19 outubro 2021

Adeptos do Sporting na Turquia mas sem poder assistir ao jogo; "Com cautela e prudência deve ser discutida a abertura do capital da SAD do Sporting a investidores externos"; Benfica não pode impedir compra de John Textor e quer conhecer os seus planos

O futebol nacional enfrenta desafios tendo em vista o desenvolvimento enquanto indústria, até porque, lá por fora, vários são os clubes que entram numa nova realidade, sendo comprados por investidores com muito dinheiro para investir. Assim tem sido nos últimos tempos e, perante os sinais que vão sendo dados, o caminho vai sendo seguido por outros emblemas. Dos casos como o Chelsea, o Manchester City ou o Paris Saint-Germain, não esquecendo o Inter de Milão, múltiplos têm sido os clubes que passam a ter um dono maioritário.
E José Dias Ferreira, antigo presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sporting, entende que, em Alvalade, essa análise e discussão deveria ser colocada para, com tempo, os associados avaliarem a possibilidade de abertura do capital social da SAD a um investidor externo. O antigo dirigente entende que os desafios do futuro no futebol obrigam a uma discussão com tempo e de forma estruturada.
"Deve ser discutida com ambição e humildade, com cautela e prudência, mas, decididamente, a abertura do capital da SAD a investidores externos", aconselha Dias Ferreira, fazendo notar aos atuais dirigentes do Sporting que essa avaliação junto dos sócios do clube de Alvalade acabaria por gerar maiores proveitos do que reuniões em restaurantes com outros dirigentes, como recentemente fizeram Pinto da Costa, Luís Filipe Vieira (à data líder do Benfica) e outros dirigentes.
É que, na visão de Dias Ferreira, as preocupações dos responsáveis dos clubes portugueses podem ser outras que não as que vê para o 'seu' Sporting. "Parece-me que os dirigentes portugueses estão mais interessados em decidir sobre se é mais gostoso o leitão à Bairrada ou à Negrais", disse em jeito irónico.
Em artigo de opinião que assina no jornal A Bola, Dias Ferreira lembra o objetivo que fez criar o Sporting e realça que "não foi desígnio dos fundadores sermos um clube para discutir o gosto do leitão e do vinho espumoso, mas ser um clube grande entre os grandes da Europa".
E para que o Sporting seja, no futebol, uma potência, Dias Ferreira só vê um caminho: "não se trata de vender o clube ou a alma leonina, mas sim preservá-la e desenvolvê-la para cumprimento do desígnio fundacional".
"Devemos todos refletir, sem complexos, nem sentimentos atávicos, como podemos no futebol tornar o Sporting uma SAD grande, que possa competir com as grandes da Europa", acrescentou Dias Ferreira.
O antigo dirigente dos leões admite que tem idade e experiência que lhe permitem avaliar de forma franca este caminho, não deixando de ter "a lucidez suficiente" para fazer esta reflexão que gostaria que fosse feita por todos os associados do emblema verde e branco.
"Os caminhos têm de ser outros", aconselha Dias Ferreira, que além de ser um antigo presidente da Mesa da Assembleia do Sporting já desempenhou outros cargos diretivos no clube de Alvalade.

Adeptos do Sporting na Turquia mas sem poder assistir ao jogo. Na antecâmara do jogo com o Besiktas, escreve O Jogo que algumas dezenas de pessoas viajaram para Istambul para apoiar o Sporting. A festa, caso se confirme a vitória leonina, será feita apenas no exterior do estádio, já que, de acordo com a lei turca, ainda não se encontram reunidas as condições para acolher adeptos visitantes. Para entrar na Turquia é necessário preencher um formulário e apresentar o certificado de vacinação ou testes à covid19, quer em Lisboa quer em Istambul. Os mais de 21 mil lugares, agora que a lotação na Turquia subiu para 50%, serão compostos por apenas adeptos do Besiktas.
Diga-se que o Sporting teve direito a bilhetes para o camarote, como acontece nas provas UEFA, e algumas dezenas de associados ladearam a equipa no voo de domingo.

Benfica não pode impedir compra de John Textor e quer conhecer os seus planos. Rui Costa prometeu publicamente que iria receber John Textor depois das eleições, em caso de vitória e eleição como novo presidente do Benfica, e cumpriu ontem, logo na primeira reunião do novo elenco diretivo que lidera. No encontro foram distribuídos os pelouros pelos vice-presidentes, mas também foi tomada a decisão de receber o norte-americano que tem em marcha a compra de 25 por cento do capital da SAD das águias. Esperam os novos dirigentes ver revelados os trunfos que o milionário tem ou os planos que sustentam a intenção de consumar este negócio.
Em comunicado divulgado ontem, pode ler-se que, “após explícita solicitação pública, e indo ao encontro do que foi anunciado antes do período eleitoral, a Direção do Sport Lisboa e Benfica deliberou receber o Sr. John
Textor no Estádio da Luz, esta quinta-feira, com o intuito de ouvir as suas intenções relativamente ao clube”. Segundo O Jogo, os dirigentes da Luz querem que o empresário lhes explique porque pretende tornar-se acionista, mesmo sabendo que o Benfica tem o controlo total da sociedade por ser acionista maioritário, e que mostre de que forma poderá potenciar a marca Benfica, como prometeu em várias intervenções públicas. Sobretudo, Rui Costa quer ver tudo em pratos limpos, uma transparência que não considera ter existido quando se soube do negócio, que teria intermediação do então presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira.
Na Luz, existe a consciência de que não será possível travar a compra de 25% de ações da SAD alinhavada entre o empresário norte-americano e José António dos Santos, conhecido por “Rei dos frangos”, sobretudo depois de John Textor ter garantido que não terá já ligação a uma plataforma de streaming, que poderia ser considerada concorrencial para a BTV. Porém, dependendo do que ouvirem de
Textor – que já está em Lisboa e assiste amanhã ao Benfica-Bayern num camarote –, poderão os dirigentes benfiquistas desaconselhar o negócio publicamente, depois de em privado insistirem que não há intenção de venda de capital da sociedade por parte do clube.
Refira-se que John Textor tinha um contrato promessa de compra e venda com o empresário José António dos Santos para a aquisição das ações da SAD do Benfica num negócio a rondar os 50 milhões de euros, mas suspendeu a operação devido ao ato eleitoral no clube, na sequência da detenção do ex-presidente Luís Filipe Vieira por ser suspeito no processo Cartão Vermelho.

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