“O Benfica surpreende-me. A mim e a toda a gente. Ao investimento que o Benfica fez... Toda a gente diz que são 100 milhões, mas para mim não é. São mais do que 100 milhões”, afirma o treinador, em declarações à SportTV. “Surpreende-me devido ao nome das transferências, ao impacto dos jogadores [que chegaram à Luz]. Jorge Jesus é um treinador galardoado, que vinha tinha ganho muita coisa no Benfica. Vinha do Brasil como vencedor e chegou a dizer que o Benfica iria jogar o triplo”, complementa Inácio.
Depois de uma série de resultados negativos na I Liga, o Benfica caiu no quarto lugar e, na última jornada, deixou ‘fugir’ Sporting, FC Poro e SC Braga, os três primeiros classificados, que venceram os respetivos jogos. Se os leões estão já fora do alcance encarnado – 15 pontos não deixam esperança mesmo ao adepto mais otimista –, já o segundo e terceiro lugares, de acesso à Champions, ainda não são inalcançáveis.
Porém, Augusto Inácio considera que o Benfica “tem de abrir a pestana”, sob pena de ficar fora do terceiro lugar, que permite, na próxima temporada, disputar a pré-eliminatória da Liga dos Campeões, enquanto o primeiro e segundo lugares conduzem à entrada direta na Champions.
“Sinceramente, acho que o Benfica, se não abrir a pestana e não recuperar os seus níveis anímicos, corre risco de ficar abaixo do terceiro lugar”, argumenta Inácio, ideia que defende pelos resultados da equipa, pela incapacidade de reagir aos maus momentos, em contraponto com a campanha positiva do SC Braga, que se coloca entre os grandes.
Mas Augusto Inácio não aponta o dedo apenas ao treinador. Salvaguardando que está a observar a realidade do Benfica pelo lado de fora, lança alguns temas para a conversa, sobretudo no que diz respeito aos reforços contratados e ao planeamento da época.
“O que falta dizer aqui – e isso eu não sei, porque não é divulgado publicamente – é se o Jorge Jesus teve os jogadores que pretendia. Ou quem fez aquelas contratações. Ou se Jesus deu aval àquelas contratações. Porque eu lembro-me que, no início da época, quem o Jesus esperava e não teve era o Cavani”, assinala.
Perante este quadro, Augusto Inácio deixa no ar a eventualidade de se tomarem decisões drásticas, no Benfica. E a saída do treinador pode não ser a única medida a tomar.
“Para quem está do lado de fora, é realmente mau demais. Mas quem está dentro do Benfica é que sabe com que linhas se cose. E deve tentar perceber se é melhor para o Benfica a continuidade de tudo isto (da estrutura, do treinador, dos jogadores), ou se deve haver alguma mudança. E quando falo em mudança não falo só de treinador”, conclui Augusto Inácio, nesta análise sobre a atualidade encarnada, que pode nesta quinta-feira conhecer um novo capítulo: a qualificação para os oitavos de final da Liga Europa ou o afastamento das competições europeias.
«Assisti ao sorteio da terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões e confesso que quando saiu o nome do PAOK, comentei para os meus botões - coitados dos gregos.
ResponderEliminarEstou muito confiante acerca do nosso desempenho europeu. Por três razões. A primeira, foi a contratação de Jorge Jesus. Quem tem o privilégio de ter um treinador desta qualidade só pode sonhar com altos voos em todas as competições. A segunda razão é óbvia - a SAD mantém a aposta muito forte no regresso do Benfica europeu. (...) A terceira razão é uma questão de justiça - o presidente Luís Filipe Vieira sonha com a conquista da Liga dos Campeões. Os mais pessimistas dirão que é um sonho.»
Dr. Pedro Guerra, O Benfica (4 de Setembro)