser negociada com o clube de Barcelos, que tem uma opção de compra do passe pertencente à Chapecoense. Poderá exercê-la até ao final de maio.

No entanto, apesar de ter o futebolista na mira, as águias têm outros alvos para o meio-campo, zona atualmente preenchida por Taarabt e Pizzi. Além disso, colocam como requisito que o eleito satisfaça ainda as premissas para alinhar no lugar onde habitualmente joga Julian Weigl. Por outro lado, além do reforço do setor intermediário, a SAD avalia hipóteses para reforçar a ala esquerda da defesa. Ruben Vinagre é uma das soluções de topo e forte hipótese no caso de Grimaldo deixar a Luz.

O futebolista, cedido pelo Wolverhampton ao Famalicão, agrada aos responsáveis e a Jorge Jesus, num processo controlado e gerido pela Gestifute, empresa de Jorge Mendes. A proximidade do agente ao clube e a resolução de outros dossiês – casos de Vinícius cedido pelo Benfica ao Tottenham – podem facilitar a operação. O jogador está avaliado em 15 milhões de euros.