06 janeiro 2021

O defesa que quer convencer o Benfica; "Não podemos ter um presidente escondido. Benfica não aguenta mais quatro anos"; Bruno de Carvalho: "Houve uma altura em que era suposto eu aparecer morto"

A oposição de Luís Filipe Vieira nas últimas eleições sai a público para exigir explicações ao presidente encarnado numa temporada marcada por forte investimento mas onde, até ao momento, o Benfica vai perdendo terreno na luta pelo título, além de não se ter apurado para a fase de grupos da Liga dos Campeões e já ter perdido a Supertaça Cândido de Oliveira para o FC Porto.
Pedro Adão e Silva, que fez parte da lista de João Noronha Lopes como candidato à vice-presidência, diz que está esgotado o tempo de Luís Filipe Vieira para não dar uma justificação aos benfiquistas.
Mas Adão e Silva vai mais longe e diz que "o Benfica não aguenta mais quatro anos de Luís Filipe Vieira", disse, reclamando que é preciso que Vieira dê a cara agora que o Benfica enfrenta "um problema sério".
O antigocandidato à vice-presidência do Benfica diz que Luís Filipe Vieira enfrenta "um problema de falta de foco" e está "silenciado e isso reflete-se na equipa".
"Algo tem de mudar. Não é possível que quem preside estar silencioso. E quando aparece vem com uma mensagem atabalhoada. Tem que falar olhos nos olhos com a equipa técnica e com os adeptos. Não podemos ter um presidente escondido e a falar de soslaio", avisa Adão e Silva, destacando que se olha para a estrutura e não se percebe quem traça os destinos do Benfica.
"Não se percebe bem quem de facto lidera no Benfica se é o presidente, se é o vice-presidente, se era o diretor para o futebol, se é o treinador. Há um vazio de liderança que ao mesmo tempo dá um sinal de que as prioridades do clube são vender em lugar de vencer jogos".
Pedro Adão e Silva compreende que a situação financeira deve estar sempre presente mas não percebe como é que o Benfica levou este modelo de vendas ao extremo.
"É difícil compatibilizar o modelo de negócio, que acho que é correto, mas que foi levado longe. O Benfica vende em demasia", lamentou Adão e Silva, lembrando que depois perdem-se referências.
"Temos o exemplo do Otamendi como modelo de capitão. É preciso ter mística e identidade que nos aproxima das vitórias", sublinhou o conhecido adepto benfiquista num tom muito crítico que é acompanhado por uma das lendas do clube da Luz.
António Simões diz que os benfiquistas estão "desconfiados" sempre que a sua equipa entra em campo e diz que isto assim não pode continuar, lembrando que a equipa tem de oferecer essa "confiança" aos adeptos.
"Vemos a equipa jogar e ficamos desconfiados. Vai ganhar ou não? É esta desconfiança que há cá fora nos sócios e simpatizantes que nos desanima. A equipa tem que trazer confiança e certeza de que pode ganhar. Estamos desconfiados. É este desânimo que vejo nos benfiquistas".
Na Antena 1, António Simões disse que os jogadores do Benfica têm de deixar tudo em campo para que os sócios e adeptos sintam que, se não ganharem, não é por falta de empenho.
"Só há um caminho que é melhorar, render mais e ter mais confiança. Se não ganharem a jogar bem, que ganhem a jogar mal mas que corram até não dar mais", apelou António Simões.
Para o ex-campeão europeu encarnado, "a ausência de público possivelmente pode ter influência" e lembra que se os jogos tivessem público a crítica encarnada estaria a pedir empenho nos jogos.

Jalal Huseynov deu nas vistas no país-natal, o Azerbaijão, e vai cumprir um período de testes no Benfica Campus, no Seixal. O defesa que cumpriu 18 anos no sábado já se estreou pela principal formação do Zira, equipa que defende desde os 13 anos.
O selecionador azeri sub-18 teceu-lhe vários elogios. "Quando comandei a seleção sub-16, confiei-lhe a braçadeira de capitão por causa das qualidades de liderança. Percebi que ele tem autoridade entre os colegas. Também gostei muito do jogo dele. Jalal é um jogador de futebol corajoso, que entrou nas artes marciais de corpo e a cabeça. Não desistiu dos adversários mais fortes. Quanto mais jogadores tivermos como ele, mais alto será o nível do nosso futebol e da seleção nacional ", disse Azer Mammadov ao portal 'Azerisport', acrescentando mais elogios.
"Diria que é sensacional convidar qualquer jogador de futebol do Azerbaijão para cumprir um período de testes no estrangeiro. O nosso futebol é menosprezado. Por isso, a notícia foi uma surpresa para mim. Jalal é um jogador de futebol promissor. Se ele quiser, pode jogar lá também. Alegra-me que tenha sido convidado a fazer testes no Benfica. Claro, vai ser difícil, mas ele tem perfil, destaca-se entre os colegas. Devem lembrar-se do Budag Nasirov [n.d.r. ex-Sporting B]. Ele também foi para Portugal, mas percebeu que jogar lá não é tão fácil. Ficarei feliz se o desempenho do Jalal for bem-sucedido. Claro que chegar à equipa principal do Benfica é mais difícil. Porém, Jalal tem boas características físicas, é um bom central, sabe fazer o primeiro passe. É possível que os treinadores do Benfica o mantenham no clube, muito provavelmente na segunda equipa", atirou o selecionador azeri sub-19.  
Refira-se que no Zira, equipa onde milita Jalal Huseynov, alinha Clésio Baúque, campeão nacional pelo Benfica em 2015/16.

"Houve uma altura em que era suposto eu aparecer morto". Bruno de Carvalho revelou que houve uma “campanha” em curso, que tinha como objetivo transmitir a ideia de que “se aparecesse morto, teria sido suicídio”, sugerindo que o seu combate contra interesses no futebol esteve na base dessa mesma campanha, cujo fim supremo era vê-lo “morto e enterrado”. 
Num podcast do FmCafé, o ex-presidente leonino realça que alguma comunicação social fez questão de enfatizar a ideia de que era sua vontade cometer suicídio. 
“Lembro-me de que se começou a enfatizar o facto de eu querer cometer suicídio. E isto não é brincadeira. Houve uma estratégia clara para, se um dia eu aparecesse morto, as pessoas acharem normal. Houve uma altura em que era suposto eu aparecer morto, a boiar, e que teria sido eu. A campanha de que estamos a falar chegou a estes índices. Ao índice que, no dia em que se o Bruno de Carvalho aparecer morto, foi o Bruno que se matou”, conta. 
“Não foi alguém que lhe fez mal”, prossegue Bruno de Carvalho, que justifica esta investida: “Não foi ele que se meteu com o VAR, com os fundos?... O que se veio a descobrir sobre os fundos Doyen? Estão a ver onde é que o presidente do Sporting se meteu?”, questiona Bruno de Carvalho, que associa essa alegada campanha que chegou a questões pessoais, que nada tinham que ver com a sua presidência.   
Bruno de Carvalho lembra as “questiúnculas”, que envolveram falsos problemas familiares. “Tivemos uma campanha, onde se chegou a este tipo de questiúnculas. Já não falo do mau pai, do homem que batia na mulher, do pai que batia nos filhos, que bebia... Passou-se às pessoas a ideia de que eu me iria matar. Era limpinho”, refere ainda o ex-presidente do Sporting.  
O ex-dirigente considera que se moveu sempre num campo ‘minado’ e não acredita que o tempo faça justiça à sua missão como presidente do Sporting: 
“Está na altura de que o mundo do futebol reconheça a importância que o Bruno de Carvalho teve. No entanto, isto é a mesma coisa que um imbecil perceber que é imbecil. Portanto, não tenho esperança nenhuma de que o mundo do futebol reconheça nada. Nem tenho esse interesse”, diz.  
“As pessoas perceberam o que se passou. E internacionalmente o meu nome não foi afetado. Pelo contrário, o meu trabalho foi reconhecido. Em Portugal, sinto que as pessoas perceberam o que se passou”, complementa Bruno de Carvalho.

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