Revolta no Seixal. Jogadores recusam treinar depois de JJ ter encostado Pizzi. Fim de linha para JJ na Luz; Corona pode deixar já o Dragão

A corda esticou e agora partiu – os jogadores encarnados recusaram-se ontem a treinar, depois de Jorge Jesus ter afastado Pizzi, apurou o jornal Record. Na origem desta decisão para com o ‘21’ estão as críticas que este fez ao grupo minutos depois do apito final no último clássico com o FC Porto, quinta-feira passada. Castigado, JJ não podia estar no balneário naquela altura mas, ao ter conhecimento do sucedido, confrontou ontem o internacional português em dois momentos distintos. E o ‘motim’ começou precisamente quando JJ anunciou, à frente de todos, que Pizzi não voltaria a treinar sob o seu comando.

Ao ouvir isto, os restantes jogadores responderam que, se era assim com um dos capitães, então ninguém treinava. A situação redundou num impasse que durou perto de uma hora. Afinal, foi preciso chamar Rui Costa para tentar apagar o fogo. O presidente pegou então nas rédeas da situação e encetou diversas conversas com estrutura do futebol e jogadores. O responsável máximo conseguiu apaziguar o cenário, levando então a que os jogadores dessem início à preparação do clássico, com o compromisso de que Pizzi seria reintegrado hoje.

Fim de linha. Jorge Jesus vai deixar o Benfica e nem é certo que esteja no banco a comandar os encarnados no encontro de quinta-feira, no Dragão, escreve o Record. O ambiente e a relação com os jogadores degradou-se de tal forma que pode mesmo sair antes do novo duelo com o FC Porto, desta vez a contar para a Liga Bwin.

O relacionamento com os jogadores há muito que tem se tem deteriorado, havendo mesmo sinais públicos que deixavam perceber essa tensão. Em Munique, onde o Benfica foi goleado (2-5), Lucas Veríssimo respondeu ao treinador, depois de ter sido corrigido pelo amadorense. Nesse mesmo encontro, Gilberto também reagiu de forma intempestiva. Depois dessa partida, o desgaste sentido pela maior parte dos futebolistas em relação ao treinador. Era o caso de Otamendi, um dos capitães das águias, que ameaçou sair em janeiro se não houvesse mudança de comportamento por parte de Jesus. O argentino e o técnico apressara-se a desmentir qualquer conflito entre eles, mas Jesus deixaria o aviso: “Há aqui um princípio que é o relacionamento do treinador com os jogadores. Primeiro, sou treinador dos meus jogadores e estou aqui para defender os interesses do Benfica.”

A verdade é que os sinais de mal-estar se mantiveram e internamente esse relacionamento difícil não é admitido. Até Pedrinho, que trocou o Benfica pelo Shakhtar Donetsk após uma época a trabalhar com Jesus, deixou algumas pistas: “Às vezes fazes uma jogada no treino, que não é boa, mas estás só a tentar ajudar o companheiro, e ele ofende-te, como se estivesse a julgar-te e tu só queres ajudar. O jogador fica com medo.” O caso de Pizzi foi a gota de água, e Rui Costa já decidiu prescindir de JJ, escreve o diário.

Jesús Corona parece mesmo ter os dias contados no FC Porto. Com parca utilização nesta primeira metade da época e em final de contrato, o avançado poderá sair já em janeiro.
De acordo com informações veiculadas no México, o Sevilha, de Lopetegui, será mesmo o seu destino. A SAD do FC Porto está disposta a libertar Corona no imediato, nesta que é a última oportunidade de ter algum retorno financeiro, por muito baixo que seja. No México há já quem diga que o jogador e a sua família estão “de malas feitas” para Sevilha, mas há outros pretendentes.