27 fevereiro 2021

Árbitros estrangeiros na Liga já na próxima época; O lateral na mira do Benfica; Vieira segura JJ e provoca divisão interna; Reforço do plantel faz disparar passivo encarnado

A redução do passivo da SAD benfiquista tem sido uma grande bandeira de Luís Filipe Vieira nos últimos anos, mas o Relatório e Contas do primeiro semestre de 2020/21 apresenta um aumento de 100 milhões quanto a 30 de junho de 2020 – passou dos 325,9 para os 425 M€. Esta subida de 30,4 por cento é justificada pela SAD face aos “investimentos realizados no plantel” e pela “emissão de um novo empréstimo obrigacionista”. Algo que fez subir o valor dos empréstimos dos 98 milhões para os 147,5 – em julho próximo serão reembolsados 19,9 milhões de um deles.
Tal como o passivo, também o ativo aumentou consideravelmente, ascendendo a 594,4 milhões de euros, uma subida de 22 por cento em relação ao final do último exercício (487,1 M€), algo também explicado pelo investimento no plantel – passou a valer 179,1 milhões, mais 76,2 do que a 30 de junho –, assim como pelos valores em caixa, que atingiram os 29,5 milhões.
Numa época de menor encaixe, face à pandemia, que afetou as receitas de matchday (de 14,3 milhões passaram para 172 mil euros), mas também à ausência na Champions (em vez dos 47,9 milhões de 2019/20, as águias só receberam 9,6 na Liga Europa), a SAD considera que a venda de Rúben Dias, por 68 milhões, e que gerou um ganho de 62,8, “foi decisiva para o desempenho económico neste semestre”, no qual obteve um resultado líquido de 8,2 M€, longe dos 104,2 de 2019/20, quando vendeu João Félix ao Atlético de Madrid, e um resultado operacional de 12,8 M€.
Com contas positivas nesta fase “pelo sétimo ano consecutivo”, mas com uma queda de 44,8 por cento nos rendimentos totais (de 244,3 M€ para os 134,9), a sociedade benfiquista refere, contudo, que este foi “o segundo melhor semestre de sempre”.
O valor das contratações para 2020/21 fez as rubricas com fornecedores e outros credores subirem 90,5 %, para 128,6 M€. No documento ontem lançado, a SAD revelou os custos totais de Darwin (25 M€), Everton (22), Pedrinho (17,1), Waldschmidt (16) e Otamendi (15,1). Com a chegada destes reforços, os gastos com o pessoal atingiram os 49,7 milhões. E em remunerações fixas a SAD assumiu 38,8 M€ no primeiro semestre, mais 8,5 milhões do que em igual período na época passada.
Considerando que se encontra numa “posição privilegiada” para cumprir o fairplay financeiro da UEFA, as águias têm a “convicção de que será ainda possível alcançar alguns dos objetivos iniciais da época”, como a Champions, vista como essencial: “Trará um impacto importante no equilíbrio económico desta sociedade.”

O lateral na mira do Benfica. Atento ao mercado africano, o Benfica estará interessado em Karim Fouad, lateral-direito egípcio de 22 anos, que atua no ENPPI, por cedência do Nogoom FC.
De acordo com a Imprensa daquele país, o emblema encarnado está interessado em analisar as qualidades do defesa ao vivo, através de um período à experiência, após o qual, caso fique agradado, o atleta poderá assinar contrato. E de acordo com revelações de Mohamed Al-Tawila, presidente do Nogoom FC, a ideia das águias, caso o negócio avance, será cedê-lo a outro clube português e no futuro fazê-lo regressar.

Luís Filipe Vieira segura Jorge Jesus e provoca divisão interna. O Benfica somou, na Grécia, o quarto encontro consecutivo sem vencer. Desta feita, a derrota com o Arsenal, por 2-3, culminou no afastamento dos 16-avos-de-final da Liga Europa, e fez subir ainda mais o tom da contestação em torno de Jorge Jesus.
Contestação essa que chega, não só do exterior, como inclusive do anterior, uma vez que, segundo escreve, este sábado, o jornal Record, já vários elementos da estrutura encarnada apelaram a Luís Filipe Vieira para que avançasse para a demissão do treinador.
Um cenário, no entanto, completamente descartado pelo próprio, não só pela elevada indemnização que teria de lhe pagar - mais de dez milhões de euros - como também pelo facto de ainda estar a pagar a Bruno Lage e daquilo que custaria avançar para um novo técnico.
O presidente do clube da Luz sabe que, face às dificuldades que a equipa atravessa, não seria fácil encontrar um homem que aceitasse comandá-la neste momento, pelo que prefere aguardar pelo final da época para tomar uma decisão final.
Luís Filipe Vieira, acrescenta a publicação, só admitiria abrir mão de Jorge Jesus se este apresentasse a demissão, algo que, como o próprio já tornou público, não equaciona fazer, por não se sentir responsável pela atual crise de resultados.

Os jogos das ligas profissionais portuguesas passarão a ter, já a partir da próxima época, equipas de arbitragem estrangeiras a dirigi-los. A possibilidade, garante o jornal A Bola, está há algum tempo em cima da mesa do Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol, liderado por José Fontelas Gomes, que decidiu agora ser a introdução desta medida o caminho certo para a evolução da experiência internacional da arbitragem portuguesa e do quadro de árbitros e VAR.
Depois de um estudo profundo, acelerado nos últimos meses, a decisão de estabelecer um intercâmbio com um país relevante no futebol europeu — cujo nome está guardado a sete chaves —, que permita aos árbitros portugueses apitar no estrangeiro e ter árbitros de categoria semelhante (que, segundo o diário, também virão em equipa, incluindo assistentes e VAR) nas competições profissionais nacionais, está tomada e muito próxima de ser formalmente anunciada, em conjunto com todos os seus detalhes.
A possibilidade de ter árbitros estrangeiros a apitar jogos das ligas profissionais está, de resto, prevista desde 2012 no regulamento de arbitragem da Liga, que no artigo 9.o diz o seguinte:
«Podem igualmente arbitrar competições organizadas pela Liga Portugal os árbitros e árbitros assistentes inscritos em federações estrangeiras com as quais a FPF estabeleça contrato tendo por objeto o intercâmbio de serviços e em condições de paridade desde que possuam categoria equivalente às referidas.»
Foi com base nesta hipótese, prevista há quase dez anos, que o Conselho de Arbitragem começou, há algum tempo, e sempre sob extremo sigilo, a trabalhar nos contactos que permitirão fechar esta parceria com um país relevante no futebol europeu estão, neste momento, muito adiantados, pelo que será possível arrancar já em 2021/2022.
A ideia do CA não passa por trazer árbitros estrangeiros para apitar jogos pontualmente, nem sequer por trazer árbitros para os jogos mais mediáticos. O que está sobre a mesa é que este intercâmbio — que, no caso português, envolverá internacionais e jovens que acabam de chegar à categoria principal — aconteça de forma regular, e não em casos (leia-se partidas) especiais.
É também vontade do organismo presidido por José Fontelas Gomes que esta experiência possa ser estudada por entidades externas (nomeadamente universidades), uma vez que se trata de algo que é encarado como inovador no mundo da arbitragem.
Um aspeto muito relevante, e analisado à exaustão pelo Conselho de Arbitragem e pela Federação Portuguesa de Futebol, é o custo de uma iniciativa deste género, uma vez que os valores em causa terão algum impacto na estrutura de custos da arbitragem. A ideia passa por ser o CA a suportar a despesa na primeira época (em 2021/2022, portanto), deixando depois nas mãos dos clubes profissionais a decisão de continuar e pagar o custo da iniciativa nas temporadas seguintes ou dar a experiência por terminada. O CA olha para este intercâmbio como mais uma forma de qualificar os árbitros e a arbitragem portuguesa e consideram os seus responsáveis ser esta mais uma prova de não ter, a FPF, medo de inovar, na linha do que foi feito com a introdução do VAR, em que Portugal esteve na linha da frente, o que lhe permite hoje ter árbitros reconhecidos por UEFA e FIFA nessa função.

2 comentários:

  1. «Assisti ao sorteio da terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões e confesso que quando saiu o nome do PAOK, comentei para os meus botões - coitados dos gregos.

    Estou muito confiante acerca do nosso desempenho europeu. Por três razões. A primeira, foi a contratação de Jorge Jesus. Quem tem o privilégio de ter um treinador desta qualidade só pode sonhar com altos voos em todas as competições. A segunda razão é óbvia - a SAD mantém a aposta muito forte no regresso do Benfica europeu. (...) A terceira razão é uma questão de justiça - o presidente Luís Filipe Vieira sonha com a conquista da Liga dos Campeões. Os mais pessimistas dirão que é um sonho.»

    Dr. Pedro Guerra, O Benfica (4 de Setembro)

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  2. Aqui está uma das razões que explicam o estado a que chegou o sport lisboa e batota, personificado por um tipo de personagem que enxameiam o estado lampiânico. E têm lá tantos outros!!! Constituem a legião do grande líder, todos a sugar a instituição. Carreguem lampiões, rumo à violação do fair play financeiro.

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