Javi Garcia pode estar de regresso ao Benfica; Amorim prepara-se para ser o treinador mais gastador de sempre do Sporting; Interesse em 'pérola' do FC Porto arrefece

O espanhol Javi García pode regressar ao Benfica na próxima temporada, mas como adjunto do técnico Roger Schmidt. O médio que representou o Boavista nas duas últimas épocas já foi contactado por Lourenço Pereira Coelho, administrador da SAD com o pelouro do futebol, que lhe colocou o desafio de integrar o staff do treinador alemão. Aos 35 anos, Javi García ainda tem mais um ano de contrato com os axadrezados mas pode antecipar o final da carreira para aceitar o convite dos encarnados. A confirmar-se seria um regresso do internacional espanhol à Luz, onde jogou entre 2009 e 2012 – conquistou um campeonato (2009/10) e três Taças da Liga (2009/10, 2010/11 e 2011/12) – saindo para o Manchester City a troco de 20 milhões de euros. Apesar de ter sido formado no Real Madrid e ter chegado à equipa principal dos merengues (cruzou-se com Cristiano Ronaldo quando o craque português chegou a Espanha pois estava de partida para Lisboa), Javi García não esconde que ficou com as águias no coração. “Joguei os meus melhores anos no Benfica. Depois várias equipas chamaram-me e eu escolhi o Manchester City por ser a que mais me cativou. A Liga inglesa sempre me encantou”, afirmou o médio numa recente entrevista ao jornal espanhol AS. O treinador Roger Schmidt pretende contar com a colaboração próxima de alguém que conheça bem o futebol português e também os adversários na Liga Bwin e competições nacionais. A ideia é facilitar a integração do alemão no novo contexto, processo que se pretende o mais célere possível na Luz.

O perfil desejado é alguém que conheça bem o Benfica, o que implica representar o clube e que esteja por dentro dos bastidores, sendo uma figura respeitada pelos jogadores. Ora, Javi García encaixa e cumpre os requisitos, faltando agora a sua resposta ao convite que lhe foi endereçado. Para já, Roger Schmidt faz-se acompanhar por três elementos da sua confiança: os adjuntos Jorn Wolf (com quem trabalha desde o Bayer Leverkusen) e Jens Wissing (juntou-se a Schmidt no PSV) e ainda o preparador físico Benjamin Kuger, responsável pela forte intensidade que o técnico impõe nas suas equipas.

A Lázio tem no reforço do meio-campo uma das prioridades para a próxima época e, nesse âmbito, Vitinha foi apontado em Itália como um dos alvos da equipa de Maurizio Sarri. Contudo, de acordo com o jornal “Corriere dello Sport”, o interesse dos romanos no médio português esfriou, alegadamente à conta das “elevadas exigências” do FC Porto em relação a valores que permitiram iniciar uma eventual negociação. Recorde-se que os responsáveis do clube transalpino tiveram a oportunidade de observar o internacional luso de perto no play-off de acesso aos oitavos de final da Liga Europa, em que os dragões eliminaram a Lázio. Vitinha, de 22 anos, também já foi associado a clubes como Bayern e Liverpool, não sendo de esperar que o FC Porto facilite perante qualquer abordagem, até porque a cláusula de rescisão do centrocampista cifra-se em 40 milhões de euros.

Rúben Amorim prepara-se para se tornar no treinador mais gastador de sempre do Sporting. O pecúlio investido no defeso que se avizinha vai permitir a ultrapassagem a Jorge Jesus. Não tem sido tão comum quanto isso os leões terem um treinador durante três épocas desportivas e também isso pesa nas contas finais, sendo necessário contextualizar que o valor de mercado dos atletas subiu exponencialmente no século XXI. Com Jesus, os leões desembolsaram 92,4 milhões de euros em passes de jogadores. Em 2015/16, a época onde lutou até final pelo título, gastou 9,7 M€, subindo a fasquia para 34,8 e 47,9 M€, respetivamente, nas temporadas seguintes. O último ano de Jesus foi mesmo o mais gastador de sempre na história do Sporting. Rúben Amorim, entretanto, prepara-se para superar o técnico amadorense, pois vai atingir nos próximos meses um valor mínimo de 91,9 M€, bastando para tal o Sporting exercer a opção de compra de Porro ao Manchester City e confirmar a aquisição de Morita, ao Santa Clara. Fica portanto a apenas 500 mil euros dos tais 92,4 milhões de euros gastos por JJ, pecúlio que será batido com mais entradas para 2022/23. Obviamente, esta explosão financeira, que resulta na contratação de reforços tem muito a ver com as sucessivas presenças das equipa de Amorim na Champions. Na última temporada, no total, os leões chegaram a ganhar 46 milhões. Só a participação valeu 26 milhões.

Nas contas do jornal O Jogo, com auxílio da plataforma especializada em mercado, Transfermarkt, fica claro que o plantel do Sporting está longe de ser low cost. Em 2020/21 foram gastos 35,1 milhões de euros. Tabata custa 5 M€ em caso de o Sporting avançar para a totalidade do passe do ex-jogador do Portimonense, Feddal ficou em 3 M€ e Nuno Santos em 3,75 M€. Pedro Gonçalves custou 6,5 M€ aos leões e Paulinho, já em janeiro, envolveu um dispêndio de 16 M€, ainda que o Sporting advogue não ser esse o valor uma vez que Borja entrou na transação com o Braga, amortizando o investimento em questão. Os 34,3 M€ foram sucedidos em 2021/22, depois da conquista do título, por um pecúlio de 21,5. Esgaio custou 5,5 M€, Ugarte 6,5 M€ e Edwards 7,5 M€. Todos estes reforços vindos do campeonato português, a maior aposta dos últimos anos, representaram 19,5 M€ de custos, juntando-se a estes a taxa de empréstimo de Pablo Sarabia, cifrada em 2 M€.

Para 2022/23, St. Juste é o primeiro a assinar e o central mais caro da história do Sporting – bate o argentino Quiroga, contratado ao Newell’s Old Boys, em 1998, a troco de 5 M€, e o atual capitão Coates, que custou 4,7 M€. St. Juste implica o pagamento de 9,5 M€, mais 2,5 de objetivos tangíveis de cumprir e, finalmente, 1,1 M€ de custos de intermediação. A estes 13,1 M€ juntam-se os 10 M€ investidos por 50% do passe de Rúben Vinagre. Aos 23,1 até agora despendidos vão aliar-se os 8,5 M€ pela contratação de Porro ao M. City, ativando-se a opção pelo espanhol, ficando Morita, do Santa Clara, para superar os 36 M€. O médio custará pelo menos 4,5 M€, 1M€ destes por objetivos. Com todo um defeso pela frente, Amorim atingirá a segunda época com maiores gastos no clube e Jesus será ultrapassado até agosto. Rúben Amorim e Jorge Jesus são os mais gastadores do século XXI e, consequentemente, da história do clube face à inflação dos passes. Mas tal acontece porque estiveram no clube por um período de três anos, sendo que Amorim arrancará para a quarta época. Como o clube não tem privilegiado a estabilidade aos treinadores, o único caso comparável é o de Paulo Bento, que gastou pouco. Durante quatro épocas, só foram usados 29,5 M€: 8 M€ na primeira, 1,4 M€ na segunda, 10,5 M€ na terceira e 9,6 M€ no adeus.

O desempenho de Amorim nesta época fica-se pela conquista da Taça da Liga e da Supertaça. Tal como em 2020/21, o técnico dá dois títulos ao museu. No século XXI só em três outras ocasiões o Sporting ganhou dois títulos por época: em 2001/02, Boloni venceu campeonato e Taça de Portugal; em 2007/08 Paulo Bento Taça de Portugal e Supertaça; em 2018/19, Keizer ganharia Taça de Portugal e Taça da Liga. Amorim está a dar rendimento e a própria prestação na Liga dos Campeões, na qual chegou aos oitavos de final, valeu encaixe de 46 M€. A valorização dos ativos do clube está à vista, sendo que deverão sair jogadores até agosto permitindo ao Sporting recuperar dinheiro. Nuno Mendes será comprado pelo PSG por 40 M€.