Benfica pode perder entre 5 a 8 pontos mas não perde títulos. Suspensão de competir também em cima da mesa; Lucas Veríssimo determinado em rumar ao Benfica; “Estamos a pagar o preço de termos sido parte da solução para o Sporting”

A nova ronda de buscas ontem realizadas teve como objeto, entre outros, alegados atos de corrupção ativa e passiva do Benfica na época 2015/16. Nesse ano de estreia de Rui Vitória ao leme da equipa, o Benfica chegou ao tricampeonato, festejando depois o tetra. Os quatro anos de títulos encarnados estão, aliás, a ser investigados. Mas a moldura penal não prevê que ao emblema da Luz seja retirado qualquer título.

Segundo o regime de responsabilidade penal por comportamentos antidesportivos, desenvolvido para regular a responsabilidade penal por comportamentos suscetíveis de afetar a verdade, a lealdade e a correção da competição e do seu resultado na atividade desportiva, o Benfica poderá vir a incorrer na suspensão de participação em competições desportivas por um período de 6 meses a 3 anos. Isto à data de uma eventual condenação. Já o regulamento disciplinar da Liga prevê a subtração de cinco a oito pontos e ainda uma multa entre 25.500 a 102 mil euros para este tipo de casos, mas estas sanções apenas são validadas na época em curso aquando da decisão da punição. Ou seja, nunca é aplicada à data da ocorrência dos factos que venham a ser dados como provados. Na prática, os títulos validados aos encarnados não poderão ser retirados legalmente, ainda que haja uma condenação no futuro, escreve o jornal Record.

Lucas Veríssimo está determinado em rumar ao Benfica, não querendo deixar fugir esta oportunidade de atuar na Europa. Segundo o Record, o defesa-central tem deixado claro perante os seus representantes e dirigentes do Santos que pretende rumar aos encarnados, em detrimento do futebol árabe.
Nos últimos dias, o Al Nassr, comandado por Rui Vitória, entrou na corrida pela contratação do futebolista. De acordo com a imprensa brasileira, o clube da Arábia Saudita acenou com 5,5 milhões de euros: 2,5 milhões no momento da assinatura do acordo e 3 M€ quando o jogador se juntar ao plantel. Esta modalidade permite ao Peixe ter dinheiro fresco mais rapidamente. Os encarnados até oferecem mais (6,5 milhões de euros), mas propõem-se pagar esse montante em cinco anos. E a partir de janeiro de 2021.
O Benfica conta com um grande aliado, o jogador. A par das negociações, Lucas, de 25 anos, tem pressionado no sentido de rumar ao Velho Continente, cumprindo uma ambição antiga e um desejo do treinador das águias. Ainda no último sábado, Jesus disse esperar que o central opte pela “carreira desportiva”, em vez de olhar aos milhões árabes.
Nos últimos dias, após o aparecimento do Al Nassr, o Benfica retomou contactos e avançou no processo, ficando perto de garantir os serviços do jogador. O líder dos encarnados, Luís Filipe Vieira, já tinha alcançado um entendimento com o Santos, ainda que nada estivesse assinado. Nos próximos dias, vai fechar em definitivo este dossiê, garantindo um reforço de inverno. 

“Estamos a pagar o preço de termos sido parte da solução para o Sporting”. Nuno Correia da Silva, administrador não-executivo da SAD do Sporting e vice-presidente da Holdimo, reage com um misto de serenidade e sentimento de injustiça às buscas realizadas ontem pela Polícia Judiciária nas instalações da sociedade leonina, no âmbito de um mandado por alegado branqueamento de capitais no período entre 2011 e 2014.
“A entrada da Holdimo como acionista da Sporting SAD foi um processo escrutinado pelas entidades competentes desde o seu início. A CMVM pediu-nos cópias dos documentos e nós cedemos tudo, inclusive a identificação das contas de onde saiu o dinheiro. Cumprimos com todo o compliance”, disse Nuno Correia da Silva ao Record, criticando: “Depois disso já foram realizadas outras buscas no âmbito de investigações judiciais mas, curiosamente, nunca foram aos escritórios da Holdimo.”
Para Nuno Correia da Silva, a explicação é simples: “Estamos a pagar o preço de termos sido parte da solução para o Sporting”. Ou seja, as suspeitas que recaem sobre a empresa de Álvaro Sobrinho são encaradas com alguma perplexidade, pois, de acordo com o administrador, “a entrada na estrutura acionista da SAD foi uma imposição dos bancos para viabilizar a reestruturação financeira. Não havia a opção de não entrar no capital da SAD. A alternativa era a entrada em PER e a perda de todo o valor.”