08 junho 2020

Benfica e Aves podem estar a quebrar as regras. "Concorrentes não combinam políticas comerciais"; Confirmado: 5 substituições já na próxima ronda; Rescindiu em 2016 com o Sporting mas empresários ainda pedem dinheiro

O Sporting rescindiu o contrato com Zakaria Labyad em agosto de 2016, mas o internacional marroquino ainda causa transtornos legais. 
Deu entrada no Juízo Central Cível de Lisboa, na passada sexta-feira, um processo comum da Soccerlink contra a SAD verde e branca que refere um pedido de indemnização de 98 mil euros. Esta empresa, de acordo a auditoria de gestão realizada pela Baker Tilly à sociedade leonina, tem a receber pelo menos 70 mil euros em comissões referentes ao médio, agora, do Ajax.

Confirmado: cinco substituições já na ronda 26 do campeonato. A Assembleia Geral da Liga, que decorre esta segunda-feira no Porto, aprovou as cinco substituições para o que resta de campeonato, já com efeitos na jornada 26, que arranca amanhã, terça-feira, com o encontro entre Gil Vicente e Famalicão (21h00).
Portugal segue assim o exemplo de outros campeonatos, como a Premier League a Serie A, que regressam este mês.
Recorde-se que a FIFA anunciou em maio que as equipas de futebol podem fazer cinco substituições por jogo, em três momentos diferentes, após concordância do Internacional Board (IFAB), tendo em vista a proteção da integridade física dos jogadores
"Como o futebol, em todo o mundo, está a considerar a retoma das competições após a pandemia de covid-19, o IFAB concordou em fazer uma alteração temporária às Leis do Jogo, com base na proposta feita pela FIFA para proteger o bem-estar do jogador", lia-se no comunicado do organismo que rege o futebol mundial.
Assim, nas próximas nove jornadas, os treinadores poderão alterar o seu onze inicial em três momentos durante os 90 minutos e ao intervalo, independentemente das posições de campo de cada jogador, conforme a a nova redação da Lei 3, devidamente autorizada pelo IFAB e pela FIFA.

Benfica e Aves podem estar a quebrar as regras. Benfica e Desportivo das Aves podem estar a violar a lei da concorrência, porque "concorrentes não celebram acordos nem combinam políticas comerciais entre si", afirma o professor de Direito da Concorrência da Universidade do Porto (UP) José Sá Reis, em entrevista à Renascença.
"Os clubes de futebol, hoje em dia, são empresas, não apenas associações desportivas, e como tal, estão obrigados a seguir as regras de mercado e da liberdade de concorrência. Por isso mesmo, se os acordos entre o Benfica e o Desportivo das Aves indiciarem, de facto, esse tipo de práticas, poderão configurar infrações à Lei da Concorrência", explica.
Em causa está uma investigação do jornal "Público" que denuncia alegados acordos secretos, uma conta corrente entre os dois clubes, em que o Benfica seria credor de cerca de 800 mil euros - dívida que seria suficiente para impedir o Aves de se inscrever na I Liga -, e contratos danosos para o Aves, com 12 jogadores transferidos entre os dois clubes à margem da lei, que configurariam uma dependência negocial do Aves em relação ao Benfica, além de "empréstimos encapotados" para contornar o limite de jogadores cedidos estabelecido pela Liga.
Nesta entrevista à Renascença, José Sá Reis aborda a alegada inclusão de cláusulas antirrivais nos contratos celebrados entre Aves e Benfica. A Lei Comunitária da Concorrência "especifica alguns tipos de acordos entre os concorrentes que são especialmente lesivos para o mercado".
"Entre esses, estão os acordos que limitam a produção e que limitam a distribuição, os acordos que se destinam a prejudicar um concorrente, etc. As cláusulas antirrival, embora possam ser uma prática mais ou menos generalizada no mundo do futebol, nem por isso deixam de ser ilegais. Esse tipo específico de cláusulas levanta questões muito sérias do ponto de vista da concorrência", assinala o professor da UP.
O futebol "mexe com vários mercados diferentes em simultâneo", todos eles com "peso grande na economia". José Sá Reis deteta "um domínio de alguns clubes" nalguns desses mercados, em Portugal.
No caso do Benfica, considera que esse domínio "ficou patente com as notícias que deram conta da venda de direitos televisivos de um clube que vai jogar na próxima temporada na I Liga à Benfica TV", algo que faz questionar se "não colocará esse clube numa posição de alguma subalternidade económica em relação a um concorrente".
Esta relação comercial alegadamente comprometedora entre Benfica e Desportivo das Aves, assim como a suposta posição de domínio do Benfica no mercado podem ser alvo de especial atenção, por parte da Autoridade da Concorrência (AdC)? José Sá Reis considera que "vai depender muito do que se conseguir extrair do teor dos acordos e da sensibilidade que a AdC tiver para esse tipo de questões".
Todavia, lembra que, "recentemente e ao contrário do que era habitual", a AdC "tem tomado posição sobre alguns aspetos relacionados com o futebol", como quando proibiu o veto à contratação de jogadores que rescindam unilateralmente devido à pandemia do novo coronavírus.
De facto, contactada pela Renascença, a Autoridade da Concorrência garante estar atenta aos negócios do futebol, contudo, não revela se foi aberto qualquer processo ou investigação sobre a existência de alegados acordos secretos entre Benfica e Desportivo das Aves. Ainda assim, assinala que podem estar a ser violadas regras da concorrência.
Entretanto, o Benfica assegurou, esta segunda-feira, que a relação comercial que mantém com o Aves é totalmente "legal" e "transparente". Os encarnados dizem que a investigação do "Público" se trata de uma "manipulação encomendada" que visa "denegrir o bom nome do Benfica".
Já o Aves pediu uma auditoria externa às administrações anteriores da SAD e frisou que tem sido “penalizado por força da herança recebida”. O clube de Santo Tirso ofereceu-se para colaborar com as autoridades, que estarão também já em cima do caso, com a operação "Mala Ciao".

5 comentários:

  1. Foram logo pedir a opinião de um fruteiro, um tal Sá Reis, que olha para o vizinho mas desconhece o muito pior que se passa em casa. O que o Benfica faz é perfeitamente legal e já foi explicado.
    Mas nada se compara com isto:

    "Como comprar os favores dos adversários?
    A compra de favores através da contrapartida de cedência de jogadores – é uma estratégia antiga, comprovada por denúncias de ex-dirigentes.
    
“Quando emprestamos os nossos jogadores graciosamente, fazemo-lo com quem o FCP tem boas relações e não falham os compromissos assumidos, tal como aconteceu com a Ovarense”, disse Pinto da Costa ao Record, a 7 de Junho de 1991, aquando do caso “Lee Springfellow”.

    Pede sempre algo em troca.
E esse ‘algo’ dependerá das necessidades do clube: uma vitória – como conseguiu com o Setúbal (o treinador Carlos Cardoso retira da equipa os melhores jogadores, cedidos pelo FCP), ou como aconteceu diante da União de Leiria, com o técnico Pedro Caixinha a prescindir dos seus melhores jogadores…

    Uma das denúncias mais directas deste tipo de promiscuidade (“Levas o jogador, mas fazes o que te pedimos”) partiu de Braga, em 2002. As preparação das eleições para a Liga não correu bem a PC, que estava em guerra com Valentim Loureiro.
 O presidente do FCP prepara uma candidatura alternativa, ao lado de Guilherme Aguiar, mas não consegue sequer formar uma lista e culpa o Braga, acusado de retirar o tapete a PC.
    Os minhotos não gostam da acusação, zangam-se as comadres e… já se sabe.


    “A Administração do Sporting de Braga sofreu pressões no sentido de influenciar a sua posição [nas eleições da Liga]. Essas pressões foram muito fortes e entraram pela madrugada dentro do último dia da apresentação das listas. Acenaram com jogadores do FCP e tentaram manipular-nos na altura da formação do plantel”, afirmou Luís Machado, dirigente dos minhotos, no Record, a 1 de Setembro de 2002.


    Assim se justifica o facto de o FCP ter alguns clubes na Primeira Liga com relações privilegiadas… Portimonense, Leiria, Olhanense, Setúbal… São muitos pontos em jogo, suficientes para que o empréstimo de 7 ou 8 jogadores (que não servem ao FCP) valha, afinal, um título…

    ”
Já no início dos anos 80 há notícias nos jornais de clubes “à pesca” (para usar uma expressão da altura) nas Antas”.
    Em 1991, o Rio Ave reforça-se com 8 jogadores dispensados do FCP. Até o treinador, Inácio, transita dos quadros do FCP, dos juniores.

    Uma cópia do Olhanense da época transacta, que teve 7 jogadores emprestados pelo FC Porto e o seu treinador foi um ex-capitão portista, Jorge Costa.
 Carlos Azenha é outro dos treinadores conotados com o FCP. Na época transacta treinou o Vitória de Setúbal e contou com 3 jogadores emprestados pelo FCP, mas nem assim resistiu aos maus resultados.

    Já nesta época 2010/11, podemos ver 3 antigos jogadores do FCP a rodar noutros clubes para mais tarde, eventualmente, assumirem funções, é o que se diz, no Dragão: Domingos (treinador do Sp. Braga), Jorge Costa (treinador da Académica) e Fernando Couto (Director Desportivo do Sp. Braga). Voltando atrás, a 1992, o Record traz a seguinte peça, reveladora sobre o tema:

    "Elementos afectos ao FCP, próximos do presidente Pinto da Costa, pressionaram, poucas horas antes do acto eleitoral para a direcção do Gil Vicente, o líder da lista única apresentada a sufrágio, Afonso Costa, para que a escolha do próximo técnico gilista recaia sobre um homem do chamado ‘lobbie das Antas’.

    
Na base destas pressões (que apresentavam como moeda de troca a continuidade da habitual cedência de jogadores com vínculo ao FCP) terá estado a inflexão de Afonso Costa relativamente à contratação do futuro treinador principal, lugar que chegou a ser dado como certo para um de dois homens: Vítor Oliveira ou Carlos Garcia. (…)

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    1. Quando na TV mandam os guerras e goberns, até destoa pedir a opinião a outro, como este jagunço tratou de demonstrar

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  2. Compra de Resultados em 2010/11

    "Mais uma jornada mal cheirosa, vinda de um Leiria sem vergonha, através de um treinador submisso e invertebrado, sem estatuto moral para treinar o "mija na escada"! Toda a imprensa submissa sem vergonha, aplaudiu um jogo em que a equipa mais fraca faz a primeira falta quando já perde 3-0!

    A vergonha começara antes do jogo
    Os jornais online anunciavam a lista dos convocados manifestando estranheza por tantas ausências por opção técnica; Silas (6 jogos em 7 possíveis), Paulo Vinícius (7 jogos), Hugo Gomes (4 jogos) e Diego Gaúcho (1 jogo).

    "A Bola" dizia, «Surpresa nos convocados de Pedro Caixinha para o jogo no Dragão, com a exclusão de Silas, um dos jogadores mais utilizados do plantel e que ainda não tinha falhado qualquer convocatória esta época. A decisão ficou a dever-se a mera opção técnica, razão pela qual também Paulo Vinícius, outros dos habituais «cativos», e Diego Gaúcho também não constam na relação de eleitos. Em compensação, o técnico leiriense chamou dois avançados há muito sem competir: Rodrigo Silva não figurava numa ficha de jogo desde a segunda jornada, e Zahoivaiko, também deixou de ser opção desde que foi titular em Olhão, na terceira ronda, há dois meses. Mamadou Tall, também de fora há algum tempo, completa a lista de regressos”.

    Que terá levado o tal Pedro Caixinha, a não convocar dois titulares absolutos da sua equipa por opção técnica, nem para o banco de suplentes?
    O avençado Hugo Sousa no jornal "O Jogo" diz, “Foi fácil, fácil. Para quê complicar se a vitória portista se resume assim, de uma forma tão simples?”
    Mais à frente diz, “Caixinha corrigiu ao intervalo. Melhor: corrigiu-se. Apostou no trinco clássico que tinha deixado no banco!”

    Então a jogar em casa dos corruptos joga-se sem trinco, sem preocupações defensivas? Mas aquilo foi um jogo entre amigos, ou um jogo treino?
    Voltamos aos velhos tempos em que o Salgueiros nos jogos em casa (Maia) aos 25 minutos já tinha empacotado 3 golos, sem fazer qualquer falta?
    Diz o treinador submisso sem espinha, não fazendo "caixinha" ;
    "Não pensámos que pudesse ser tão fácil para o adversário".

    Não? Então não convocas os melhores jogadores, jogas sem trinco, mandas a malta correr pouco, sem fazer faltas e ainda te espantas?
    Sem perder a oportunidade dobrou-se mais um pouco, dando os parabéns e reconhecendo no adversário "uma equipa fantástica", aproveitando para avisar: Pedro Caixinha pensa "em retomar a dinâmica de vitória já no próximo jogo". "Vamos esquecer este resultado, começar a pensar já no Sporting e em levantar a cabeça para podermos seguir em frente"
    U.Leiria sem espinha dorsal ou dignidade, juntando-se a sporting, braga, olhanense, portimonense, académica ou nacional da madeira!"

    Todos comprados!!!

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  3. Segundo veio a público, a Câmara Municipal de Matosinhos prepara-se para ceder um terreno para o futuro centro de estágio do FC Porto num processo que contou com a intervenção do novo presidente do Conselho Superior do FC Porto e actual presidente da CM do Porto, Rui Moreira.

    Para quem tanto falava dos convites para o camarote da Luz, o que dizer agora do desfile de políticos presentes nos novos órgãos sociais do FC Porto, e mais grave, com directa ou indirecta intervenção em decisões de gestão pública que começam logo com notícias de negociações e compromissos para supostas ofertas de terrenos.

    Estas ajudas surgem precisamente quando este clube está sob intervenção da UEFA, falhou e adiou os seus compromissos obrigacionistas e está numa situação de falência, com o mistério acrescido de não se perceber porque os milhões e milhões feitos em vendas não se reflectem nem nos resultados financeiros, nem no património edificado.

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  4. Com os terrenos do Seixal oferecidos, lá aparece esta abecula a falar...

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