Jorge Jesus volta a ser apontado ao Flamengo; "Se há treinador habituado a contestação no Benfica é o Jorge Jesus"; "Há muito pintor. Cada um pinta com as suas tintas. No futebol não há se calhar"

O arranque de temporada do Benfica fez-se ao ritmo das vitórias e do sucesso, quer a nível interno, onde angariou cedo uma vantagem pontual para os rivais, quer a nível internacional onde se apurou para a fase de grupos da Liga dos Campeões, como estava previsto entre os objetivos da administração benfiquista, deixando pelo caminho os russos do Spartak, orientados por Rui Vitória, e o PSV.
Porém, outubro foi um mês de desaires frequentes para a turma lisboeta que, às exibições menos conseguidas, foi colecionando alguns empates e derrotas, sendo que teve algumas vitórias 'arrancadas a ferros', como por exemplo na Trofa para a Taça de Portugal e para o campeonato em Vizela, com o golo a cair no último instante por intermédio de Rafa Silva, servido por Pizzi.Tudo somado fazem a contestação aumentar a Jorge Jesus, ele que está longe de ser um treinador que colha unanimidade nas preferências e gostos dos adeptos benfiquistas, com alguns a não esquecerem nem perdoarem o que foi dito pelo técnico quando saiu do Benfica e rumou ao Sporting.
O clima na Luz é de contestação atual para com o treinador da equipa mas José Sousa, antigo defesa do Benfica, entende que Jorge Jesus 'passa ao lado' do ambiente desfavorável.
Para o antigo futebolista, Jorge Jesus é até, por via das circunstâncias e do histórico, um treinador experimentado à pressão e à contestação da plateia benfiquista, recordando que, em 2013, por exemplo, o Benfica de Jorge Jesus foi a várias finais, perdeu-as e mesmo assim o técnico não deixou a Luz, sendo, na altura, segurado por Luís Filipe Vieira, que haveria de lhe voltar a abrir as portas encarnadas.
"Se há treinador habituado a contestação no Benfica é o Jorge Jesus. Acho que isso não vai abalar o seu trajeto ou caminho", vaticinou José Sousa.
O antigo jogador encarnado sustentou ainda que é natural que os adeptos se lembrem da caminhada da última época e encontrem semelhanças com esta, dado que, lembra, a nível interno na época transata o Benfica também arrancou em grande força, com várias vitórias, até começar a cair, depois da visita ao Estádio do Bessa.
"Já na temporada passada começou muito bem no campeonato. Este ano também e depois começou a cair", nota José Sousa, em declarações na Sport TV, onde abordou ainda os próximos desafios do Benfica poderão ditar se Jesus é 'réu' ou 'inocente' na questão da gestão do plantel.
"Se ganhar em Camp Nou o Jorge Jesus é o maior e fez bem a gestão", referiu José Sousa, lembrando que no futebol quando as coisas correm bem "o treinador é o maior". Porém, quando as coisas correm mal, "leva de alto abaixo".

"Há muito pintor. Cada um pinta com as suas tintas. No futebol não há se calhar". Jorge Jesus enfrenta uma nova fase de contestação no Benfica, fruto da sequência de desaires que a equipa tem somado nas últimas semanas. Depois de perder a liderança do campeonato, o clube da Luz viu-se ainda perante goleadas diante do Bayern Munique que, muito embora seja diante de um 'tubarão' europeu, desagradou aos adeptos, que temem um cenário semelhante ao da temporada passada, na qual Jesus falhou todos os objetivos propostos.
Octávio Machado, antigo treinador e dirigente de futebol, sai em defesa de Jorge Jesus, deixando, todavia, claro que o faz pois é aquilo em que confia, dizendo, igualmente, aquilo que "pensa". "Não estou a defender as opções de Jorge Jesus. Digo o que penso, não sou influenciado por nada nem ninguém ou por amizades", esclareceu.
Sobre a polémica que Jorge Jesus se viu envolvido por causa dos jogadores lançados em Munique, dando minutos a jogadores que não têm formado a espinha dorsal do conjunto da Luz, Octávio Machado diz que "há muitos pintores" por aí.
"Há muitos pintores e cada um pinta com as suas tintas. Uns pintam a preto e branco, outros fazem-no de forma mais colorida", salientou Octávio Machado, recorrendo a uma imagem e expressão que Jorge Jesus já tinha usado sobre pintores, em recente conferência de imprensa.
Octávio Machado afirmou que ao dia de hoje não sabe dizer quem são os "melhores" do Benfica mas, pelo meio, lá vai dizendo que "os melhores levaram 4-0 na Luz do Bayern. Não marcaram um golo".
Em comentário na CMTV, Octávio Machado disse ainda que Jorge Jesus assume as responsabilidades e diz que não vê o técnico em 'fuga' às mesmas nem a perguntas perante os jornalistas. 
"Não ouvi o Jorge Jesus fugir às responsabilidades nas conferências de imprensa. Jorge Jesus respondeu a todas as perguntas que lhe foram feitas e é de elogiar".
O antigo treinador e ex-dirigente, que trabalhou com Jesus no Sporting, referiu ainda que as figuras do futebol têm de tomar "decisões" e entende que é isso que Jesus tem feito. "Aqui não há se calhar. No futebol há decisões a tomar".
"Não acredito que exista algum treinador dos três grandes, e dos outros também não, que fale com quem quer que seja para discutir a equipa, muito menos dar explicações aos jogadores sobre as razões para jogarem ou para não serem opção. É uma discussão que não existe".
Octávio Machado lembrou ainda que as equipas lusas têm o cenário de apuramento para os oitavos de final da Liga dos Campeões em aberto. "O que eu sei é que quando foi o sorteio da Liga dos Campeões se dizia que Benfica, FC Porto e Sporting tinha vida difícil".

Jorge Jesus volta a ser apontado ao Flamengo. O Flamengo continua mergulhado numa crise de resultados, tendo somado apenas uma vitória nos últimos seis encontros, depois de, a meio da semana, não ter conseguido ir além de um empate a duas bolas na visita ao Athletico Paranaense.

Renato Gaúcho atravessa o momento mais delicado desde que foi contratado para comandar o conjunto carioca, cuja direção já terá mesmo começado a sondar o mercado em busca de uma alternativa, segundo informações veiculadas, esta sexta-feira, pelo jornal brasileiro Extra.

A publicação escreve que já terão mesmo sido estabelecidos contactos para "entender a viabilidade da contratação de um técnico estrangeiro", sendo que o nome de Jorge Jesus volta a ser apontado como uma eventual solução.

Tal como Renato Gaúcho, também o treinador dos encarnados está 'sob brasas', fruto dos mais recentes resultados, que resultaram na perda da liderança da I Liga, o que o terá deixado numa posição fragilizada aos olhos dos responsáveis do clube da Luz.

O mesmo jornal acrescenta, ainda, que "empresários que atuam em Portugal indicam boas chances de Carlos Carvalhal, do Sporting de Braga, aceitar um convite" para treinar o Flamengo num futuro não muito distante.