“É bom ver um benfiquista nato ser profissional como Rúben Amorim”; "Até que enfim vi o Salvador disparar contra o Benfica"

A “revolta grande” do SC Braga com a arbitragem, na sequência da derrota frente ao Benfica, tem dominado as atenções no futebol português, numa altura em que o campeonato vai parar devido aos compromissos da seleção.
Logo após a partida, o presidente dos guerreiros do Minho, António Salvador, apontou o dedo a João Pinheiro, que tem “prejudicado” o clube minhoto “em 90 por cento dos jogos”, seja como árbitro, seja como videoárbitro.
“Vamos lutar com os ditos três grandes, por um lugar onde estão muitos milhões em jogo. Ainda bem que vem aí a centralização. O campeonato vai passar a ser competitivo e vai acabar o mito dos três grandes em Portugal, que têm sempre de ser os primeiros na classificação”, disse ainda António Salvador.As críticas do presidente do SC Braga apanharam de surpresa Fernando Mendes, antigo internacional português que na carreira de jogador passou pelos três grandes. O ex-lateral assinalou que esta foi a primeira vez que Salvador protestou após um jogo com o Benfica, depois de várias intervenções após duelos com FC Porto e Sporting.
“Até que enfim vi o António Salvador vir disparar num jogo com o Benfica...”, comentou Fernando Mendes, evocando depois um artigo de hoje a referir que o árbitro João Pinheiro chamou o presidente do SC Braga para uma conversa, no balneário.
“Acho graça, o árbitro chamou-o no final do jogo, tiveram uma conversa, depois ele [Salvador] vai para a conferência de imprensa disparar? Não deve ter sido uma conversa limpinha”, acrescentou.
As críticas do presidente do SC Braga, no entender do ex-internacional, só podem ser entendidas como um desviar das atenções, pois o Benfica foi “muito superior” quer antes da expulsão de Fransérgio (por acumulação de amarelos), quer depois.
“A vitória não sofre contestação nenhuma. O Benfica foi superior com onze jogadores contra onze, com onze contra 10, foi muito superior. Na primeira parte, o SC Braga teve uma oportunidade de golo, num falhanço de Otamendi, que o Helton Leite defendeu. Mas o Benfica dominou, foi superior, teve uma série de oportunidades”, frisou.
“Se [a expulsão de] Fransergio pode ter condicionado o jogo ou não... Até ser expulso, não condicionou nada”, reforçou Fernando Mendes.
Ao criticar a arbitragem de João Pinheiro e ao referir “o mito dos três grandes”, António Salvador estará já a preparar o terreno para uma eventual quebra da equipa orientada por Carlos Carvalhal, que a dado momento chegou a ser “a melhor” da I Liga em termos exibicionais.
“O SC Braga está com um problema neste momento. Aquele vigor que tinha, de um momento para o outro desapareceu. Chegou a uma altura em que era a melhor equipa a jogar no campeonato, jogava muito bem, mas já em Famalicão foi completamente dominado. Agora foi completamente dominado pelo Benfica, estão a queixar-se de quê?”, considerou Fernando Mendes.
Num comentário para a CMTV, o ex-jogador desvalorizou a alegada oferta de camisolas do Benfica, através de Rui Costa, à equipa de arbitragem, mas salientou que o caso dos vouchers não teve consequências de relevo.
“É normal, não me incomoda minimamente, todos fazem isso. O que me incomoda é que o Benfica gastava 200 mil euros por ano em ofertas para árbitros e ninguém tomou uma posição em relação a isso. São 200 mil euros por ano, isto já não é razoável, é um abuso. Alguém tem que tomar uma posição. Agora, dar camisolas...”, finalizou.

“É bom ver um benfiquista nato ser profissional como Rúben Amorim”. O antigo jogador do Benfica Stefan Schwarz continua atento ao futebol português e regozija-se com a época do Sporting. Numa curiosa publicação nas redes sociais, o ex-futebolista sueco elogia o profissionalismo de Rúben Amorim, apelidando-o de “benfiquista nato”.  

“É bom ver um benfiquista nato ser profissional, como o Rúben Amorim, promover o futebol português em qualquer lado. Profissional é profissional. Como adepto nunca se muda”, escreveu o antigo defesa sueco.  
Para Stefan Schwarz, que representou o Benfica entre 1991 e 1994, já não há dúvidas de que o título está entregue ao Sporting. E o sueco entende que esse desfecho da I Liga, a concretizar-se, será justo. “Sporting no primeiro lugar e já são campeões da liga. É muito merecido!”, exclama. 
Com um fair-play notável, o ex-jogador lembra que o Sporting é “um dos grandes do Portugal e Europa na história”.  
E este profissionalismo de Rúben Amorim “é bonito e respeitoso aos dois lados”, assinala.