Futuro de João Mário não passa pelo Sporting e leões já procuram alternativa; Leões precisam fazer 80M€ em mais-valias; Médio mais perto do Benfica a...custo zero; As exigências do FC Porto por Mbemba

Os efeitos da pandemia ainda perduram no futebol, e no Sporting, em particular, os resultados negativos do terceiro trimestre nos 23,5 milhões de euros (M€) – colocando o cenário de os mesmos poderem atingir valores mais próximos dos 40 M€ do que dos 30 M€ no final do exercício, quando terminar o mês em curso – são um sinal da necessidade, pelo que, segundo O Jogo, os dirigentes leoninos já assumem como certo que a venda de Nuno Mendes não será suficiente para equilibrar as contas da sociedade.

E tal deve-se a dois fatores. Por um lado, em Alvalade não são esperados os valores desejados pelo jogador, chegando mesmo a equacionar-se a possibilidade de este cumprir mais uma temporada no clube, colocando o Sporting entre a necessidade de vender e propostas aquém dos 60 M€ a 65 M€ pretendidos. Por outro, mesmo que estes valores cheguem, o equilíbrio do plantel e os compromissos que têm de ser cumpridos, com pagamentos a fornecedores e o fim das moratórias, colocam as necessidades da SAD em verbas próximas dos 80 M€, de modo a atenuar as perdas do presente exercício, assim como contribuir para o regresso aos resultados positivos no próximo, em 2021/22. Aí, já vão entrar também os proveitos decorrentes da Liga dos Campeões, para já na ordem dos 28 M€, mas que podem ter impulso com os resultados desportivos que sejam obtidos na prova, em que, por exemplo, cada triunfo representa 2,7 M€. Ora, perante estas necessidades, os responsáveis leoninos admitem a venda de mais elementos do plantel, mas não pretendem tocar em mais do que um elemento da equipa titular, daí que estejam a ser debatidas as saídas de jogadores como Matheus Nunes e Jovane Cabral. Depois há ainda os dispensados: Sporar, Renan, Battaglia, Diaby.

O futuro de João Mário não deverá passar pelo Sporting. Segundo o jornal Record apurou, os leões não planeiam qualquer nova investida pelo médio, que esteve em Alvalade por empréstimo e continua ligado por mais uma época ao Inter Milão. O processo, de acordo com as informações recolhidas pelo jornal, está na gaveta, ou seja, a SAD não pretende melhorar a proposta já recusada pelos nerazzurri.

O Inter comunicara ao empresário do internacional português, Federico Pastorello, que estaria disposto a libertar João Mário por 7,5 milhões de euros, um valor que pensava estar dentro do que o Sporting poderia oferecer quando formalizasse uma proposta por escrito. A oferta dos leões, no entanto, acabou por ficar muito abaixo dessa fasquia, uma vez que contemplava um montante fixo de 4 milhões de euros, mais 1,5 milhões por objetivos. Perante uma diferença tida como inultrapassável, o Sporting dá o assunto por encerrado: nem há planos para subir a oferta, nem João Mário continua a ser visto como hipótese para a próxima época. Aliás, segundo o Record, o jogador, de 28 anos, não voltou a ser contactado pelo Sporting desde maio. Impossíveis em futebol, e mais ainda no mercado, não existem, mas o facto é que o dossiê está arquivado nos escritórios da SAD e o próprio João Mário já está a avaliar outras possibilidades, entre as várias que lhe chegaram após o final do campeonato, nomeadamente Spartak Moscovo, Besiktas, Nice ou Villarreal.

Nos leões, a ordem é para encontrar uma alternativa. A solução passará sempre por outro jogador que não o uruguaio Ugarte, do Famalicão, que está em cima da mesa, sim, mas como plano para preencher a vaga de Matheus Nunes, cuja saída para Inglaterra está a ser negociada. Para a posição que era ocupada por João Mário, e considerando já a provável venda de Matheus, os leões têm Daniel Bragança, mas procuram um reforço para dar maior competitividade ao plantel em ano de regresso à Champions.

Médio mais perto do Benfica a...custo zero. O reforço da linha intermediária é a grande prioridade em termos de contratações para a nova temporada e em linha de mira está Steven Nzonzi. Porém, há agora um novo dado que pode potenciar a concretização da transferência do médio-defensivo de 32 anos para o plantel de Jorge Jesus. Segundo O Jogo, a Roma aceita deixar sair o francês sem qualquer retorno financeiro, querendo isto dizer que este alvo pode chegar à Luz a custo zero.

O custo zero atrás referido deverá contar com umas aspas, dado que o Benfica terá sempre de convencer financeiramente Nzonzi e o seu representante, mediante o pagamento de um prémio de assinatura. Porém, estão as águias dispensadas de qualquer compensação aos giallorossi, cujo principal objetivo passa por se libertarem do salário do último ano de contrato (poupando cerca de sete milhões de euros), tendo em conta que José Mourinho não conta com o jogador para a nova temporada.

A decisão do novo técnico dos romanos, cujo diretor desportivo é o ex-Benfica Tiago Pinto, já foi comunicada ao campeão do mundo, em 2018 pela França, que agora decidirá que rumo dar à sua carreira. Nesse sentido, e ao que apurámos, os encarnados já encetaram negociações diretas com Abdelkarim Douis, empresário do médio por quem a Roma pagou em 2018/19 cerca de... 26 milhões de euros para o adquirir ao Sevilha.

O salário passa a ser o próximo obstáculo. Nzonzi aufere na Roma 3,2 milhões de euros líquidos por ano, montante impraticável para o orçamento do Benfica, que pode estender os anos de contrato para cortar no pagamento anual, como fez para garantir Vertonghen na época passada. Há mais clubes interessados no jogador, mas um já saiu de cena. O Rennes, que recebeu o médio por empréstimo na última época e meia – esteve ainda cedido outra meia temporada ao Galatasaray –, já percebeu que não conseguirá segurar o médio e aponta a outros nomes mais alcançáveis.

A era de Chancel Mbemba na defesa do FC Porto poderá estar próxima do fim. A SAD está disponível para negociar a saída do internacional congolês nesta janela de transferências e, segundo nos foi possível apurar agora, até já definiu o valor que pretende encaixar com ele, na ordem dos 15 milhões de euros. É esse o preço a pagar pelos potenciais interessados no defesa-central, de 26 anos, escreve o Record.

De momento, o foco da administração está posto por inteiro na colocação de Mbemba, sendo que a sucessão do congolês é o passo que se segue e será dado com a tranquilidade que a chegada de Fábio Cardoso confere, sempre a partir de 1 de julho e com a pré-época em curso. Rúben Semedo é um nome que agrada à estrutura do futebol, com Sérgio Conceição à cabeça, mas a intransigência financeira do Olympiacos não permite que o processo avance, pois os valores pedidos estão muito acima do atual raio de alcance azul e branco. O coreano Kim Min-jae, conforme avançou o jornal, é outro nome em carteira, mas poderá só chegar em janeiro, a custo zero, uma vez que termina a ligação aos chineses do Beijing Guan no próximo dia 31 de janeiro.

Prestes a entrar no último ano de ligação ao FC Porto, Mbemba já deu um bom retorno desportivo e, por outro lado, usou o Dragão como trampolim para se projetar na alta-roda do futebol, acrescentando ao seu currículo um campeonato, uma Supertaça Cândido de Oliveira e uma Taça de Portugal, onde até marcou os dois golos da vitória (2-1) na final, frente ao Benfica. O FC Porto já é a equipa que mais representou no escalão sénior (91 jogos e sete golos contra 77 partidas e nove remates certeiros pelo Anderlecht), faltando-lhe agora compensar com retorno financeiro. Em 2018, Mbemba custou 6,2 milhões de euros ao FC Porto e, de momento, no portal ‘Transfermarkt’, está avaliado em 16 milhões, um milhão acima do que a SAD quer encaixar.