“Vou ver com o FC Porto e com o Benfica se o Estoril faz este tipo de jogo”; “A história do Benfica é muito mais gloriosa que aquilo a que se assistiu”

O presidente da Mesa da Assembleia Geral do Benfica, António Pires de Andrade, faz um balanço negativo da assembleia de sexta-feira, apontando o dedo a uma “larga maioria” dos associados do Benfica que participaram naquela reunião magna.

Em declarações ao jornal A Bola, António Pires de Andrade, que assumiu funções de presidente da Mesa da Assembleia-Geral desde a saída de Rui Pereira, fala de uma “experiência muito dura”, “com a qual não contava”, numa alusão a essas funções que ‘herdou’. E numa análise à reunião de sexta-feira lamenta o comportamento de “alguns associados”.

“Não digo que os associados presentes na Assembleia se tenham portado mal, mas aquilo que se viu durante quase toda a noite não reflete de forma alguma aquilo que é a grandeza do Benfica”, refere, em declarações àquele diário.

Os momentos de tensão surpreenderam António Pires de Andrade, que não gostou de assistir à dificuldade de alguns associados em exprimir a sua opinião.

“Aquilo que pretendia era que todos os sócios pudessem exprimir-se de igual forma e o que se viu foi que a larga maioria presente, afeta à sensibilidade daqueles que convocaram a assembleia-geral extraordinária, não permitiu que os restantes se exprimissem de forma adequada”, aponta ainda.

“Custou-me que assim fosse”, prossegue António Pires de Andrade, que se sentiu desagradado com os “momentos de tensão” que “roçaram a falta de educação”, bem como “ataques a mim e à Mesa e a outras pessoas”.

“A história do Benfica é muito mais gloriosa que aquilo a que em largos momentos se assistiu. Custou-me muito”, conclui.

“Vou ver com o FC Porto e com o Benfica se o Estoril faz este tipo de jogo”. O Sporting regressou ontem aos triunfos, frente ao Estoril, na I Liga, ‘curando as feridas’ da Champions, depois da derrota pesada frente ao Ajax. Manuel Fernandes dá nota positiva à exibição do Sporting, no regresso ao campeonato, apesar de reconhecer que sofreu até ao fim. O triunfo por 1-0 foi selado por Pedro Porro, na conversão de uma grande penalidade.

A antiga glória leonina enaltece a forma como os campeões nacionais se impuseram, “do primeiro ao último minuto”, sem ceder à pressão, apesar de os jogadores saberem que não poderiam perder, em virtude da derrota diante do Ajax. Num comentário na Sporting TV, Manuel Fernandes faz a análise ao triunfo diante dos canarinhos começando, precisamente, pelo desaire na Champions.

“O Ajax teve cinco oportunidades e marcou cinco golos. O Adán nem tocou na bola. Neste fim de semana, ganhou 9-0... Aquilo é uma máquina infernal. Depois deste insucesso na Champions, era importante que o Sporting conseguisse uma vitória com o Estoril. E a segurança e personalidade da equipa foram evidentes. Os jogadores não apresentaram aqueles 'tremeliques'. Os jogadores sabiam que tinham de ganhar, mas não entraram em pânico”, resume o ex-goleador leonino.

Para Manuel Fernandes, o Estoril – que ainda não tinha perdido qualquer jogo nesta época – não disfarçou “medo” do adversário. “O Estoril teve muito medo da nossa equipa. Não sei mesmo se não foi medo. A jogar em casa, o Estoril não vai fazer isto com ninguém. Depois vou ver com o FC Porto e com o Benfica se o Estoril faz este tipo de jogo. Não me acredito que o façam”, diz.

Segundo Manuel Fernandes, o Estoril “está habituado a um modelo de jogo e, com o Sporting, os jogadores tornaram-se banais, porque não puderam explorar o que mais gostam”. 

"Foi uma vitória difícil, mas surpreendente, pela forma como o adversário a tornou difícil. Mas o melhor que o Estoril poderia levar era o 0-0... Eu prefiro uma equipa que crie oportunidades", acrescentou. 

Já do lado do Sporting, mérito para a segurança defensiva: “Coates comanda a equipa e os movimentos dos seus colegas na defesa. Transmite tranquilidade. Defensivamente, não demos quaisquer veleidades à equipa do Estoril”.

“A vitória só peca por escassa. O Sporting escusava de nos fazer sofrer até ao fim. O jogo era todo nosso, mas um canto, um livre, um autogolo... Tudo pode acontecer. A exibição do Sporting foi muito conseguida e não permitiu oportunidades ao Estoril, exceto aquela que foi anulada pelo Adán”, realça ainda Manuel Fernandes.

Já olhando para o jogo com o Marítimo, da sétima jornada, o ex-futebolista leonino perspetiva dificuldades semelhantes, mas não tem dúvidas de que, "mantendo o mesmo espírito", os leões podem prosseguir um caminho vitorioso, retomado nesta ronda.