Começou a nova época e o que se deseja é que decorra com o maior respeito entre todos os intervenientes e a maior transparência possível. E que, no final, o campeão seja ele qual for, tenha vencido sem suspeições, fundamentadas ou não.
Mas vamos a um breve relance sobre o que se passou durante o chamado defeso. O destaque naturalmente vai para o Campeonato do Mundo disputado na África do Sul. A Espanha foi justa vencedora e Portugal fez o que podia fazer, porque depois de vermos jogar a Espanha, a Argentina, a Holanda, a Alemanha, etc, ninguém poderia esperar que a nossa selecção fosse mais longe. Temos que admitir que a geração de ouro do nosso futebol já está na reforma e que não surgiram valores à altura de os substituir, optando-se antes por naturalizar jogadores brasileiros para os lugares necessitados o que, para além de não ter dado grandes resultados, é uma prática enganadora e que fará com que os jogadores portugueses tenham cada vez menos oportunidades e provocará a quase extinção do investimento nos escalões de infantis juvenis e juniores que deveriam alimentar os clubes de novos e prometedores jogadores. Ao invés promove-se a importação maciça de jogadores, muitos deles de qualidade mais que duvidosa.
No que diz respeito à nossa selecção está a decorrer um anedótico processo contra o nosso seleccionador, processo esse só mesmo possível no nosso país. Não tenho grande simpatia por Carlos Queiroz, longe disso, mas querer despedir o treinador nacional só porque disse uns palavrões quando a equipa de controlo anti-doping insistiu em acordar os jogadores mais cedo do que o estabelecido, é completamente absurdo. Primeiro esperou-se para se ver em que lugar ficava a selecção, depois lançou-se uma campanha de insinuações que intentavam fazer crer que o seleccionador teria cometido uma infracção gravíssima, agora procura-se pressionar o técnico a renunciar, terminando-se logo de seguida com o processo contra ele movido. A Federação é dirigida em grande parte por indivíduos que já lá estão há décadas e que já perderam o sentido do ridículo só lhes importando manter os seus cargos se possível para o resto da vida.
A Liga de clubes tem novo presidente, oriundo do Futebol Clube do Porto, de onde saiu devido a reais ou simuladas divergências com a restante direcção do clube. Evidentemente, há que lhe dar o benefício da dúvida mas acho que o Benfica e o Sporting precisam de estar com muita atenção para não voltarmos aos tempos das viagens ao Brasil, às visitas de árbitros a Pinto da Costa antes dos jogos, etc. Para ter uma ideia desses tempos basta ler a entrevista com José Pratas em que ele justifica a sua célebre fuga aos jogadores do Porto com as condições que então existiam no futebol português.
Quanto ao chamado mercado de jogadores nada de sensacional se passou. O Porto voltou a ir buscar um jogador que o Benfica queria contratar, depois foi buscar um jogador ao Sporting e anda a comprar mais uns estrangeiros que são autêntica lotaria quanto ao seu valor. Nesse aspecto também o Benfica e o Sporting vão pelo mesmo caminho não se assistindo a nenhum lançamento relevante de jogadores vindos das camadas jovens dos clubes mas antes ao corropio dos jogadores que vêm, ou estão quase a vir, ou que afinal assinaram por clubes estrangeiros mais endinheirados que os nossos.
Quanto aos oficiais já disputados: justa vitória do Porto sobre o Benfica na Supertaça, parecendo os portistas com a preparação mais adiantada do que o Benfica, o que é natural visto que é já esta semana que têm competição europeia.
Quanto aos jogos do campeonato: o Benfica perdeu com alguma infelicidade mas é evidente que a equipa não se apresenta tão forte como no começo da época anterior.
O Sporting também perdeu mas não me admirou e volto a dizer que com aquele presidente e sobretudo com aquele director desportivo o Sporting não vai longe.
O Porto conseguiu a sua primeira vitória à Porto. Sem se discutir a justiça do resultado, aquilo é meia bola e força e como nunca mais havia golo eis o penalti fantasma a poucos minutos do fim para tudo acabar em bem.
Para a semana farei uma análise mais detalhada das principais equipas e também voltarei ao defeso.
Uma última nota: vou continuar a escrever com o português que aprendi na escola porque entendo que as línguas não se impõem por decreto e não alinho num cozinhado imposto por um país com o argumento de que é o mais populoso dos países que falam português. Também há muitos países a terem como língua oficial o Francês, o Inglês ou o Espanhol e aí se falam as línguas livremente, com ligeiras diferenças de país para país, não havendo com isso qualquer problema.
Boas!!
ResponderEliminarCabe-me lembrar que o FC Porto não votou no Fernando Gomes para presidente da Liga ao contrário do Benfica e Sporting e o quiseram lá meter. A "nossa" escolha recaía sobre o Rui Alves do Nacional, que infelizmente ficou pelo caminho.
Quanto ao campeonato ainda é muito cedo mas já deu para ver 2 coisas:
- O Benfica não está tão forte este ano.
- O Jorge Jesus em vez de vir a ganhar pontos com este novo GR, como era seu desejo, passou a distribui-los pelos adversários.
Um abraço