Espanhol sem dúvidas: "Penálti claríssimo e tontíssimo" por marcar contra o Sporting em Faro e...duas simulações; Salário alto e rendimento a desejar colocam médio do Benfica no mercado

Iturralde González, antigo árbitro internacional espanhol, fez a análise aos lances mais polémicos da jornada, curiosamente os três no encontro entre o Farense e o Sporting. Para o ex-juiz espanhol ficou um penalti por marcar contra o Sporting.

A primeira jogada é um penálti claríssimo e tontíssimo. Coates vai afastar a bola, mas não consegue travar e o que faz é derrubar Abner. É uma obstrução com contacto, não deixa o avançado continuar. Ele coloca-se entre a bola e o avançado e obstrui o jogador do Farense. Como há contacto é falta e penálti. É verdade que não o quis fazer, mas isso é óbvio. Em 99 por cento dos casos, o defesa não os quer cometer. Coates pensa que vai chegar à bola a tempo para afastar, mas como não consegue travar, obstrui o avançado. Era penálti.

No segundo lance, se olharmos para Tomás Tavares, podemos ver que ele abre a perna para ir à procura de contacto. E quando sente um pouco esse contacto deixa-se cair. É uma simulação claríssima, por tentar que seja derrubado. O jogador do Farense nem está a lutar pela bola. Em nenhum momento vai disputar a bola. O que ele faz é abrir a perna direita por onde vem Nuno Mendes para que seja atingido. Mas não há derrube nem nada. Há um simples contacto e o jogador do Farense, ao sentir, deixa-se cair. É uma simulação clara, de manual.

O último lance também não é penálti. Gauld finge um contacto superior para se deixar cair. Vamos deixar claro que o futebol é um desporto de contacto e nem todos os contactos são penálti. Nestes lances, o atacante faz um teatro muitíssimo maior do que a falta que poderia ser feita. Se olharmos para o avançado, vemos que ele já não pode saltar para a bola porque o defesa está atrás, corpo com corpo. Claro que há contacto, mas quando o avançado sente deixa-se cair lamentavelmente. Porquê? Porque já não consegue disputar a bola. São jogadas perigosas para os defesas porque se o árbitro apitar penálti não pode dizer nada porque há contacto. Mas o segundo e terceiro lances são claros, em que o avançado é quem faz o teatro todo para tentar enganar o árbitro e ‘sacar’ o penálti. Há contacto mas em nenhum momento há uma relação de causa e efeito. 

Taarabt aquém do esperado está no mercado. Intocável para Jorge Jesus – titular em dez dos últimos onze jogos da Liga – Taarabt sentou Pizzi no banco nesta última fase, mas até ao momento apresenta números aquém do esperado: não marcou qualquer golo e apenas conta com duas assistências (Moreirense e Paços de Ferreira), em 840 minutos em campo nesta fase do campeonato. No final da época, tudo indica que o atleta, um dos mais bem pagos mas também com mais mercado, seja candidato a ser negociado e a deixar a Luz.
O marroquino assumiu o papel de médio ofensivo e a função de desequilibrar, mas tem sido pouco consistente. E, por vezes, o risco assumido revela-se contraproducente como no primeiro golo do último embate com o Gil Vicente, após uma perda de bola.
Em três épocas ao serviço das águias, chegou aos 82 jogos (5250 minutos), marcou apenas um golo, há mais de um ano, num embate com o Belenenses SAD, em janeiro de 2020, e tem oito passes decisivos, cinco deles esta temporada.
Atingiu os 37 jogos na presente época, mas é, à partida, um dos elementos que pode ser negociado no próximo verão. Os encarnados desejam reforçar o plantel com um número oito que também cumpra a função de médio defensivo. E, aos 31 anos, Taarabt, que tem contrato até 2023 e um dos salários mais elevados do plantel, será um dos potenciais candidatos a deixar a Luz.