O alvo do Benfica para a defesa; Di María rotulado como "fantasma" e "flop" pelos italianos; Ainda os equívocos no Farense-Sporting e as decisões no clássico

Iturralde González, antigo árbitro internacional espanhol, analisa os principais casos que marcaram a 7.ª jornada da Liga Betclic, com destaque para o clássico entre Benfica e FC Porto disputado no Estádio da Luz. González comenta também a prestação do árbitro João Pinheiro no duelo entre águias e dragões, além de outros lances polémicos no Farense-Sporting.

Benfica-FC Porto: Expulsão de Fábio Cardoso (19’): "É cartão vermelho. Muito bem o árbitro. O vermelho não é pela ação, mas por ser uma oportunidade iminente de golo. Os defesas estão muito distantes. Se fosse numa zona mais lateral era apenas amarelo. Aqui, se os defesas não podem chegar, é sempre expulsão. O jogador do FC Porto vai ao chão e saca bem a bola com a perna esquerda, mas a falta é com a perna direita, porque a levanta. Daí vermelho direto. Muito bem a equipa de arbitragem, sem usar VAR nem nada. Excelente decisão."

Benfica-FC Porto: Lance entre Trubin e Taremi (29’): "Não há nada. Digo sempre que esta é a jogada mais difícil para um árbitro, quando um guarda-redes vai ao solo disputar uma bola dividida. Nunca sabes quem chega primeiro, se o avançado deixa as pernas para que o guarda-redes toque… Muito bem aqui o árbitro. O guarda-redes chega antes, tira bem a bola e o jogador do FC Porto deixa arrastar os pés para confundir o árbitro. Muito bem o guarda-redes neste caso e também o árbitro."

Benfica-FC Porto: Amarelo a David Carmo (34’): "É uma jogada parecida à do Fábio Cardoso. Com uma diferença. Aqui a bola vai na direção do canto e há um jogador do FC Porto que, pela esquerda, pode chegar para disputar a bola. É amarelo simplesmente, pela falta e por travar um ataque prometedor. Não é uma oportunidade manifesta de golo. Muito bem o árbitro novamente."

Balanço à atuação de João Pinheiro no clássico: "Num jogo tão forte mediaticamente – imagino como pode ser – há que destacar que, quando há razões para criticar, critica-se, mas também é preciso elogiar quando se justifica. Este árbitro tomou 3 decisões corretíssimas sem usar VAR. Muito bem, muito boas decisões. Dá alegria quando vês um árbitro acertar este tipo de decisões."

Farense-Sporting: Expulsão Gonçalo Silva (18’): "Este lance deixa-me muitas dúvidas. É penálti, pois é uma mão clara. Mas o vermelho deixa-me muitas, muitas dúvidas. Só podes dar vermelho quando é oportunidade clara de golo. Se tiras o guarda-redes da jogada, seria vermelho claríssimo, pois se o defesa não toca com a mão a bola ia direta à baliza. Mas creio que o guarda-redes aqui poderia defender a bola e já não seria vermelho. Só temos imagens laterais. Com uma câmera atrás da baliza, veríamos claramente se o guarda-redes ainda podia defender. A bola vem de um ressalto, não vem rápido… Eu creio que sim. É mão, é penálti, mas a dúvida é o vermelho."

Farense-Sporting: Falta de Huljmand sobre Fabrício Isidoro? (42’): "Devia ter levado o segundo cartão amarelo. Pode estar muito longe da baliza, mas a questão é que é uma entrada alta e à zona do joelho. É uma entrada temerária. Não podes entrar a disputar uma bola assim, tão alto…"

Farense-Sporting: Falta de Nuno Santos bem assinalada? (55’): "Falta muito bem assinalada e amarelo bem mostrado. Quando há um jogo perigoso sem contacto é livre indireto. Aqui é jogo perigoso com contacto, porque lhe toca com a perna direita, é livre direto e cartão. A chave é o contacto."

Farense-Sporting: Penálti sobre Edwards (55’): "Não sei se é penálti ou não. É muito de critério. É daquelas jogadas que gosto sempre muito de ouvir os jogadores falarem, porque aprendes muito com eles. O árbitro apita porque há contacto. Parece-me mais que o avançado procura o contacto, sente-o e atira-se, do que realmente um derrube do defesa. O defesa deixa a perna, mas o avançado quando quer dar um passo, procura e inicia o contacto com a perna do defesa. Para mim, não é penálti. É um penálti que o avançado saca ao defesa. Em campo é das jogadas mais difíceis para o árbitro, pois o avançado fá-lo muito bem. Mas creio que saca o penálti.

O alvo do Benfica para a defesa. O Benfica identificou a lateral direita como uma lacuna do plantel a preencher já no mercado de janeiro e Pedro Malheiro, defesa de 22 anos do Boavista, está em cima da mesa, segundo avança O Jogo. A cobiça benfiquista pelo camisola 79 dos axadrezados levou mesmo a que tenham já existido contactos, no sentido de sondar as condições necessárias para um eventual negócio na reabertura do mercado de transferências, em janeiro próximo.
Face à saída no verão de Gilberto para o Bahia, Bah é o único jogador de raiz para esta posição entre os que estão às ordens de Roger Schmidt, que já adaptou três futebolistas àquele flanco defensivo: João Victor, Aursnes e até Tomás Araújo, central que entrou para a lateral direita diante do Inter face à lesão do internacional dinamarquês.
Apesar das várias adaptações, o plano encarnado passa por garantir uma opção de raiz para o posto, tal como o nosso jornal escreveu, até na sequência do caso ocorrido com João Victor, afastado por Roger Schmidt no treino do último sábado devido ao que o técnico considerou ser falta de empenho.
Com contrato até 2025 com o Boavista, que pretende fazer um encaixe superior a dois milhões de euros com a transferência, Malheiro, internacional sub-21 português, é um jogador muito cobiçado e referenciado por clubes como Atlético de Madrid, Real Sociedad e Villarreal. Aos 22 anos, o defesa está a realizar um excelente início de temporada. Com seis jogos disputados, e 483 minutos somados, o lateral direito contabiliza dois golos e uma assistência.
Além de Pedro Malheiro, também Villadsen, do Nordsjaelland, é outro nome referenciado pelos encarnados para a posição.

Di María rotulado como "fantasma" e "flop" pelos italianos. Muito vaiado pelos adeptos do Inter depois de ter passado uma temporada na Juventus, Di María viu a sua exibição ser bastante criticada pela imprensa de Itália. O argentino foi mesmo considerado o pior jogador do Benfica pelos três maiores jornais desportivos daquele país. A 'La Gazzetta dello Sport' atribuiu-lhe nota 5 numa escala de 1 a 10 e rotulou o extremo dos encarnados como "flop", mostrando que se esperava mais perigo vindo do camisola 11 dos encarnados.
"Ele era o jogador mais temido e foi muito vaiado em San Siro, mas foi um fantasma. Só se deu por ele na cobrança de um canto em que acertou com a bola na trave", lê-se no texto com as análises individuais de todos os jogadores.
O 'Corriere dello Sport' dá-lhe a mesma nota, lembrando que era o jogador mais temido pelos nerazzurri, até porque "iniciou a temporada como protagonista" nas águias. No entanto, escreve este diário, "só se deu por Di María durante meia hora". Depois, o extremo "desapareceu."
Sediado em Turim e habituado a dar uma grande preponderância à cobertura da Juventus, o 'Tuttosport' até foi o jornal mais duro com o ex-jogador da 'velha senhora' ao dar-lhe 4,5. "Andou à procura da magia em vão", escreveu.