Kokçu sente-se preso no Benfica. Os primeiros tempos de águia ao peito estão longe de corresponder ao que Orkun Kökçu idealizou. Encarregue de ocupar sobretudo zonas mais recuadas do meio-campo, o internacional turco sente-se bloqueado e incapaz de mostrar a sua melhor ver-são, escreve o Record. Depois de se ter assumido como um dos protagonistas no Feyenoord em termos ofensivos, muitas vezes surgindo como um 10', o jogador está desconfortável com as tarefas que lhe têm sido entregues por Roger Schmidt.
Desde que chegou a Lisboa, Kokçu - a contratação mais cara de sempre do futebol português (25 M€+ 5 M€) - ainda não se sentiu totalmente a vontade, já que nunca assumiu funções tão defensivas, mas as dificuldades em corresponder ao que pretende o treinador foram-lhe mais evidentes nos últimos dois encontros. Escolha inicial tanto no empate (1-1) com o Farense como no triunfo, por 3-1, ante o Salzburgo, raras foram as vezes em que o jogador conseguiu aproximações à área adversária: testou o remate de meia distância, um dos seus pontos fortes, apenas uma vez em cada um desses jogos. Na época passada, por exemplo, anotou 12 golos ao serviço do clube holandês, onde fez praticamente toda a formação.
Nos encarnados, Kökçu só coincidiu duas vezes no onze inicial com Florentino, o único '6' de raiz do plantel. De resto, o camisola 10 do Benfica tem partilhado o meio-campo com João Neves. Vive, portanto, uma realidade distinta da de Amesterdão. No Feyenoord, acostumou-se a dividir essa zona do terreno com mais dois jogadores, pelo que acabava por ter mais liberdade para subir no terreno.
Benfica tenta renovar com Rafa e Di María. Os dois melhores marcadores do Benfica na época em curso (oito golos cada) estão em final de contrato e a apresentar um rendimento superlativo e decisivo para o anda- mento da equipa, tanto no campeonato como na ponta final da participação na fase de grupos da Champions, que “salvou” a passagem para a Liga Europa. Ora, segundo O Jogo, o dianteiro português e o campeão mundial argentino ainda estão nos planos de Rui Costa para a próxima temporada, embora com algumas condicionantes à mistura.
Em circunstâncias normais, com os dois jogadores a entregarem um rendimento em alta no arranque da segunda metade da temporada, não existe qualquer motivo que potencie a separação. Pelo contrário, depois da análise que será feita internamente, os responsáveis encarnados, com o presidente à cabeça, e contando com a respetiva demonstração em campo, tentarão manter Rafa e Di María nas fileiras encarnadas para 2024/25.
A situação de Rafa tem estado bloqueada, sobretudo porque a SAD não quis chegar aos valores pedidos pelo agora ex-internacional português, por estar a colocar a fasquia demasiado alta, mas Rui Costa contará com o desejo do jogador de se manter em Portugal e aceitar baixar as suas pretensões. Quando a Di María, embora haja indicações de que voltará ao Rosario Central, onde se formou, a instabilidade que se vive na região e até no próprio país, aliada à importância que dá ao conforto familiar, poderão levá-lo a manter-se de águia ao peito – até porque Otamendi tem mais um ano de contrato com o Benfica – ou, noutros cenários, a aceitar o desafio de se mudar para a Arábia Saudita ou Estados Unidos da América (onde joga o amigo Messi).
Galeno pode ser chamado à seleção portuguesa em março. A presente temporada tem mostrado um Galeno de nível Champions e, na goleada aplicada anteontem ao Shakhtar (5-3), que confirmou a passagem do FC Porto aos oitavos de final, o extremo corroborou essa versão com nova exibição de gala. Ao bisar e assistir Taremi e Pepe, o luso-brasileiro elevou para 12 o número de participações diretas em golos em 2023/24, reforçando a candidatura a uma chamada à seleção portuguesa, decorrente do rendimento apresentado, mas não só.
Apesar de ser percetível a constituição de um núcleo duro e relativamente fechado na equipa das Quinas, Roberto Martínez admitiu, recentemente, que poderá abrir a porta a uma ou outra experiência na lista de eleitos na janela internacional de março, a última antes do Europeu do próximo ano e, perante esse cenário, Galeno surge na linha da frente. O selecionador, escreve O Jogo, aprecia sobremaneira a velocidade e capacidade de explorar o espaço atacante que o 13 portista apresenta, e mencionou, inclusive, o nome do ala como opção a ter em conta em diversas ocasiões, até porque encaixa num perfil que não abunda no lote de selecionáveis. Galeno, aliás, já foi motivo de conversa entre o técnico espanhol e Sérgio Conceição, como ambos revelaram em tempo oportuno. Indicadores de que a convocatória de estreia pode tratar-se de uma mera questão de tempo e até pode acontecer já na próxima janela de seleções.
A juntar a isto, mas não menos importante, há o rendimento inequívoco do ala de 26 anos, que obteve cidadania portuguesa em 2022. Ao contabilizar cinco tentos e sete ofertas esta época, Galeno “intromete-se” entre as escolhas de Martínez para as alas do ataque na caminhada para o Euro’2024, que tão bem correu à Seleção Nacional. Dos sete jogadores utilizados nas posições em causa, só um tem registos ofensivos superiores aos do jogador do FC Porto na temporada em curso, contabilizando o desempenho nos clubes: Ricardo Horta, do Braga, com nove remates certeiros e 11 assistências. Nomes como Diogo Jota, Bernardo Silva, João Félix e Rafael Leão, entre outros, estão no retrovisor.
Inevitavelmente, a produção de Galeno não é chamativa apenas num contexto de seleção. Há já algum tempo que o extremo está no radar de clubes de Inglaterra e Espanha – já existiram sondagens exploratórias – e as recentes exibições no palco privilegiado da Liga dos Campeões só vieram aguçar apetites. Por outro lado, o jogador vai-se cimentando como um dos ativos mais valiosos do plantel do FC Porto, estatuto correspondente à preponderância que tem na estratégia de Conceição e salvaguardado pela duração do contrato , válido até 2027 e blindado por uma cláusula de rescisão de 50 milhões de euros.
Os clubes portugueses estão entre os que mais dinheiro gastaram em serviços de intermediação de transferências em 2023, segundo o relatório anual publicado pela FIFA. No total, foram pagos no nosso país cerca de 60,9 milhões de dólares - equivalente a 55,4 milhões de euros - a intermediários, juntando as comissões por entradas e por saídas de jogadores.
Números que colocam Portugal no 5° lugar da lista dos países mais gastadores. No 1° posto, de forma destacada, surge Inglaterra com perto de 260 M€ despendidos. Seguem-se Itália (105M€), Alemanha (81M€) e Arábia Saudita, onde a totalidade dos 78M€ gastos dizem respeito a valores envolvidos na compra de jogadores. Portugal é também um dos países onde a distribuição do bolo total é mais equilibrada, entre entradas e saídas. Os clubes portugueses gastaram 27,48M€ em comissões na compra de jogadores e 27,94M€ com a venda de futebolistas - neste parâmetro, o terceiro valor mais elevado a nível mundial, atrás de Itália e Inglaterra -, valendo a pena recordar que a FIFA mede apenas transferências internacionais.
Dos 240,25M€ que segundo a FIFA foram investidos por clubes portugueses na compra de jogadores em 2023, 11.4% dizem respeito ao pagamento de serviços de intermediação. Da mesma forma, 5.5% dos 506,3M€ recebidos pela venda de jogadores para clubes estrangeiros, foram encaminhados para intermediários.
A nível internacional, os clubes de futebol gastaram 807M€ em serviços de intermediação. Um valor que representa um crescimento de 42,5% face ao relatório de 2022 e que supera o recorde 595,8M€ que tinha sido estabelecido em 2019. Cerca de 10% do total de valores movimentados em transferências internacionais, corresponde a custo com intermediários.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Regras dos comentários
O Fora-de-Jogo mantém um sistema de comentários para estimular a troca de ideias e informações entre seus leitores, além de aprofundar debates sobre assuntos abordados nos artigos.
Este espaço respeita as opiniões dos leitores, independentemente das suas ideias ou divergência das mesmas, no entanto não pode tolerar constantes insultos e ameaças.
Assim o FDJ não aceita (ou apagará) comentários que:
- Contenham cunho racistas, discriminatórios ou ofensivos de qualquer natureza contra pessoas;
- Configurem qualquer outro tipo de crime de acordo com a legislação do país;
- Contenham insultos, agressões, ofensas;
- Contenham links externos;
- Reúnam informações (e-mail, endereço, telefone e outras) de natureza nitidamente pessoais do próprio ou de terceiros;
Não cumpridas essas regras, o FDJ reserva-se o direito de excluir o comentário sem aviso prévio.
Avisos:
- Respeitadas as regras, é livre o debate dos assuntos aqui postados.
- Os comentários são de exclusiva responsabilidade civil e penal de seus autores e/ou “reprodutores”, participantes que reproduzam a matéria de terceiros.
- Ao postarem suas mensagens, os comentadores autorizam o FDJ a reproduzi-los no blog;
Não fique Fora-de-jogo nas suas palavras...