08 dezembro 2020

Lucas Veríssimo não treina e pede para não jogar contra o Grémio; “Não se resolve assim. Compreendo Varandas, mas aquilo não é solução”; "VAR fez bem em não intervir no lance do golo do Paços", diz Duarte Gomes; Pepe estará apto frente ao Benfica; Pontaria de Zaidu no rasto dos estreantes goleadores no Dragão; Craque do Vitória apontado a Inglaterra

A primeira época de Zaidu no FC Porto já conta com dois golos marcados, num registo sempre interessante para um lateral esquerdo e que foi superado por poucos jogadores da mesma posição. Com efeito, na era Pinto da Costa (desde 1982/83), só quatro laterais canhotos faturaram mais na época de estreia de azul e branco: Miguel Layún apontou seis em 2015/16, Branco (1988/89) e Fernando Mendes (1996/97) assinaram quatro e Lubomír Vlk (1990/91) registou três.
Para já, todos estão, claro, ao alcance de Zaidu, que ainda só fez 12 partidas pelos dragões e está a assumir uma herança bem pesada deixada por Alex Telles. O brasileiro é, tão só, o defesa mais goleador da história do clube, com 26 disparos certeiros, mas só um remonta à época de batismo no Dragão, em 2016/17. Alex Sandro (2011/12), Álvaro Pereira (2009/10) ou Nuno Valente (2002/03) são exemplos de outros laterais esquerdos de boa memória para os dragões que só apontaram um golo na primeira época.
Para o recorde de Telles, muito contribuiu o facto de o agora jogador do Manchester United assumir a cobrança de bolas paradas, especialmente penáltis. Layún, por exemplo, também apontou três dos tais seis golos desde a marca dos 11 metros, assim como Branco era especialista na cobrança de livres diretos. Zaidu, por enquanto com os mesmos golos que Augusto Inácio (1982/83) e Laureta (1985/86) apontaram, não tem esse tipo de tarefa, mas é uma das armas para responder às bolas paradas. Foi assim, aliás, que o nigeriano de 23 anos se estreou a marcar, na sequência de um pontapé de canto, em Marselha. Já ameaçou noutras ocasiões e terá, por certo, mais oportunidades, mas anteontem acelerou até à área para finalizar um contra-ataque, no golo que abriu caminho ao triunfo sobre o Tondela. A contribuição de Zaidu para os golos do FC Porto também passou por uma assistência para Matheus Uribe, no empate (2-2) em casa do Sporting. Reflexos da vocação ofensiva de um jogador versátil, que na carreira já jogou a extremo e a central.

Pepe estará apto frente ao Benfica. A condição física de Pepe está a ser acautelada para que o central esteja nas melhores condições aquando do jogo da Supertaça com o Benfica, sem correr o risco de uma recaída que possa retirar o central de outros jogos importantes que se seguem, nomeadamente novo encontro com as águias para o campeonato.
Pepe tem uma lesão na fáscia plantar do pé esquerdo. Não se trata de uma mazela traumática ou muscular, mas sim de uma inflamação no tecido conjuntivo entre o calcanhar e a planta do pé. Feita à base de analgésicos, antibióticos e fisioterapia, a recuperação varia de jogador para jogador e é difícil de prever a sua evolução.
No caso de Pepe, apurou o CM, os dirigentes portistas preferem ser cautelosos, de modo a que o defesa esteja a 100% para defrontar o Benfica, a 23 de dezembro, na Supertaça. Tendo em conta que dragões e águias se voltam a encontrar para a Liga a 17 de janeiro, e que depois de 19 a 23 há possivelmente a final four da Taça da Liga, outra preocupação é evitar uma recaída, como aconteceu na época passada: Pepe apressou a recuperação a uma lesão na perna para jogar com o Benfica e falhou os quatro jogos seguintes.

Marcus Edwards na rota de Inglaterra. A poucas semanas da reabertura do mercado de transferências, o inglês Marcus Edwards, de 22 anos, volta a estar associado a clubes ingleses. De acordo com algumas publicações britânicas, West Ham, Crystal Palace, Southamptou e Fulham, da Premier League, têm o jogador vitoriano referenciado.
Da segunda Liga inglesa, é referido o interesse de Brentford, Bournemouth e Swansea, clubes que estão na luta pela promoção ao principal escalão.
Marcus Edwards foi uma das figuras da época passada, tendo integrado a lista de melhor jovem do campeonato. Marcou sete golos na Liga e dois na Liga Europa. Esta temporada já fez a diferença no campeonato, marcando o golo que permitiu a estreia vitoriosa no reduto do Boavista, por 1-0.

"VAR fez bem em não intervir no lance do golo do Paços". Duarte Gomes, antigo árbitro internacional e atual comentador, analisou esta segunda-feira o golo do Paços de Ferreira no Estádio da Luz, no encontro da nona jornada da I Liga que o Benfica venceu, por 2-1. 
Aos 23 minutos de jogo, Oleg aproveitou um alívio da defesa encarnada para, à entrada da área, abrir o marcador com um remate forte que terminou no fundo das redes, levantando dúvidas quanto à sua regularidade. 
No momento do remate, há um jogador pacense que está à frente de Vlachodimos, podendo ter interferência na visão do guarda-redes das águas, que não conseguiu travar o remate. 
De resto, o próprio Jorge Jesus abordou o lance no final do encontro, considerando que o “golo devia ter sido invalidado”, precisamente porque há “um jogador que tira a visão” ao guardião. 
Ora, Duarte Gomes explicou esta segunda-feira o lance, considerando que a jogada “não é preto no branco” e que, por isso, é necessário ter-se em conta várias interpretações. 
“Teoricamente, a não marcação do fora de jogo está perfeitamente legitimada pela interpretação de não ter havido interferência e impacto claro no ângulo de visão. Como a lei a curta, os árbitros têm várias recomendações para avaliar este impacto na visão do guarda-redes”, começa por enquadrar. 
Duarte Gomes considera depois “não haver dúvidas” que Vlachodimos vê a bola partir, mas que um “ligeiro desvio com a cabeça” mostra que o grego foi condicionado pelo jogador pacense e que o próprio avançado dos castores “baixa a cabeça” ao perceber “que a bola lhe pode tocar”. 
“Se pesarmos os prós e os contras, haveria mais motivos para punir o fora de jogo do que não. Mas a verdade é que este não é um lance preto no branco e que é perfeitamente aceitável a compreensão da equipa de arbitragem em entender que não”, continua. 
Para o ex-árbitro, há no entanto uma “coisa garantida” no meio da controvérsia à volta da decisão: que o lance “não é para intervenção do VAR”. “Por uma razão muito simples”, explica Duarte Gomes, “porque o VAR, se cumprir bem o seu papel, só pode intervir quando o erro em campo é grave, no sentido de ser claro, óbvio e evidente”. 
“Este é um lance de interpretação e o VAR, mesmo na dúvida, não se pode basear numa mera opinião, mas sim em certezas absolutas. Portanto, o VAR fez bem em não intervir no lance”, rematou. 
O Benfica venceu o Paços de Ferreira por 2-1, no Estádio da Luz, com um golo marcado no último lance de jogo.

“Não se resolve assim. Compreendo Varandas, mas aquilo não é solução”. Frederico Varandas não escondeu a sua indignação, após o jogo do Sporting em Famalicão, que terminou empatado e ficou marcado por lances controversos de arbitragem, entre os quais um golo anulado a Coates, perto do fim. 
“O videoárbitro teve influência em momento capital. Este lance final de anular o golo ao Coates nunca seria anulado num dos rivais, Benfica ou FC Porto”, disparou o presidente leonino, em declarações aos jornalistas. 
Rui Jorge Rego considera a declaração legítima, compreende a frustração do dirigente máximo do emblema de Alvalade, mas espera que o Sporting tome medidas, que não se fiquem pelas reiteradas declarações iradas do seu presidente.  
“Não, não se resolve assim. Compreendo a frustração que ele sente, naquele momento. Ele é sportinguista como nós. Mas aquilo não é a solução. Não é mau que ele o tenha dito, mas dali têm de surgir outras coisas”, defende o advogado, em entrevista à Antena 1. 
No entanto, Rui Jorge Rego teme que o Sporting seja incapaz de “acabar com os poderes instalados”. “Não conseguimos acabar com os poderes instalados. Havia um poder instalado pelo FC Porto. O Benfica chegou, fez uma luta e instalou-se nesse poder. E nós, os outros clubes todos, não conseguimos que isso acabe. Não há isenção”, refere. 
O ex-candidato considera ainda que Frederico Varandas tem razão quando fala em dualidade e quando faz um paralelo entre decisões de arbitragem contra o Sporting e outras que favorecem encarnados e dragões. 
“O presidente do Sporting tem razão, quando diz que, se fosse o Benfica ou o FC Porto, provavelmente aquele golo do Coates não teria sido anulado, provavelmente o Pedro Gonçalves não teria sido expulso”, salienta, concentrando a análise na expulsão de Pote.  
“O Pedro Gonçalves nem protesta de forma veemente. Aquilo é a frustração de ver a falta marcada. Aquilo é para segundo amarelo? Um árbitro com bom senso não é capaz de perceber que aquilo é uma reclamação normal? A rapidez com que ele tira o cartão do bolso... Os árbitros sabem. Ele sabia que era o segundo amarelo”, acusa. 
Rui Jorge Rego – que já desempenhou funções de secretário da Mesa da Assembleia Geral da SAD, durante o mandato de Godinho Lopes, entre 2011 e 2013 – defende ainda que alguns jogadores do Famalicão, “depois do primeiro amarelo, passaram em tudo”. “E é isto que nos deixa revoltados”, completa. 
O advogado de 48 anos suspeita de que exista má-fé de quem nomeia: “Quem lidera, quem nomeia, tem de ter bom senso. Às vezes, parece propositado, que é uma sensação de força, do género: ‘não gostas do árbitro? Então é este que vou nomear’”. 
Apesar de todas as críticas, e deste empate que retirou margem de manobra à equipa de Rúben Amorim, há aspetos positivos a retirar, nesta caminhada leonina no campeonato.  
“O Sporting é mais candidato ao título do que noutras temporadas. Tem demonstrado que é a melhor equipa”, conclui. 

Continua o mal-estar entre Lucas Veríssimo e o Santos. O defesa-central quer sair para o Benfica, mas o Peixe recusa vendê-lo. Nesta segunda-feira, o brasileiro esteve à conversa com o treinador Cuca e pediu para não jogar contra o Grémio, na quarta-feira, num encontro relativo aos quartos de final da Taça dos Libertadores.
O GloboEsporte avança que Lucas Veríssimo ficou mesmo de fora do treino.
Recorde-se que o Conselho Fiscal do Santos recusou a proposta de 6,5 milhões de euros dos encarnados, mas aceitou uma oferta do Al Nassr, clube treinador por Rui Vitória, para onde o atleta não quer ir.

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