27 outubro 2021

"A nível de finalização o Paulinho é medíocre"; Relvado de Alvalade continua em dificuldades; FC Porto a um jogo de celebrar um ano sem perder na Liga. Cenário sem igual no “big 5” europeu

Dia 30 de outubro de 2020. O FC Porto visita Paços de Ferreira e deixa a Capital do Móvel vergado a um desaire, por 3-2, na sexta jornada da Liga 2020/21. Desde então, os azuis e brancos não voltaram a sentir o sabor amargo da derrota e podem completar um ano sem perder no campeonato caso não sejam surpreendidos, este sábado, pelo Boavista, no dérbi da Cidade Invicta, que se disputa no Estádio do Dragão a partir das 17 horas.
A definição dos horários da 10.a jornada da Liga 2021/22 ditou a coincidência de o FC Porto entrar em campo no dia (30 de outubro de 2021) em que se cumpre, precisamente, um ano desde a tal derrota frente aos castores, pelo que um triunfo ou um empate frente aos axadrezados permitirá celebrar uma volta completa ao sol sem desaires na principal competição do futebol português. Ao todo, no período em causa, a equipa de Sérgio Conceição disputou 37 encontros, somando 28 vitórias e sete empates, sendo que, esta época, o registo é de sete triunfos e duas igualdades, o que vale, para já, o segundo lugar da classificação, em igualdade com o Sporting. Os leões estiveram o campeonato passado quase todo sem perder, mas foram derrotados pelo Benfica na penúltima jornada, já após a conquista do título.
O registo portista não encontra paralelo nos cinco principais campeonatos europeus. Em Espanha e França já não há equipas invictas nesta temporada, enquanto o Liverpool ainda não perdeu em 2021/22, mas foi derrotado em março deste ano na Liga inglesa. Os italianos do Nápoles e Milan e os alemães do Friburgo também não perderam esta época, mas sofreram desaires no final da época passada.

"A nível de finalização o Paulinho é medíocre". A desinspiração e o desacerto de Paulinho na hora de atirar à baliza têm preocupado os sportinguistas que continuam à espera que o seu avançado faça golos atrás de golos. Contratado ao SC Braga, a pedido de Rúben Amorim, por um valor histórico, o internacional português é figura permanente no onze titular leonino, um dos indiscutíveis do treinador mas continua à procura do caminho da felicidade.
Para Maniche, antigo médio do Sporting e ex-internacional português, algum dia a sorte de Paulinho deverá mudar e acredita que, mais tarde ou mais cedo, acabará por fazer golos. No entanto, o antigo centrocampista realça que vê Paulinho como um avançado "medíocre" no que toca ao capítulo da finalização.
"Não digo que é falta de confiança. Se fosse falta de confiança o Paulinho não criava oportunidades, não estava na área. Ele arrisca, ele quer mas não faz. Não faz porque a nível de finalização o Paulinho é medíocre", avalia Maniche.
O antigo médio dos leões compreende a aposta de Rúben Amorim em Paulinho, apesar de o avançado não fazer golos. "Mas tem dado muito ao Sporting em outros aspetos e isso Rúben Amorim tem valorizado muito".
Para Maniche, dá para perceber que Paulinho tem características que agrada a Rúben Amorim e ao sistema de jogo implantado em Alvalade. "É o aspeto do apoio frontal, de ruturas, abre espaço para os extremos entrarem para finalizarem e criarem golos e oportunidades. Por isso, não vou muito pela falta de confiança".
Maniche entende que não falta confiança a Paulinho e justifica esta ideia com o comportamento que vê dele no terreno de jogo. "Ele arrisca, ele vai, ele aparece. Quando um jogador tem falta de confiança, nem sequer vai para a área, foge dela, tenta não tocar muito na bola".
Em comentário no canal 11, Maniche realça ainda que "a falta de concentração é notória" em Paulinho no momento de atirar à baliza. "Há bolas que ele tinha de marcar acima de tudo".
"Não tem tranquilidade porque quer fazer o golo cedo, fazer rápido, fazer o golo na primeira oportunidade ou na segunda oportunidade", considera Maniche, realçando que confia que, mais tarde ou mais cedo, a sorte de Paulinho lhe sorrirá.
"Gosto muito do Paulinho. Gosto da personalidade do Paulinho. Não se esconde. Um dia isto muda", vaticina o antigo médio internacional português que jogou no Sporting, entre outros emblemas. "Ele quer, ele trabalha, ele acredita. Ele está a tentar".

Relvado de Alvalade continua em dificuldades. Os indícios dados a 23 de outubro, após 29 dias de intervenção, entre os jogos com o Marítimo (7.ª jornada da Liga Bwin) e a receção ao Moreirense (ronda 8), confirmaram-se ontem, noite de estreia do leão na presente edição da Allianz Cup: mantêm-se os problemas no relvado do José Alvalade, substituído antes do arranque da temporada, já com nova empresa ao leme (a Sport Relva sucedeu à RED, que operara a anterior mudança, em 2016). No final da primeira parte do jogo contra os minhotos eram claras as zonas onde ora se viam tufos levantados ora pequenas clareiras, com o tapete ‘careca’, tanto que, mal o juiz Manuel Mota mandou toda a gente para o balneário, entraram de imediato os técnicos de campo, pisando os pedaços levantados ao mesmo tempo em que foi ligada a rega nas duas metades. Sábado há nova receção, ao V. Guimarães, e 4.ª feira ao Besiktas “As pessoas tentam fazer o máximo, há coisas que não se controlam. É trabalhar. O relvado vai descansar”, atirou Amorim na sala de imprensa.

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