11 janeiro 2021

"Para Federação e Liga, não há fraudes, não há corrupção"; “É uma exigência que Luís Filipe Vieira esteja presente nos jogos”

Rui Pinto voltou a apontar o dedo à Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e à Liga, num comentário a uma notícia desta segunda-feira, que dá conta de uma investigação de negócios do futebol português, por parte da Autoridade Tributária.  
De acordo com aquele periódico, estarão em causa transações na ordem dos 500 milhões de euros, com suspeitas de fuga ao fisco e de branqueamento de capitais, numa investigação que trespassa os FC Porto, Benfica, Sporting, SC Braga e Vitória, bem como advogados e empresários de jogadores, entre os quais Jorge Mendes.   
Rui Pinto comentou essas notícias, manifestando a certeza de que há “fraudes milionárias no futebol português”, sendo que, segundo o fundador do Football Leaks, “ainda nem se chegou aos kickbacks [subornos] e ao branqueamento de capitais”. 
“Mas, para a Federação e a Liga, vai tudo de vento em popa, não há fraudes, não há corrupção”, ironiza Rui Pinto, lamentando a inércia daqueles organismos, perante estas suspeitas que estão a ser investigadas pela Justiça.  
Na origem desta investigação está a operação 'Fora de Jogo', que implicou buscas em várias entidades ligadas ao universo do futebol, levou à constituição de 47 arguidos, 24 pessoas coletivas e 23 pessoas singulares, de acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR). 
Entre os arguidos contam-se "jogadores de futebol, agentes ou intermediários, advogados e dirigentes desportivos", especificou a PGR, sublinhando que "em causa estão suspeitas da prática de factos suscetíveis de integrarem crimes de fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais". 
"No inquérito investigam-se negócios do futebol profissional, efetuados a partir do ano de 2015, e que terão envolvido atuações destinadas a evitar o pagamento das prestações tributárias devidas ao Estado português, através da ocultação ou alteração de valores e outros atos inerentes a esses negócios com reflexo na determinação das mesmas prestações". 
Foram realizadas diligências em março do ano passado, em 56 locais, com 40 buscas domiciliárias e 31 não domiciliárias, que envolvem clubes de futebol e respetivas SAD. As autoridades passaram a ‘pente fino’ escritórios de advogados. 
Recorde-se que as diligências decorreram em vários pontos do território português e envolveram 11 magistrados do Ministério Público do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), sete magistrados judiciais, 101 inspetores tributários e 181 militares da Unidade da Ação Fiscal da Guarda Nacional Republicana (GNR). 
Também a Polícia de Segurança Pública prestou a sua colaboração nesta operação, cuja investigação "prossegue sujeita a segredo de justiça", segundo detalhou um comunicado da PGR, em março. 
A PGR explicou que a investigação tem como base um inquérito dirigido pelo DCIAP e numa investigação a cargo da Direção de Serviços de Investigação da Fraude e de Ações Especiais da Autoridade Tributária. 
Recorde-se ainda que as SAD de Benfica, FC Porto, Sporting, SC Braga e Vitória de Guimarães confirmaram a realização dessas buscas, manifestando disponibilidade para colaborarem com as autoridades. Também a residência de Iker Casillas, recorde-se, foi alvo de buscas, sendo que o ex-guarda-redes prometeu colaborar com os inspetores. 
O assunto regressa à agenda mediática nesta semana com o Jornal de Notícias a dar conta de um “montante astronómico” e Rui Pinto critica que FPF e Liga permaneçam em silêncio. 
“São já 500 milhões de euros em transferências, que envolvem tanto clubes nacionais como estrangeiros", escreve aquele diário. 

“É uma exigência que Luís Filipe Vieira esteja presente nos jogos”. A liderança de Luís Filipe Vieira tem sido um dos temas mais discutidos neste início de época no Benfica.
A ausência de uma posição do presidente encarnado após a derrota diante do FC Porto, na Supertaça Cândido de Oliveira, e mais recentemente depois do empate nos Açores, motivou reações por parte da oposição nas últimas eleições, com João Noronha Lopes a defender que o Benfica vive, por estes dias, “um défice de liderança”. 
A temática voltou a estar em análise no programa da CMTV, na qual João Malheiro, antigo responsável de comunicação das águias, considerou “elementar” e uma “exigência” que Luís Filipe Vieira esteja junto da equipa. 
“O elementar é estar nos jogos e ir com a equipa. É estar nos camarotes e não no balneário, como às vezes está. Ou ir embora no decurso do jogo, ou ir ver o mar com o Bruno Lage, como foi em Portimão, e depois não ir ao campo”, começou por dizer. 
“Peço desculpa, mas isto é benfiquismo, não é anti-benfiquismo. É uma exigência que o presidente do clube, neste caso Luís Filipe Vieira, tem que estar [nos jogos]. Na sexta-feira [jogo com o FC Porto] tem que estar no camarote, que é o lugar dele. Presidente é para isso”, continuou. 
João Malheiro, que neste programa defendeu ser “urgente” o Benfica “jogar mais”, defendeu ainda que a “instabilidade” nos encarnados é “mais uma razão” para Luís Filipe Vieira estar presente. 
“Quando há turbulência, instabilidade e demasiado ruído à volta do Benfica, que atinge o universo benfiquista, é mais uma razão para estar. Agora nos Açores, tinha que ter ido. O primeiro sinal é dado pelo líder, o líder tem que estar no comando”, rematou.

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