01 novembro 2020

Domingos Soares de Oliveira ainda pode 'bater com a porta' na Luz; Rio Ave explica 'negócio Nuno Santos' com o Sporting e o 'travão' de Vieira a ida do jogador para o FC Porto (depois do acordo entre os clubes). "Eu gostaria muito de divulgar, mas...". Negócio Taremi também explicado

Silva Campos, presidente do Rio Ave, dá este domingo uma longa entrevista ao jornal Record onde além de diversos temas explica a venda de Nuno Santos ao Sporting e ainda o negócio de Taremi com os dragões.
O Sporting revelou ter pago 3,75 M€ pelo Nuno Santos, o Rio Ave ficou com 20% de futura venda e ainda Dala e Geraldes em definitivo. 
"Foi um negócio muito difícil. Posso dizer que me tirou muitas horas, viagens entre Lisboa e Porto, encontros pelo caminho… Nós tínhamos a certeza absoluta do ativo que tínhamos. Posso dizer, e sem ofender o Sporting, que, se não fosse a pandemia, apareceria um clube estrangeiro que ia pagar o que nós tínhamos como objetivo. Tinha definido 10 milhões de euros para a venda do Nuno Santos. Lutei sempre para que isso acontecesse. Fazendo bem as contas, o Geraldes, o Dala e o Mané – uma parte da percentagem que ainda não nos pertencia –, juntando ao valor do Nuno Santos, uma futura venda do Geraldes e do Dala, acho que nós teremos aqui um valor muito bom no futuro e acho que vamos conseguir os tais 10 milhões", começou por explicar, falando de seguida do desejo do FC Porto também no jogador.
"Dois tabuleiros... Não é fácil. Dois clubes com boa relação com o Rio Ave, em que também há relação de amizade com os presidentes. Tentar negociar os dois jogadores para os dois clubes em que os dois clubes estavam interessados no mesmo negócio não foi fácil. Tentei ser o mais sincero possível com os presidentes. Nunca escondi nada, nunca os enganei, disse que havia interesse do Porto, ao Porto que havia interesse do Sporting. Falou-se nos valores, dei a minha opinião de qual seria o melhor negócio para qualquer dos clubes e principalmente para o Rio Ave, que queria manter uma boa relação. Não queria que a venda de um jogador fosse motivo do corte de relações. Graças a Deus, consegui que compreendessem o meu esforço e a melhor solução foi o Nuno para o Sporting e o Taremi para o Porto. Assim dividimos o mal pelas aldeias e fizemos um bom negócio e conseguimos ficar amigos. Se me senti no meio de uma guerra entre os grandes do nosso futebol? Sim, senti. Senti, porque são pessoas também muito ambiciosas, em que tentam dar os melhores jogadores aos seus treinadores, e tanto um treinador como o outro faziam muita questão de ter estes jogadores. E quando um treinador quer muito um jogador, o presidente tenta dar-lhe esse conforto. Senti muito, porque tanto um clube como como o outro queriam muito os jogadores. Tive de ser firme, bastante firme, e tentar demonstrar que a melhor solução foi a que eu tinha apresentado e fazer o melhor negócio para ambas as partes. Foi isso que aconteceu e posso dizer que ficámos com boa relação".
O líder do Rio Ave confirmou que já existia acordo com o FC Porto pelo Nuno Santos e tentou desbloquear a situação com Luís Filipe Vieira. Envolvia o Benfica devido à cláusula antirrivais.
"Isso foi um ponto que me desgastou bastante. Quando comprámos o Nuno Santos ao Benfica, eu tinha a consciência de que mais tarde teríamos este problema. Lutei muito para que essa cláusula não fosse colocada no contrato. Aconteceu como no negócio do Ederson e fiquei lá dois dias a discutir esta cláusula, depois já estávamos todos cansados e não se conseguiu retirar a cláusula, havendo o compromisso de que, se fosse mais tarde um problema, íamos desbloqueá-la. Claro que, quando surgiu a cláusula antirrival, encontrei essa dificuldade, a rivalidade que há entre clubes, e tive muita dificuldade em ultrapassá-la. Eu falei com o presidente Luís Filipe Vieira sempre de forma cordial, tentando mostrar-lhe que a melhor solução era a que eu apresentei, que só estava a prejudicar o Rio Ave e que, se queríamos continuar a ser parceiros, a melhor solução era também ele ceder em algum ponto. Fui ao limite e cedeu… Cedeu, entre aspas", disse Silva Campos, lembrando que o Benfica apenas cedeu no pagamento  dos 5 milhões de euros no caso do jogador seguir para Alvalade.
"Sim, cedeu em relação ao Sporting, não em relação ao FC Porto, mas isso é do conhecimento de todos. Mas foi a solução possível e que, conforme disse, terminou tudo em bem. Se senti a dada altura pressões além do aceitável? É um assunto que nem poderei muito desenvolver. Há certas situações e conversas que devem ficar entre nós. Eu gostaria muito de divulgar, mas o melhor, e pensando bem no futuro e mantendo a relação cordial entre todos, é isso ficar entre nós. Esta cláusula antirrival nunca mais deve acontecer. É muito triste e cria graves problemas. É anticonstitucional. Se pensei em desafiar essa cláusula e comprar uma guerra que não era minha?  Nunca pensei em conflitos. Tentei sempre o diálogo, sabia que isso iria demorar muito tempo, anos, faria correr muita tinta e seria uma guerra entre os grandes e o único prejudicado ia ser o Rio Ave. Portanto, a nossa guerra não é esta. É dar-nos bem com todos, temos bem definidos os objetivos e o nosso rumo. Por isso a melhor solução foi esta", explicou.

“Taremi foi um bom negócio”. O líder o Rio Ave, Silva Campos, explicou também o negócio Taremi que transferiu-se para o Dragão.
"O Taremi veio a custo zero; assim sendo, tudo seria lucro. Ele ganhava muito dinheiro nas arábias, abdicou da parte financeira para se projetar na Europa, escolheu o Rio Ave e conseguimos dar-lhe estabilidade. Sabíamos que tinha qualidades superiores, era um matador que qualquer clube gostaria de ter. Ao contratá-lo, muito dificilmente no final da época iríamos continuar com ele. Ganhámos. Acho que foi uma boa transação. Se não fosse a pandemia, ele ia ser procurado por clubes europeus. Chegámos a um bom acordo, bom para o Rio Ave. Os números serão apresentados aos sócios na assembleia geral", garantiu.

Domingos Soares de Oliveira está longe de ter continuidade garantida na SAD encarnada. Segundo o jornal Record apurou, o CEO da sociedade anónima benfiquista está ainda em reflexão sobre o seu futuro, até porque também avalia outras ofertas que tem em cima da mesa, sendo que entre estas está a possibilidade de deixar o meio do futebol.
Aos 60 anos, o braço-direito de Luís Filipe Vieira desde 2009 já vem ponderando a saída há algum tempo. Antes das eleições, diga-se, tinha previsto tomar uma decisão quando fosse conhecido o novo presidente. E agora que Vieira foi reeleito, não tem ainda o futuro definido. No final deste mês, há eleições para o Conselho de Administração da SAD e o responsável até poderá ser reconduzido. No entanto, tal não significa que siga na Luz.
Vieira, refira-se, também não está totalmente seguro neste aspeto, apesar de confiar na continuidade. “O Domingos, além de ser um quadro de primeira linha, tem sido a pessoa que está mais perto de mim nestes anos. Há uma cumplicidade muito grande. Penso que ele não vai sair. Não sei o que está a passar-se, mas desencontro entre pessoas não é. Nunca estivemos tão próximos. E creio que ele não vai sair”, atirou, em recente entrevista à Sport TV.
Caso venha a confirmar-se a saída de Domingos Soares de Oliveira, perfila-se a ‘promoção’ de Miguel Moreira, ele que é o atual diretor financeiro e tem ganho preponderância nos últimos meses, colhendo inclusive o apoio do próprio CEO da SAD.
De resto, já desde o ano passado que ocupa o lugar de Soares de Oliveira no Comité Executivo da Associação Europeia de Clubes (ECA), presidido por aquele que é também o responsável máximo da Juventus, Andrea Agneli. O atual mandato vigora até 2023, sendo o Benfica o único representante português neste organismo.

4 comentários:

  1. É verdade, é sim senhor, o DSO bate sempre com a porta, quando vai ao WC. Todos os dias.

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  2. Mais uma vez o grande líder mente, ma qual é o problema, ele lida bem com isso e o estado lampiânico, ainda melhor. A pessoa mais próxima dele nos últimos anos foi o grande Paulo Gonçalves. Todos os militantes do estado lampiânico, que garantiram a reeleição, sabem bem disso. Só uma senhora juíza é que não foi capaz de descortinar a estreita ligação. Topam???

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  3. São 4 anos de José Fontelas Gomes do mais vergonhoso que a arbitragem Portuguesa algum dia conheceu, rivalizando com o Apito Dourado.

    Não admira portanto que neste estado, tal como na época do Apito Dourado, o Calor da Noite se sinta em casa e pape campeonatos como quem come pipocas. E por isso não quer sair deste registo. Não sossegaram enquanto não sanearam Vitor Pereira, que tinha recuperado para a arbitragem Portuguesa alguma dignidade. E agora usam e abusam da sua marioneta Fontelas Gomes como querem. Com os peões Paulo Costa e Bertino Miranda a fazerem o trabalho sujo.

    São 2 campeonatos nos últimos 3 anos conquistados pelo Calor da Noite, patrocinados por esta corja. Quando tivemos em Portugal uma arbitragem decente e imparcial, levaram com um Tetra que bem tentaram conspurcar com as suas insinuações.

    Insinuações essas que não correspondiam ao que se passava em campo onde se respirou imparcialidade e verdade desportiva. Infelizmente, foi mesmo apenas uma excepção à regra dos últimos 30 anos. A regra é esta pouca vergonha que o Paulinho refere e que nestes 6 primeiros jogos do Calor da Noite se revelou ainda mais para lá do escandaloso. Nada que no ano passado não tenha acontecido também, a diferença é que este ano nem com 15 jogadores (11+3+VAR) conseguem ganhar.

    E, entretanto, do Benfica? Silêncio absoluto.

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