31 outubro 2023

69M€ de dúvidas na Luz; Ainda o golo anulado ao Boavista. "FPF devia colocar o sistema de fora de jogo como na Champions, aquela cortina"; "Roger Schmidt passa de novo Eriksson para Jorge Jesus"

Depois da conquista do Campeonato na época passada e da entusiasmante campanha na Champions, que terminou nos quartos de final, o reforço do plantel com nomes sonantes e caros faziam acreditar num salto qualitativo. Mas a equipa entrou numa má fase, perde pontos na Liga e tem a qualificação na Champions comprometida (depois de 3 derrotas nas 3 jornadas disputadas na fase de grupos).
As explicações podem ser várias. É pertinente, porém, olhar para o que mostraram os jogadores contratados e verificar que a relação entre o custo e expectativa de potencial e o rendimento é ainda muito insuficiente.
Teremos, porém, de fazer três ressalvas. A primeira é Ángel Di María. O extremo argentino, grande figura dos encarnados no arranque da época, é o melhor marcador da equipa, com 6 golos em todas as provas (uma assistência), em 10 jogos. Di María assinou até final desta época, livre, após terminar contrato com a Juventus. Estará a receber um ordenado a rondar os 5 milhões (segundo avança o jornal A Bola), mas tem mostrado em campo que é mesmo reforço e que ainda tem muito para dar apesar dos 35 anos.
Os outros dois pontos de diferença são o atacante Gonçalo Guedes e o lateral-esquerdo Bernat, os dois na Luz por empréstimo, respetivamente de Wolverhampton e PSG. Guedes voltou agora depois de lesão e recuperação longa e merece crédito para se mostrar (tem somente 3 jogos, uma assistência), num negócio que para os encarnados significará encargo líquido a rondar os 2 milhões. Bernat custará acima disso em ordenados às águias e o espanhol, com 30 anos e carreira importante, seria expectável que estivesse em melhor momento — tem 5 jogos (234 minutos), mas tem-se exibido a um nível muito sofrível.
Entramos nas contratações efetivas, apostas fortes. Os sinais são bons, ficarão poucas dúvidas de que são bons jogadores, mas, por enquanto, quando estão disputados 14 jogos, não convencem.
Kokçu, médio centro internacional turco de 22 anos, foi contratado ao Feyenoord por 25 milhões de euros, mais 5 milhões possíveis em bónus. É a contratação mais cara de sempre em Portugal. Agora lesionado e com paragem de três semanas pela frente, tem merecido a confiança de Schmidt. Fez 12 jogos, um golo e fez 2 assistências. Continua a adaptar-se, mostra trabalho, mas ainda não corresponde ao 10 que usa na camisola.
Segue-se Jurásek. Pelo lateral-esquerdo checo, o Benfica pagou ao Slavia de Praga 14 milhões de euros, ficando o Slavia ainda com direito a 10% do valor de mais-valias numa futura transferência. Jurásek, 23 anos, é o lateral mais caro da história do clube; joga com esse peso e com outro ainda maior, que é o de ter de substituir Grimaldo (terminou contrato e mudou-se para o Leverkusen), mas o defesa tem desiludido e os adeptos assobiam-no com frequência — tem 9 jogos.
Na baliza, Trubin, jovem guarda-redes ucraniano de 22 anos, foi contratado ao Shakhtar por 10 milhões, mais 1 milhão em bónus. Vem de um contexto competitivo menos exigente e também tem a herança de preencher o lugar deixado por Vlachodimos, que saiu para o Nottingham Forest. Até ao momento, com 8 jogos, Trubin tem sido bipolar — tanto defende penáltis, como sofre golos comprometedores.
No ataque, o responsável por uma das mais duras tarefas, a de fazer esquecer Gonçalo Ramos. O Benfica pagou à Fiorentina 20 milhões, mais 5 milhões possíveis por objetivos, por Arthur Cabral. Porém, o ponta de lança brasileiro, 25 anos, tem sido uma desilusão, não há outra forma de o dizer. Tem só um golo (marcado ao Lusitânia dos Açores, na Taça de Portugal) em 10 jogos e em campo mostra-se desconexo com as dinâmicas das equipa.
Ou seja: bónus contratualizados à parte, Kokçu, Jurásek, Trubin e Arthur Cabral representam um investimento direto de 69 milhões de euros.

"Roger Schmidt passa de novo Eriksson para Jorge Jesus". Roger Schmidt passou do céu para o inferno em poucos meses, metaforicamente falando, no que à relação com os adeptos encarnados diz respeito. O técnico alemão, contratado na última época e campeão nacional na estreia em Portugal, já venceu esta temporada a Supertaça Cândido de Oliveira ao FC Porto mas na Liga dos Campeões a vida está complicada para as águias e no campeonato a turma da Luz vai escorregando e cedendo terreno para os rivais.
Por isso, soam os alarmes na capital com os adeptos a não gostarem do rendimento deste Benfica que, na ótica de Carlos Freitas, antigo dirigente de Sporting e SC Braga, entre outros emblemas nacionais e estrangeiros, se mostra diferente não apenas ao nível dos jogadores em campo mas também por conta da dinâmica em campo.
Em relação à gestão de expectativas, Carlos Freitas admite que isto "é um pouco do passado recente do Benfica" e recorda a forma como treinadores, que foram campeões, deixaram a Luz.
"Ou seja, Rui Vitória ganha dois campeonatos e sai pela guarda baixa. Bruno Lage faz seis meses excecionais, ganha o campeonato e quando sai, sai em baixa", referiu Carlos Freitas, em declarações no Canal 11.
Agora, com o técnico alemão, a mudança de perceção que os adeptos têm do treinador também se está a alterar rapidamente. "Roger Schmidt passa de novo [Sven-Göran] Eriksson para Jorge Jesus", disse Carlos Freitas.
O ex-dirigente leonino e bracarense destaca que "há meia dúzia de meses falavam de Roger Schmidt como o sucessor de Sven-Göran Eriksson numa linhagem de treinadores."
"Ao fim de seis meses, contestam o treinador", declarou Carlos Freitas, certo de que Roger Schmidt tem de assumir culpas neste contexto do futebol praticado pelo Benfica, mas vê também que há mais figuras que devem chegar-se à frente e assumir responsabilidades pelo momento que o campeão nacional atravessa
"Roger Schmidt terá as suas culpas porque está dentro da dinâmica mas, seguramente, não será o único elemento a quem devem ser pedidas responsabilidades num momento como este", atirou Carlos Freitas.

"FPF devia colocar o sistema de fora de jogo como na Champions, aquela cortina". O Sporting é líder do campeonato mas alguns jogos dos leões têm feito correr muita tinta por conta das linhas de marcação de fora de jogo. Num encontro diante do Casa Pia, o próprio Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol reconheceu que o golo validado a Paulinho não deveria ter sido confirmado pelo VAR. Agora, diante do Boavista, um golo anulado aos axadrezados tem dado que falar por conta da colocação das linhas de fora de jogo.
Para Pedro Henriques, a solução passaria por adotar o sistema que a FIFA adotou no Mundial e a UEFA tem na Liga dos Campeões, por exemplo. A ideia do antigo futebolista é que aos espectadores sejam dadas imagens em "cortina" para que estes possam perceber que parte do corpo do defesa serviu para fixar as linhas que determinam que os atacantes estão em posição irregular.
 "Eu acho que é muito mais caro, mas acho que a Federação Portuguesa de Futebol deveria tentar fazer um esforço de colocar o sistema de fora de jogo como temos na Champions League, tivemos no Mundial", desafiou o antigo jogador de futebol.
Em declarações na Sport TV, o ex-atleta profissional disse que esse sistema permite tirar as dúvidas que possam existir. "Aquela cortina", indicou Pedro Henriques sobre o mecanismo que gostaria de ver implementado.
"Aqui não consigo identificar qual é a referência do defesa", disse ainda Pedro Henriques sobre o sistema de deteção de fora de jogo que é usado na I Liga por parte da Federação Portuguesa de Futebol.
A este propósito, recorde-se, o conhecido associado do Sporting André Pinotes Batista já tinha deixado a sua opinião, lembrando que a estadia do Sporting no primeiro lugar do campeonato "incomoda".
"Eu sei que o Sporting ir em primeiro lugar incomoda, queremos ver problemas em todas as linhas", afirmou André Pinotes Batista, realçando que, no futebol nacional, "isto é um vício".
No Estádio do Bessa, recorde-se, aos 81 minutos, o avançado boavisteiro Bozeník rematou para o fundo da baliza dos leões naquele que seria o 1-1. No entanto, o golo do clube portuense foi anulado pelo VAR, que deu indicações ao árbitro, em campo, de que o jogador do Boavista estava em posição de fora de jogo de 27 centímetros.
A colocação das linhas rapidamente levantou dúvidas entre os adeptos e alguns deles, sobretudo rivais do Sporting, tem criticado que se tenha anulado o golo. Já sportinguista, por seu lado, como deu conta Pinotes Batista, preferem confiar naquilo que tem sido o mecanismo implementado há vários anos no futebol nacional.

2 comentários:

  1. A linha foi mal colocada de propósito, para invalidar um golo que daria o empate ao Boavista. Então colocam a linha no pé e o ombro do Esgaio também ficou fora de jogo?. O Sporting Corrupto de Portugal deveria devolver os 6 pontos que já leva a mais com erros descarados de arbitragem.

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  2. Quem levou um 69 hoje? O picanha fodeu-vos! Já tem dois golos. Está quase a apanhar o Paulinho O Taremi e o aGressoroqueres e nem metade dos minutos jogou.

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