11 setembro 2021

"Viajei para Lisboa para assinar pelo Sporting e...assinei pelo Benfica. Não sei o que aconteceu"; Glória do Benfica rejeita convites de Rui Costa para estar na tribuna da Luz

António Simões, glória do Benfica e da seleção nacional, tem recusado os convites da direção liderada por Rui Costa para estar na tribuna presidencial nos jogos do Estádio da Luz, escreve o CM.
O ex-jogador não gostou de ter sido contactado pelo vice-presidente, Alcino António, que fez o convite a mando do atual líder. O CM avança que Simões considerou uma falta de respeito não ter sido contactado diretamente por Rui Costa, até por todo o passado ligado ao clube como jogador e dirigente.
Por esse motivo, recusou estar na tribuna presidencial, naquela que tem sido uma prática frequente desde a chegada de Rui Costa à presidência: convidar ex-jogadores do clube para assistirem às partidas no Estádio da Luz.
Outro motivo que levou à recusa de António Simões em estar no palco das águias foi a possibilidade de se cruzar com elementos que ele acusa de o criticarem com frequência, nomeadamente o comentador com ligações ao clube, Pedro Guerra.
António Simões, de 77 anos, tem um vasto passado ligado ao Benfica, designadamente como futebolista. Ganhou uma Taça dos Clubes Campeões Europeus, 10 campeonatos nacionais e cinco Taças de Portugal nas 14 temporadas que jogou de águia ao peito como sénior. Simões manteve sempre um distanciamento em relação à anterior direção de Luís Filipe Vieira e deve manter o mesmo registo qualquer que seja o novo presidente a partir de 9 de outubro.

"Viajei para Lisboa para assinar pelo Sporting e...assinei pelo Benfica. Não sei o que aconteceu". Ainda hoje não faz ideia de como foi parar ao Benfica. A verdade é que no clube da Luz acabou por ser um jogador histórico. Jorge Gomes veio para Portugal em 1975 para jogar cá durante seis meses, por empréstimo do Vasco da Gama, e por cá ficou até hoje. Tornou-se o primeiro jogador estrangeiro a vestir a camisola do Benfica, mas o destino era o...Sporting.
"Vim para Portugal, emprestado pelo Vasco da Gama, para jogar no Boavista. No entanto, cheguei quando as inscrições já tinham fechado e fui para o União de Lamas alguns meses até final da época. Na época seguinte, voltei ao Boavista, onde me mantive durante quatro épocas com muitas alegrias e bons êxitos. Foram anos muito bons, despertei o interesse do Benfica e também do Sporting. A negociação foi feita pelo presidente do Boavista, Valentim Loureiro, e com o presidente do Sporting, João Rocha. Fui para o Benfica não sei como, ainda hoje não sei o que aconteceu. A negociação foi feita com o Sporting e viajei para Lisboa para assinar contrato. Quando cheguei ao aeroporto… estava lá o Gaspar Ramos, que era diretor do Benfica. Afinal, estava tudo acertado com o Benfica, estava lá o Valentim Loureiro, e assinei. Nesse mesmo dia, viajei para passar férias no Brasil. Mas fiquei surpreendido, o negócio foi acertado com o Sporting e viajei a saber que, quando voltasse, teria de me apresentar no Benfica [risos]. Não fiquei aborrecido por ser desviado para o Benfica porque acabei por atingir uma dimensão que nunca imaginei. Fiz história porque quebrei um recorde de 75 anos do Benfica sem contratar estrangeiros. Não fazia ideia na altura que era o primeiro estrangeiro e só depois é que fiquei a saber. Para a minha contratação foi necessário, inclusivamente, realizar uma assembleia de sócios para aprovar a minha ida para o clube. Hoje tenho a perceção da importância desse feito mas, na altura, não tinha. Abri as portas a outros jogadores, depois vierem brasileiros, suecos e por aí fora", disse em entrevista ao CM.

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