Limpeza na Luz: Rui Pedro Braz sai ou desce de posição. O regresso de Lourenço Coelho. Veríssimo sai no final da época; Flamengo assume que vai negociar Everton; Galeno rejeitou Flamengo para assinar pelo FC Porto

A seis pontos do Sporting e a 12 do FC Porto na Liga Bwin e depois de perdida a Allianz Cup, a última competição interna que restava, o Benfica já prepara a próxima época. Lourenço Pereira Coelho, que volta a assumir protagonismo como membro do novo Conselho de Administração da SAD, terá poderes alargados no futebol e vai fazer acertos na estrutura. Após mais uma época de fracasso desportivo, está em marcha uma limpeza interna. Rui Pedro Braz, diretor-geral para o futebol, pode estar em risco – ainda que esta reestruturação possa não implicar a sua saída mas a sua colocação num lugar menos exposto – e é seguro que Nélson Veríssimo não será o treinador em 2022/23. Ao que o jornal Record apurou, Rui Costa tinha em mente executar o seu plano para o futebol no final da temporada, mas, face aos maus resultados e com os lugares de apuramento direto para a Liga dos Campeões mais longe, optou por antecipar essas alterações, mesmo que o Benfica ainda tenha de defrontar o Ajax nos oitavos-de-final na principal prova de clubes organizada pela UEFA. Tendo mantido o vínculo aos encarnados, após a renúncia ao cargo para diretor-geral para o futebol, que ocupou entre 2013 e 2017, Pereira Coelho foi chamado para a Administração da SAD, eleita a 24 de janeiro passado, e com poderes no futebol. É considerada a pessoa certa para o lugar pois é visto como alguém que mantém distância em relação aos jogadores e é disciplinador. De acordo com as informações, Pereira Coelho – que esteve na tribuna da Luz no encontro de anteontem, com o Gil Vicente – já está a preparar a próxima pré-temporada, ao mesmo tempo que planeia emagrecer a estrutura diretamente ligada à equipa de futebol. O jornal sabe que em preparação está uma comissão restrita composta por Rui Costa e pelos administradores Domingos Soares de Oliveira, Luís Mendes e Pereira Coelho, que ficarão responsáveis pelos dossiês relativos ao futebol (contratações, dispensas e renovações), mas também com os contactos institucionais com a Liga, FPF e UEFA, por exemplo.

Soares de Oliveira tem estado ausente, por se encontrar de férias. Além disso, de acordo com o diário, o administrador não disfarça alguma desmotivação por sentir algum distanciamento e falta de confiança por parte do presidente. Durante a campanha eleitoral, Rui Costa sempre fez questão de ‘segurar’ o CEO dos encarnados, quando confrontado com as assinaturas nos alegados contratos suspeitos na operação ‘Cartão Vermelho’, ao contrário do que aconteceu com Miguel Moreira. Soares de Oliveira chegou a pedir a demissão antes das eleições, tendo sido a decisão remetida para mais tarde de forma a que a transição fosse pacífica. Até porque tinha em mãos dossiês importantes relativos ao futebol. No entanto, acabaria por aceitar ficar. Rui Costa e Soares de Oliveira são os únicos que transitam da anterior Administração.

Flamengo vem por Everton. Bruno Spindel e Marcos Braz, dirigentes do Flamengo, embarcaram ontem rumo à Europa tendo em vista a contratação de reforços para o plantel orientado por Paulo Sousa. Um dos alvos da dupla é Everton, mas Bruno Spindel, diretor do futebol do Mengão, assume que as negociações com o Benfica não se avizinham nada fáceis. “É uma contratação difícil. O Everton é um jogador que interessa ao Flamengo, mas o Benfica investiu mais de 20 milhões de euros na transferência, uma quantia totalmente fora da realidade atual do futebol brasileiro. Já tivemos conversas com o Benfica mas eles ainda não mostraram uma vontade mais firme de negociar o jogador, não houve nenhuma sinalização por parte da direção. E com o Everton, claro, só falaremos depois de chegar a um acordo com o Benfica, conforme é normal em qualquer negociação”, afirmou Bruno Spindel à partida do Brasil. Everton, de 25 anos, cumpre a segunda temporada na Luz depois de ser contratado ao Grémio. Soma 14 golos em 80 jogos pelos encarnados. 

Galeno rejeitou Flamengo para assinar pelo FC Porto. O negócio da recompra de Galeno no último dia do mercado de transferências para colmatar a saída de Luis Díaz para o Liverpool - deixou muitos portistas intrigados e até revoltados, mas a verdade é que os dragões conseguiram garantir o jogador por um valor abaixo do mercado e também do oferecido pela concorrência. O “Transfermarkt” avalia-o em 12 milhões de euros e, além disso, o jornal O Jogo avança que o Flamengo - por indicação do técnico português Paulo Sousa - apresentou uma proposta ao Braga um pouco superior aos nove milhões de euros que o FC Porto vai pagar. O negócio com os cariocas estava bem encaminhado até que os dragões entraram em campo. A vontade do jogador e a abertura manifestada por António Salvador, presidente dos minhotos e com quem Pinto da Costa tem uma excelente relação, foram fundamentais para o desfecho conhecido no último dia do mercado de inverno. Galeno - assim como os seus representantes - considera que nesta fase da carreira a mudança para um grande em Portugal seria o passo mais correto em vez do regresso ao Brasil, de onde saiu com apenas 19 anos para representar a equipa B dos dragões. O novo número 13 do FC Porto - uma homenagem a Alex Telles - preferiu regressar a uma casa que conhece bem e onde sabe que vai lutar pelo título nacional. Voltar a ser campeão, agora com uma maior participação, é um sonho que espera concretizar já esta temporada, a juntar ao desejo de provar que pode jogar na equipa principal do clube que lhe abriu as portas na Europa. E tudo isso também pesou na decisão.