30 abril 2021

Fecho do fosso de Alvalade pode avançar; Médio devolvido ao Benfica; Atenção Benfica! Há mais dois alemães interessados em alvo encarnado; “Na classe de treinadores há hipocrisia e uma inveja tremenda”

As bancadas estão vazias, não há lenços brancos dos adeptos, mas os treinadores não vivem dias tranquilos. As picardias nos bancos de suplentes, com trocas de galhardetes e até insultos, são cada vez mais visíveis. E segundo Carlos Carvalhal, que colocou o dedo na ferida, nesta semana, caminham no sentido de uma regra que outrora nem tinha exceção – no tempo de Vítor Oliveira, António Oliveira, Manuel José, ou Quinito, como citou o técnico do SC Braga, que não se revê no futebol atual (no que a este tema diz respeito). 
"No futebol onde eu cresci, onde eu fui educado, no futebol de Vítor Oliveira, António Oliveira, Manuel José, do Quinito isto era completamente impossível. Não me lembro de um único caso de um treinador que estivesse em conflito com um colega. Um bate-boca eventualmente na imprensa, uns mind-games, tudo bem. Agora, durante o jogo, não é normal. É preciso explicar a esta malta que isto não é normal. Se vamos por aqui, para o ano andamos todos à porrada. E atenção: eu estou a incluir-me. Eu faço parte dos 18 treinadores da primeira divisão. Não estou a pôr os pés de fora. Mas isto não é admissível”, realçou Carlos Carvalhal, durante a conferência de imprensa de antevisão do jogo com o Marítimo. 
O técnico não se referia a nenhum treinador em particular. Referia-se a todos. E analisava diversos episódios que envolveram treinadores, nos bancos de suplentes, onde se insultou, com palavras e gestos, com imagens de quase confronto físico e também com histórias que se conhecem posteriormente em relatórios de árbitros e delegados aos jogos.  
Num comentário às palavras de Carlos Carvalhal, que estiveram em análise no canal 11, Maniche apresentou outras causas para as presentes picardias nos bancos – das quais ninguém sai isento. O antigo futebolista discordou e apresentou uma posição dura.  
“A vida está cheia de hipocrisias e a prioridade é a inveja. E eu detesto pessoas hipócritas e invejosas. Não quer dizer que seja o Carvalhal. Não estou a dizer isso. Mas durante a vida já encontrei muitas pessoas assim, que me enojam – desculpem a expressão”, começou por dizer o ex-jogador, no programa Futebol Total. 
Maniche foi mais longe e defende que, “na classe de treinadores, sempre houve esses dois sintomas”, referindo-se à inveja e à hipocrisia. “Eu conheço situações e sei aquilo que estou a dizer”, sustenta.  
“Antigamente, poderia haver mais respeito porque eram sempre os mesmos treinadores a orientar as equipas. Não havia tanta concorrência como há agora, não havia tanta competência como há agora. Não havia tanta qualidade. E depois, em Portugal, vivemos muito em fantasmas, em medos, em desconfianças. E isso é cultural”, alega. 
“Sabemos que o futebol é um desporto de emoções. Mas temos de repensar comportamentos. Temos de ter respeito pelo próximo, dignificar o futebol, compreender que por vezes ganhamos e que noutras vezes perdemos. Mas entre a classe de treinadores isso não existe. Há hipocrisia e uma inveja tremenda”, acrescentou o comentador do canal 11.  
Numa comparação com a realidade de outros países, o ex-futebolista defendeu “castigos mais pesados”, quando se verificarem comportamentos incorretos nos bancos de suplentes. “Noutros países, as multas são muito pesadas. E não são monetárias. São jogos. E é assim que tem de ser. Têm de ser punidos como deve ser. Se fazem uma, têm de ser punidos. Se fazem a segunda ou a terceira, os castigos devem ser muito mais pesados”, sustentou. 
E em Portugal não é assim, segundo Maniche, que defende uma "mudança de paradigma”. “O que é uma multa de 150 euros? O que é isso? Isso não é nada. Temos de ter coragem para punir fortemente quem não dignifica o futebol português. É preciso coragem. Só que há uma hipocrisia tão grande...”, acusa. 
“Já ouvi treinadores falar mal de colegas e depois vão para a televisão dizer bem. Eu sei. Eu assisti. Por isso, não me venham dizer que os outros treinadores eram os melhores, havia mais respeito e agora não há respeito. Não. Antigamente, eram sempre os mesmos treinadores. Não havia esta concorrência”, insistiu. 
Maniche insiste que não se pode legitimar a violência, mesmo a verbal, mas compreende que os treinadores, no banco de suplentes, pressionados pelo resultado, tenham comportamentos menos corretos.  
“Todos os treinadores dizem que não se pode ser um padre no banco. Todos os treinadores dizem isso. Não podem ficar calados, sentados no banco, ou na geleira, e sorrir para toda a gente. Isto é o futebol. Não queiram mudar o futebol. Tem de haver respeito? Sim, concordo com isso. Mas por amor de Deus...”, conclui. 

O regresso de Tiago Dantas ao Benfica é um dado praticamente certo, pois o Bayern de Munique não irá exercer a opção de compra do médio, avaliada em 7,5 milhões de euros. O recente anúncio do técnico Hansi Flick abandonar os bávaros no fim da época, ele que era o principal apoiante da continuidade de Dantas, vem, segundo o jornal “Bild”, colocar ponto final na carreira do médio no clube.

Há mais dois alemães interessados em alvo encarnado. O Bayer Leverkusen e o Eintracht Frankfurt estão também “de olho” em Beto, juntando-se assim ao Wolfsburgo – já assumido – na lista de clubes alemães que seguem com toda a atenção os jogos e os golos do ponta de lança do Portimonense. 
Numa altura em que o avançado está na mira também do Benfica, a cobiça cresce à medida da nota alta dos desempenhos de Beto, mas a SAD não altera uma vírgula ao que vem dizendo: só no final da época se debruçará sobre o tema. Beto tem contrato até 2023 e uma cláusula de rescisão de 40 milhões de euros.
No caso dos alemães, recorde-se que os responsáveis da SAD têm excelentes relações com este mercado, como se atesta pelos negócios de Lumor – que mais tarde rumou ao Sporting – e de Amilton em 2016/17, com o 1860 Munique.
Contactado pelo O Jogo, o líder da SAD, Rodiney Sampaio, confirmou várias propostas para os nomes que têm estado em destaque, casos do já citado Beto e de Samuel e Fali Candé, mas ficou por aí: “Este não é o momento para conversarmos sobre o assunto”. As abordagens “vão ser estudadas somente no final da época”, insistiu, e lembrou que “estes jogadores vieram dos sub-23, tal como Luquinha, Anderson e Casagrande”, fruto de um projeto que promete: “Temos mais jovens na formação secundária para serem aproveitados e estamos já a fazer contratações. Prevejo outra boa colheita”.

Fecho do fosso de Alvalade pode avançar. A substituição das cadeiras de Alvalade é uma das intervenções que está programada para a fase final do mandato de Frederico Varandas, tal como a Cidade Sporting, recentemente anunciada. Embora ainda não exista uma confirmação oficial, os leões preparam-se para, em breve, avançar com o fecho do fosso do estádio, uma ideia que já estava no papel mas que poderá, agora, ver reunidas as condições para poder ser executada, a despeito da complexidade da tarefa. Questionado pelo jornal Record, sobre a possibilidade de a referida obra ser concretizada no curto/médio prazo, pela atual direção, abrindo caminho eventualmente ao aumento da capacidade do estádio, o administrador da SAD do Sporting, André Bernardo, preferiu manter esse cenário no segredos dos deuses, mas não desmentiu o projeto. “Nesta fase, o que posso adiantar é que estamos a trabalhar em várias frentes no que se refere a infraestruturas e que dentro de pouco tempo vamos arrancar com outro projeto que anunciaremos em breve”, disse ao jornal. A capacidade de Alvalade, atualmente, é de 50.095 lugares.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Regras dos comentários

O Fora-de-Jogo mantém um sistema de comentários para estimular a troca de ideias e informações entre seus leitores, além de aprofundar debates sobre assuntos abordados nos artigos.

Este espaço respeita as opiniões dos leitores, independentemente das suas ideias ou divergência das mesmas, no entanto não pode tolerar constantes insultos e ameaças.

Assim o FDJ não aceita (ou apagará) comentários que:

- Contenham cunho racistas, discriminatórios ou ofensivos de qualquer natureza contra pessoas;
- Configurem qualquer outro tipo de crime de acordo com a legislação do país;
- Contenham insultos, agressões, ofensas;
- Contenham links externos;
- Reúnam informações (e-mail, endereço, telefone e outras) de natureza nitidamente pessoais do próprio ou de terceiros;

Não cumpridas essas regras, o FDJ reserva-se o direito de excluir o comentário sem aviso prévio.

Avisos:

- Respeitadas as regras, é livre o debate dos assuntos aqui postados.
- Os comentários são de exclusiva responsabilidade civil e penal de seus autores e/ou “reprodutores”, participantes que reproduzam a matéria de terceiros.
- Ao postarem suas mensagens, os comentadores autorizam o FDJ a reproduzi-los no blog;

Não fique Fora-de-jogo nas suas palavras...