01 março 2021

“Eu senti vergonha daquela gente que está no Sporting, falo de Frederico Varandas...”; Sporting foi batido no clássico em toda a linha...menos no resultado. Também teve o primeiro jogo sem remates enquadrados com a baliza; "Sporting? Não vale a pena soltar os foguetes. Às vezes há terramotos", diz ex-líder so Sporting. Sobre Sérgio Oliveira: “Tem de haver alguma tolerância para esse tipo de declarações"

A boa campanha do Sporting, que no clássico com o FC Porto deu um passo de gigante rumo à conquista do título, mantendo os dragões a dez pontos de distância, fez praticamente desaparecer a contestação interna à liderança de Frederico Varandas que marcou o início da época, depois do quarto lugar e dos quatro treinadores em 2019/20.
Os leões seguem assim embalados na liderança do campeonato, mas Augusto Inácio, um histórico dos leões e crítico assumido da direção de Varandas, avisou que os responsáveis do Sporting “não respeitam ninguém”.
Para sustentar a acusação, o antigo jogador, treinador e dirigente do Sporting recordou a forma como foi ‘convidado’ a deixar o clube, em 2018, numa reunião com Frederico Varandas e  João Sampaio.
“A questão não foi a de ter saído, mas a forma como as coisas foram expostas. Eu senti vergonha daquela gente que está no Sporting, falo de Frederico Varandas e de João Sampaio. O presidente disse-me, em reunião, que eu não cabia no projeto e aceitei. A seguir, o João Sampaio mostrou-me o meu contrato, falou de uma alínea e insinuou que eu quereria receber todo o dinheiro do vínculo, que terminava em 2021”, revelou Inácio, em entrevista ao Jornal de Notícias.
Foi a última vez que o histórico dos leões falou com Frederico Varandas. “Não tenho qualquer relação com ele. É um presidente que não respeita ninguém”, atirou, envolvendo de seguida outro alto dirigente do Sporting.
“Nem ele nem o presidente da mesa da Assembleia-Geral, Rogério Alves. Não ouvem os sócios, não ouvem ninguém, mas estão a agarrar-se a esta grande campanha da equipa”, sustentou Inácio.
O treinador que levou o Sporting à conquista do título de 1999/2000 disse também que foi a atual direção a “plantar uma notícia” sobre uma alegada alteração do depoimento de Augusto Inácio ao Tribunal Arbitral do Desporto, no testemunho prestado no âmbito do processo da indemnização ao treinador Sinisa Mihajlovic.
“Fiquei decionado. Mas tiveram azar, porque o juiz nem sequer leu o meu depoimento. Porquê? O clube despediu Mijahilovic antes de 30 de junho e, por isso, já não era necessário”, acrescentou. À “vergonha”, juntou-se a revolta, continuou Inácio. “Fiquei revoltado por aquela gente me fazer aquilo, não gosto deles”, assumiu.
Ainda assim, o histórico leonino atribuiu algum mérito à direção de Varandas pela atual campanha do Sporting, embora com um ‘recado’: “Quando se ganha, todos têm mérito. Não vou deixar de o dar, apesar de não se ter percebido bem porque se despediram 20 ou 30 pessoas e logo a seguir foi contratado o Paulinho, por 16 milhões”.

Sporting foi batido no clássico em toda a linha. À sombra dos dez pontos de avanço sobre o FC Porto no topo da tabela, o Sporting jogou no relvado do Dragão com dois resultados e essa gestão foi ilustrada por uma postura mais encolhida do que tem sido habitual. Pela primeira vez em grandes jogos desta temporada, incluindo os dois com o Braga, a equipa de Rúben Amorim foi batida pelo adversário em todos os parâmetros: remates, passes, posse de bola, recuperações, perdas e duelos ganhos.
Ao nível do total absoluto de “tiros”, o Sporting ficou-se pelos quatro contra os 12 do FC Porto, quando a média leonina em 2020/2021 costuma ser de 12. O número de passes efetuados também ficou abaixo do registo habitual da temporada (317 contra 446), sendo que a equipa de Sérgio Conceição realizou 415. Os anfitriões também dominaram o conjunto lisboeta ao nível da posse de bola, somando 58,17% contra 41,83%, um registo bem aquém dos 58,16% que o Sporting apresenta como média da época.
Mais seguros na construção, os dragões perderam a bola 108 vezes comparativamente às 128 dos leões que, habitualmente, ficam-se pelas 103,73 por jogo. No campo contrário, o FC Porto também mostrou níveis de agressividade mais elevados do que os do Sporting: ganhou nos duelos (50,38% contra 46,97%) e nas recuperações de bola (110 contra 75). Em ambos estes parâmetros, os lisboetas ficaram, uma vez mais, abaixo da média.
Outro dos números que merece ser destacado do clássico do último sábado é o de remates à baliza. Ao contrário do sucedido em todos os jogos da presente temporada, onde tinha conseguido acertar pelo menos uma vez no alvo, a equipa comandada por Rúben Amorim não conseguiu enquadrar um único tiro entre os três ferros da baliza de Marchesín, que teve uma noite “descansada” frente ao líder do campeonato. Pedro Gonçalves, Matheus Nunes (em duas ocasiões) e Bruno Tabata foram os responsáveis pelas únicas quatro tentativas do Sporting, três delas efetuadas nos últimos 20 minutos, quando o encontro já se apresentava mais “partido”.
O anterior mínimo de remates tinha ocorrido no dérbi frente ao Benfica, onde a equipa de Rúben Amorim marcou no único tiro direcionado à baliza de Vlachodimos: Matheus Nunes mostrou nesse jogo a pontaria que não teve no sábado frente a Marchesín, no Dragão.
Refira-se que o máximo de remates enquadrados dos leões num só encontro aconteceu na receção ao Tondela, onde a turma de Alvalade conseguiu marcar quatro golos nas 15 tentativas que seguiram na direção da baliza.

"Sporting? Não vale a pena soltar os foguetes. Às vezes há terramotos". Um Clássico que permitiu aos leões manter a vantagem de 10 pontos para os dragões. Em conversa com o portal Desporto ao Minuto, o ex-presidente verde e branco, Sousa Cintra, considerou "justo" o resultado e falou em "missão cumprida".
“Foi um jogo inteligente do Sporting. O nosso treinador montou muito bem a equipa para um encontro que era bastante importante. No Dragão, e com a vontade que o FC Porto tinha em ganhar para manter em aberto as suas aspirações título, era efetivamente um jogo de crucial importância para eles", começou por dizer o antigo dirigente.
"O empate foi um resultado justo, apesar de as duas equipas terem jogado para ganhar. O FC Porto até teve mais oportunidades, mas o futebol é isto mesmo. O empate foi precioso para o Sporting para manter a distância para o FC Porto, o principal rival, uma vez que o Benfica está mais distante. O Sporting cumpriu a sua missão e, mais importante do que isso, foi um Clássico sem casos e onde a arbitragem foi muito competente", complementou Sousa Cintra, que coloca de lado festejos antecipados.
"Não vale a pena soltar os foguetes antes do tempo, até porque ainda falta muito campeonato. Às vezes acontecem terramotos, mas só espero que esse terramoto não suceda em Alvalade. Mas nós vemos lá fora equipas como o Atlético de Madrid, que estava com uma grande vantagem sobre os rivais, e que no espaço de poucas jornadas começou a perder essa margem pontual", asseverou o antigo presidente.
Sousa Cintra, que vê no treinador leonino uma das grandes chaves deste sucesso: "De louvar o discurso de Rúben Amorim, alguém que quer muito ser campeão e que está a ser bastante competente, dando lições de humildade e de forma constante. E depois tem sido exímio na forma como fala com a comunicação social e com os jogadores. Temos no Sporting um jovem treinador que vai dar muito que falar e com um comportamento exemplar".
O antigo dirigente também não passou à margem das declarações do médio Sérgio Oliveira, que, no final do Clássico, frisou que, para o Sporting, "um empate era como ganhar a Liga dos Campeões".
“Tem de haver alguma tolerância para esse tipo de declarações. Ele queria muito ganhar o jogo e, como estava desesperado e algo chateado, nem pensou bem no que estava a dizer, portanto não dava a essas declarações muita importância. O Sérgio Oliveira sabe perfeitamente a história do Sporting, uma história que qualquer sportinguista e português se orgulha. Falamos do clube mais eclético do país e que se equipara ao Barcelona", rematou Sousa Cintra.

3 comentários:

  1. VAMOS VER DAQUI A 7 - 10 DIAS QUANTOS JOGADORES DO SPORTING VÃO FICAR COM O COVID. Até poderá o LFV não ter razão só que toda a gente acredita que os andrades são capazes de fazer isso, até eles próprios não se espantam.

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  2. Sporting atenção se os andrades precisarem de 6 - 8 pontos serão esses pontos descontados pela asneira que fizeram com o palinha

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  3. O V. colega (zero zero)foi achincalhado e vocês não dizem nada? assobiam para o lado, ficam a pensar que tb têm medo e já vos aconteceu o mesmo...

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