Opinião: Horizonte vermelho

A semana que passou teve muito futebol, com resultados muito diferentes entre os três maiores clubes. A nível europeu nenhuma das equipas portuguesas foi derrotada, mas só o SL Benfica, aproveitando muito bem ter jogado com a equipa mais fraca das que defrontaram os nossos clubes, parece ter a eliminatória quase assegurada.
Sporting- Fiorentina – Embora a Fiorentina já não seja a potência no futebol europeu que já foi, continua uma equipa perigosa, jogando no clássico estilo italiano: rigor defensivo e perigoso contra ataque. No entanto o Sporting merecia ganhar o jogo pois efectuou a sua melhor exibição da época, mostrando grande motivação e com alguns jogadores jogando ao nível da categoria que se lhes reconhece. Só Liedson é que nunca mais... Não conseguiu o Sporting ganhar porque a arbitragem foi uma vergonha, parecendo o Sporting que estava a jogar arbitrado por alguns árbitros do nosso futebol. Também Vukcevic, embora marcando um golo, dificultou a tarefa dos leões, pois foi expulso faltando meia hora de jogo e ficando impedido de jogar em Itália. Embora a regra de castigar com amarelo quem despe a camisola quando festeja um golo seja completamente estúpida, ela terá de ser cumprida e um profissional de futebol não tem desculpa quando prejudica o seu clube quando a ignora. Destaques no Sporting para Veloso, Moutinho e Matias Fernandez.
Benfica – Poltava – Grande exibição do Glorioso, que conseguiu um resultado que quase garante a entrada na Liga Europeia. Perante um adversário que até jogou bem até ao grande golo de Di Maria, o Benfica mostrou que já está bastante entrosado, praticando bom futebol quando os seus jogadores estão inspirados, inspiração que lhes foi dada por uma Catedral quase cheia. E que bonito é o estádio do SLB quando está cheio. Não vou destacar nenhum jogador, apenas referir que é com golos como o de Di Maria que se leva gente aos estádios e se leva ao reconhecimento internacional de jogadores e clubes.
Nacional – Zenit – Infelizmente nenhuma estação de televisão nacional achou que valia a pena transmitir um jogo oficial entre uma equipa portuguesa e o vencedor da Taça UEFA e da Supertaça Europeia do ano passado. É uma vergonha que torna compreensível a decisão do presidente do Nacional de impedir o acesso das televisões ao estádio. Compreensível mas de duvidosa legalidade. Quanto ao jogo, parece que foi muito bom, teve muitos golos, o Nacional venceu mas por um resultado que torna muito difícil o jogo no estádio do Zenit. Mas para já o Nacional está em vantagem. Boa sorte para esse jogo.
Sporting –SP Braga – Embora jogando com quase a mesma equipa que enfrentou a Fiorentina, o Sporting não conseguiu jogar ao nível do encontro europeu. Para além disso foi prejudicado logo no início do jogo quando o árbitro não assinalou um corte de bola com o braço dentro da área bracarense. Pobre Sporting, tanto na Europa como em Portugal, por razões diferentes, os leões foram transformados em cordeiros, sacrificados aos interesses dos poderosos. Mas não foi só por isso que o Sporting perdeu. Jogando contra uma equipa que se apresentou jogando à italiana, o Sporting não teve a frescura nem o discernimento suficiente para vencer a defesa bracarense. O Braga, com Alan e Meyong, dois bons jogadores, conseguiu marcar dois golos, um deles excelente, por Alan, pondo a descoberto o sector mais fraco da equipa do Sporting, a sua defesa. Não acho que a culpa dos maus resultados do Sporting seja do Paulo Bento. O que acho é que há um problema de comunicação entre a direcção e a massa associativa e quem paga é a equipa, sendo enxovalhada pelos adeptos do Sporting e sendo a menos culpada. A Direcção do Sporting não pode dizer que em primeiro lugar está o saneamento financeiro do clube e ao mesmo tempo querer fazer crer aos adeptos que a equipa está em pé de igualdade com as outras. Não é verdade. O Sporting fez poucos jogos de preparação, contratou poucos jogadores e porventura não terá reforçado os sectores que mais precisavam de novos e bons jogadores. Querer fazer crer que estão a recuperar financeiramente o clube e que ao mesmo tempo formaram uma equipa para lutar de igual com as outras favoritas é enganar os adeptos e é profundamente injusto para os jogadores e técnicos do Sporting.
V. Guimarães – SL Benfica –Típico jogo de campeonato com o Benfica a encher mais um estádio o que só por si já é bom. Haverá muitos jogos como este durante a época. O Benfica defrontou uma equipa que mostrou ter estudado muito bem a forma de jogar dos encarnados, que foi muito empenhada e que porventura não mereceria ter perdido o jogo. O Benfica mostrou-se um pouco cansado, já tem três jogadores importantes lesionados, Maxi Pereira é insubstituível e não são Peixotos ou Filipes que colmatarão as suas ausências. Felizmente Ramires conseguiu o que Cardozo ou Saviola não conseguiram. Cardozo então fez o pior jogo desde que está no Benfica, marcando um golo que foi bem anulado e não fazendo mais nada tendo até falhado um penalti. Também Quim não defendeu muito bem mas sobre quem devia estar na baliza do Benfica já eu me pronunciei. Agora o que interessa é a viagem à Ucrânia. Boa sorte Benfica e nada de excessos de confiança.
FC Porto – Nacional – Este é um jogo que não deveria ter história tal a superioridade do Porto. Infelizmente, o clube do Norte criou um monstro que parece agir já sem haver necessidade de o fazer. Assim até o que seria uma pacífica e limpa vitória do Porto foi manchada por uma acção estranha do árbitro, prejudicando claro está a equipa adversária. Pode-se até fazr uma comparação; No V. Guimarães-Benfica o árbitro assinala penalti contra os minhotos por mão dentro da grande área. Actuou de uma forma assertiva e sem dar lugar a discussões, expulsando o jogador que cometeu a falta pois já tinha um amarelo. O Penalti foi marcado e o jogo prosseguiu normalmente. Veja-se agora o que aconteceu nas Antas: Numa jogada na área do Nacional a bola sai pela linha final e o árbitro assinala canto. Prevenido pelo árbitro auxiliar, altera a sua decisão e marca grande penalidade, decisão que me pareceu correcta. No entanto, perante os protestos do jogadores insulares, em vez de se mostrar firme e proceder imediatamente à marcação do penalti e à sanção disciplinar do jogador que fez a falta, deixou-se antes rodear pelos jogadores mostrando sempre um ar muito tolerante. De repente, começa a sacar dos cartões, expulsa dois jogadores e parece ir continuar. Felizmente para o Nacional alguns jogadores afastaram os colegas evitando que o massacre continuasse. O Nacional caiu numa armadilha e o Porto lá ganhou o jogo calmamente.

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