Opinião: Horizonte vermelho

Voltou o campeonato, com muitos golos e algumas goleadas e entretanto Portugal mantém a esperança num apuramento milagroso.
Hungria – Portugal: O futebol tem destas coisas, com a Dinamarca que é uma boa equipa, jogámos bem e empatámos e a seguir fomos à Hungria jogar contra uma equipa fraquíssima e ganhámos jogando mal. O primeiro e único golo foi marcado muito cedo e deveria ter dado confiança e motivação para a selecção ir à procura de um resultado mais de acordo com a diferença de qualidade entre as duas selecções. Nada disso, Portugal seguindo a teoria de Queiroz, de que é preciso é não sofrer golos, passou a deixar correr o tempo, contra uma equipa que embora estando a perder em casa também não se esforçou muito para marcar golos. Assistiu-se assim a um mau jogo, que só animou um pouco quando a Hungria quase no fim do jogo esboçou uma pálida atitude ofensiva, que embora fraca ainda assustou Portugal. Se por acaso a Hungria tivesse então marcado, lá se ia a teoria da contenção e as esperanças no apuramento.
FC Porto – Leixões: O Porto venceu com toda a justiça e o primeiro golo é produto de um lance lindo do ataque portista. Logo a seguir mais um golo, este na sequência de mais um penalti à Porto, isto é, inexistente e que serviu para dar tranquilidade e quebrar a equipa adversária. Não há meio de o Porto ganhar (ou empatar) um jogo sem mácula. Mas, como já referi, o Porto ganhou com justiça e estes casos só servem para esbater o mérito dos seus jogadores. Hulk regressou mas pareceu-me inibido, com pouca iniciativa, temendo talvez ser castigado pelos adversários ou pelo árbitro. Hulk é um jogador que emprega o físico, mas não o acho maldoso, apenas protesta muito e está a aprender à sua custa que em Portugal há árbitros que nem amarelo mostram perante uma falta capaz de partir a perna a um jogador, mas que ficam todos melindrados perante um desabafo do jogador atingido e aí sim, já há cartões com fartura.
Belenenses – Benfica: Mais um bom jogo do Glorioso perante um Belenenses muito fraquinho. Começando a marcar muito cedo através de um grande golo de Saviola, feito de técnica, raça e sorte, o Benfica venceu com todo o mérito, só não marcando mais golos porque só voltou a carregar no acelerador na segunda parte marcando então mais três, o último dos quais com fora de jogo de Ramires. O brasileiro podia ter marcado antes e mostrou que é um grande jogador, que se adaptou rapidamente ao nosso futebol e que ainda tem muita margem de progressão como melhorar a precisão do remate. No oposto está César Peixoto, implacavelmente assobiado pelos adeptos do Belenenses que ainda se lembram da forma indigna como ele foi para o Porto. Sinceramente e com todo o respeito por Jorge Jesus, não sei o que é que ele vê neste jogador. De assinalar o regresso do grande Maxi Pereira, esse sim, um jogador à Benfica.
Sporting – Paços de Ferreira: Jogo muito fraquinho com um Sporting muito confuso, criando muito poucos lances de golo e com uma defesa muito insegura. A defesa é mesmo o sector mais fraco do Sporting com laterais que não defendem nem atacam bem. O central Carriço é um bom jogador, daqueles que não enganam, mas às vezes nota-se que está ainda muito “verde”. Felizmente Liedson “ is back in the business”, perdoem-me o estrangeirismo e com ele volta a eficácia atacante e também a primeira linha de defesa dos leões. Mas é pouco e o Sporting quase de certeza terá de ir ao mercado de Inverno, isto se ainda valer a pena.
Temos esta semana vários clubes em provas europeias. Boa sorte para todos excepto para o que corrompe o nosso futebol. Mas nada dura para sempre e ainda virá o tempo em que também desejarei a melhor sorte a esse clube.
Por ultimo uma referência a uma notícia que surgiu esta semana: A Federação Internacional de História e Estatística do Futebol, entre duzentos clubes avaliados, considerou o Sport Lisboa e Benfica o nono clube mais importante do século XX. Os clubes portugueses que vêm a seguir estão em vigésimo nono e em quadragésimo sétimo. Nem vale a pena dizer mais nada.

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