Vouchers do Benfica. Árbitro Nuno Almeida foi dos que mais comeu à borla. Jorge Faustino (atualmente analista de arbitragem) 'gastou' ao Benfica perto de 1500€; Pérola do Sporting é para...emprestar; Renovação de Rafa complicada. Benfica tenta segurar Chiquinho

O Sporting centra as atenções no presente, mas vai piscando o olho ao futuro. Sobretudo para a reabertura de mercado, em janeiro, altura em que a SAD dos leões se prepara para fazer alguns reajustes no plantel. Não só no que respeita a entradas (na qual a contratação de um médio assume-se de capital importância), mas também de algumas saídas.

E aqui não falamos de jogadores excedentários, de peças que não entram nos planos de Rúben Amorim, mas de jovens, com enorme talento e margem de progressão, que precisam de espaço para evoluir e ganhar bagagem competitiva que ainda não conseguem ter no plantel principal.

Neste âmbito, segundo o jornal A Bola, está Afonso Moreira. O extremo, de 18 anos, que foi uma das surpresas nos trabalhos de pré-temporada, no Algarve, e que esta época foi lançado na equipa principal (estreou-se com a camisola dos leões na jornada inaugural da Liga, 3-2, ao Vizela) deverá ser cedido em janeiro a um clube de Liga. Rúben Amorim pretende dar ao talentoso esquerdino um novo contexto competitivo e um empréstimo está em cima da mesa.

Renovação de Rafa complicada. Benfica tenta segurar Chiquinho. Como Grimaldo na temporada passada, Rafa e Chiquinho estão em final de contrato com o Benfica. A situação do avançado, elemento nuclear dos campeões nacionais, é a mais delicada, uma vez que as duas partes estão muito longe do acordo. Em contrapartida, a SAD encarnada procura segurar o médio. Mesmo não estando na primeira linha das escolhas, o jogador, de 28 anos, é um elemento da confiança de Roger Schmidt. Chiquinho foi pretendido no último verão, nomeadamente pelo Dínamo Moscovo, mas o treinador não abriu mão dele.

Vouchers do Benfica. Árbitro Nuno Almeida foi dos que mais comeu à borla. Jorge Faustino (atualmente analista de arbitragem) 'gastou' ao Benfica perto de 1500€. Ao longo de três épocas, o Benfica gastou 13 970,08 euros com os vouchers do Kit Eusébio. Entre 2013/14 e 2015/16, após os jogos em casa das equipas principal e secundária, para a I e II Liga e para as duas Taças, as águias entregavam aos quatro membros da equipa de arbitragem, aos dois delegados e ao observador dos árbitros uma réplica de uma camisola de Eusébio, uma entrada para o museu do clube e convites para o Museu da Cerveja. Além da visita a este espaço de Lisboa, estava incluída uma refeição. Foi sobretudo esta oferenda que motivou um inquérito do Ministério Público (MP), após participação da Federação Portuguesa de Futebol na sequência de uma entrevista de Bruno de Carvalho, ex-presidente do Sporting. em outubro de 2015.

Antes de arquivar o processo por falta de indícios de corrupção, o MP inquiriu 56 pessoas: 13 delegados e 43 árbitros (juiz principal, assistentes e 4.° árbitro). E, ao cruzar a faturação do Benfica e do restaurante com os vouchers emitidos, concluiu que a despesa foi maior com os delegados (os 9652,30 € correspondem a 69% do total) do que com os árbitros (4170,87 €).

No despacho de arquivamento, ao longo de 55 páginas, o MP enumera os gastos do Benfica ligados a cada pessoa ouvida no inquérito. Neste balanço, que o CM reproduz este domingo, constam 25 faturas associadas aos delegados e 22 aos árbitros.

Dos 43 elementos da arbitragem, apenas dois admitem ter ido comer ao Museu da Cerveja à conta do Benfica. A maioria diz que ofereceu os kits com os vouchers a outras pessoas. Por este motivo, na maioria das vezes, a investigação não conseguiu corresponder a despesa a um sujeito só.

Isso fez com que o valor de uma mesma fatura fosse imputado aos quatro elementos da equipa que arbitrou um determinado jogo.

Esta nuance só se verificou duas vezes com os delegados. Ao verificar os excessos que estes cometiam face à ausência de um valor máximo predefinido para as refeições - o que o Benfica justificou com "cortesia" -, na época 2015/16, o clube deixou de dar os vouchers aos delegados.

Entre os árbitros principais, Nuno Almeida, que há anos era acusado pelos adeptos de FC Porto e Sporting de beneficiar o Benfica, é o que tem o maior valor (1574,18 €) em faturas associadas a vouchers que lhe foram atribuídos. Mas é o assistente Luís Ramos que lidera a lista, com 1786,46 € divididos por nove faturas.
Também Jorge Faustino, atualmente analista de arbitragem no jornal Record e na Sport TV teve gastos perto dos 1500 euros.