21 novembro 2021

Pinto da costa ao ataque: "Nem na ditadura este país era tão centralista". "Estádio da Luz é o talismã dos adversários da seleção"; Saída do Benfica é agora cenário mais difícil

Pinto da Costa conta a história do FC Porto no mais recente livro assinado por si e que chega às bancas no próxima quinta-feira.
O livro é também um espelho de muito do que têm sido o discurso e as bandeiras de Pinto da Costa ao longo de quase 40 anos de presidência. A luta pela afirmação de um clube durante largos anos desprezado, a revolução de mentalidades, a batalha contra o centralismo que, defende, está mais presente do que nunca. “Se ainda faz sentido? Cada vez faz mais sentido.” O presidente portista concretiza com um exemplo específico. “Nem nos apercebemos mas há situações aberrantes. Por exemplo, eu posso estar no Porto, em Mogadouro ou em Chaves que quando faço o Euromilhões o lucro desse boletim vai sempre para a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Para mim isto é uma aberração. Mas as pessoas nem pensam nisso. É tão natural na mentalidade de quem dirige este país que isto fica assim e vai correndo”, aponta, com um sarcasmo inconfundível. “Depois vêm enganar-nos de vez em quando. O primeiro-ministro foi agora inaugurar um teatro todo contente, numa terra [Covilhã] onde há graves problemas com as populações que ignorou, porque para eles isso não conta. Este país está no cúmulo do centralismo, nem na ditadura era tão centralista como agora.”
A tendência, considera, resvala também para o âmbito desportivo. “Vi escrito em vários jornais que a ‘final’ com a Sérvia ia ser disputada no estádio-talismã da seleção, o estádio da Luz. Eu acho é que é o talismã dos adversários da seleção. A maior derrota que a seleção teve foi perder a final do Euro 2004 com a Grécia e aconteceu no Estádio da Luz. Mas para os senhores de Lisboa e da Federação, a Luz é que é talismã. Em março vamos ter novo jogo de apuramento e vai ver que vai ser na Luz. Quanto mais perdemos mais talismã é.” Um cenário que, garante, é uma prova cabal de um centralismo que prevalece. “Não admitem que um jogo como aquele que se disputou recentemente com a Sérvia pudesse ser no Dragão. Porque fica mais perto para o primeiro-ministro, para o presidente da República, para o ministro da Educação. Ir ao Porto dá muito trabalho.” Mas queria que o jogo tivesse sido no Dragão? “É evidente que sim. E aqui ganhávamos. Este é que é o talismã.”
No livro, recorda ainda um tempo em que se criou o “clube dos presidentes”. “Reuníamos uma vez por mês, num jantar, seguido de reunião e criou-se um espírito de camaradagem tal que ninguém se sentia à vontade para fazer algo incorreto contra um adversário, porque sabíamos que passado uns dias nos íamos encontrar todos. Esse foi o melhor período de relacionamento entre todos os clubes, aquele em que o futebol realmente teve sossego.” A lembrança serve de pretexto para mais umas bicadas. “Não havia cá ligas nem federações, eram presidentes que se reuniam, que se respeitavam e em muitos casos até se ganharam grandes amizades. Hoje, quando a Liga faz as reuniões dos presidentes cheira tudo... olhe, cheira tudo mal. Não há aquele espírito de respeito e amizade”, atira, corrosivo, Pinto da Costa, admitindo que, com os atuais protagonistas, a replicação do tal clube dos presidentes “não é viável”.

Saída do Benfica é agora cenário mais difícil. Após ter tentado Seferovic por empréstimo no fecho do mercado de verão, o Sevilha estará de novo em cima do camisola 14. Segundo a Imprensa espanhola, o clube andaluz, que até marcou presença na Luz para tirar notas do Benfica-Paços de Ferreira, está interessado em tentar nova cedência. Porém, segundo o jornal O Jogo, o Benfica não está inclinado a abrir mão do atleta. Na altura, o Sevilha não chegou a acordo com o jogador e com as águias, que agora recusam face ao atual cenário. Rodrigo Pinho lesionou-se com gravidade e não volta a jogar, sendo que Jorge Jesus não está também agradado a 100 por cento com o rendimento de Yaremchuk, algo que pode abrir mais portas à titularidade de Seferovic.

2 comentários:

  1. Tem razão o Múmia, é evidente que se A seleção jogasse najantas ganhava de goleada! Tavas tão bem no lar!

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  2. vai la enganar os papalvos do teu clube com datas de fundaçao onde durante anos nunca foi mencionado qualquer jogo do fcputas, ou lembra quem eram os dirigentes fascistas de salazar que eram presidentes, vice presidentes e dirigentes do teu clube, esse sim um clube do regime pois foi o regime que pagou o antigo estadio das antas, noutro Pais da Europa tinhas sido corrido do desporto para sempre, se tens duvidas pergunta a outros Europeus, Tapie e outros Italianos, etc, etc....
    Ja agora estarias com um outro de Lisboa a fazer companhia ao V. Setubal se a lei fosse a mesma que em Inglaterra ou na Europa e com bastantes pontos negativos para remontar!!!!!! és intiligente mas é a lember putas no calor da noite!!!!!

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