Benfica encostou três 'pérolas' por não renovarem. Vieira vai tentar resolver os casos; "Não entendo o caso-Palhinha mas percebo que estamos no futebol português"

Os avanços e recuos no caso-Palhinha têm agitado o futebol português nos últimos dias, fazendo surgir as dúvidas sobre quantos cartões amarelos tem efetivamente o médio do Sporting e, no caso de já ter cinco, se tem ou não de cumprir um jogo de suspensão, bem como quando será efetivado esse castigo.
Na mais recente decisão, o Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) deu razão ao recurso apresentado pelos leões, suspendendo o castigo aplicado pelo Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), com a suspensão automática por um jogo após Palhinha ter completado uma série de cinco cartões amarelos na partida com o Boavista.O jogador continuou a ser utilizado e pode enfrentar nova suspensão automática caso chegue aos nove cartões amarelos. Daí que haja mais dúvidas do que respostas, com os adeptos a quererem saber quantos cartões ‘estão a contar’ para Palhinha e, no caso de serem cinco, se vai (e quando) ou não cumprir um jogo de castigo.
Diamantino Miranda, antigo internacional português, assumiu ter “muitas dúvidas” sobre a situação, exortando as entidades responsáveis a esclarecerem definitivamente a situação, até para evitar que o cenário se repita.
“Ele tem quatro ou tem cinco? Vai ser castigado ou não? A contagem vai começar de novo? Não consigo perceber, apesar de perceber que estamos no futebol português”, comentou o ex-jogador.
Com a questão a arrastar-se nos tribunais – a FPF já anunciou que vai recorrer da decisão do TAD –, “é preciso esclarecer” os principais contornos da questão, nomeadamente quantos cartões tem João Palhinha e, se forem cinco, se (e quando) vai cumprir castigo.
“Eu tenho muitas dúvidas. Não sei se o Palhinha tem cinco amarelos ou se tem quatro. Se levar um amarelo, fica com cinco e é castigado por um jogo ou não é? Não consigo perceber. Tem cinco ou tem quatro? Se levar agora um cartão amarelo, o que é que acontece? Começa de novo a contagem? Se começa de novo, é porque houve cinco cartões amarelos que aconteceram mas ele não foi castigado?”, questionou Diamantino, em declarações à CMTV.
“É isso que nós precisamos precisamos de saber, que haja este esclarecimento, porque eu estou completamente fora do que está a acontecer e do que irá acontecer”, insistiu o antigo internacional português.
Após completar uma série de cinco cartões amarelos, na partida com o Boavista, a 26 de janeiro, Palhinha foi automaticamente sancionado pelo CD com um jogo de suspensão. O Sporting recorreu, sustentando que o árbitro Fábio Veríssimo admitiu ter errado ao mostrar o amarelo ao jogador no Bessa, mas o CD considerou esse recurso improcedente.
O médio apresentou então uma providência cautelar no Tribunal Central Administrativo Sul, que ao ser aceite permitiu que fosse utilizado na jornada seguinte, na vitória frente ao rival Benfica (1-0), no dérbi realizado a 1 de fevereiro.
O diferendo acabaria por chegar ao TAD, que deu razão a João Palhinha, o que resultaria na suspensão do castigo aplicado pelo CD, que... vai recorrer, fazendo com que o diferendo se mantenha nos próximos tempos.

Vieira tenta renovar com trio. Luís Filipe Vieira tem feito esforços para resolver as situações de Jeremy Sarmiento, Kevin Csoboth e Ronaldo Camará, que estão encostados, sem treinar integrados e sem jogar, por dificuldades nos respetivos processos de renovação. O presidente benfiquista não desiste de segurar os jovens futebolistas, que têm em mãos propostas de clubes estrangeiros, o que coloca dificuldades aos responsáveis da Luz. Apesar disso, há a expectativa de que alguns casos possam ser resolvidos até ao fim da época. A situação mais complicada parece ser a de Sarmiento, que, segundo o jornal Record, em maio de 2020, esteve para assinar um contrato válido por cinco temporadas com o Benfica. Como não houve acordo, o avançado anglo-equatoriano, de 18 anos, nunca foi utilizado em 2020/21, limitando-se a treinar à parte.
Os casos de Csoboth (20 anos) e Camará (18) são diferentes. Os jovens começaram a temporada na equipa B e foram encostados em janeiro. O extremo húngaro atuou em dez encontros e fez um golo. Por sua vez, o médio luso-guineense foi opção em 14 partidas, tendo apontado três golos, divididos entre as equipas B e de sub-23.