Dirigentes leoninos irritados com o 'amarelo fácil'; Valor da contratação, inexperiência e ligação ao Benfica de Rúben Amorim "nos momentos de maior dificuldade virá ao de cima"; A fórmula engenhosa dos SuperDragões para manterem o apoio à equipa cumprindo as regras da DGS

A circulação entre concelhos do continente está proibida a partir de hoje. Uma medida que vigora até a próxima terça-feira e não afeta, naturalmente, a visita do FC Porto ao Paços de Ferreira, um dos concelhos mais fustigados pela pandemia.

Contudo, a limitação de circulação condiciona a ação dos adeptos, em especial da claque Super Dragões, que, mesmo assim, encontrou uma fórmula engenhosa para manter o compromisso de apoiar a equipa, respeitando escrupulosamente a decisão emanada em reunião do Conselho de Ministros, no passado dia 22.

Os apoiantes do núcleo de Gaia da claque, bem como os membros residentes naquele município, vão estar presentes, como é habitual, em São Félix da Marinha, no hotel que acolhe a comitiva azul e branca para dar força aos jogadores na partida com destino ao Estádio Capital do Móvel.

Ao longo do percurso do autocarro, outros núcleos dos SD espalhados pela sub-região do Vale de Sousa vão manter acesa a chama do dragão nos viadutos, respeitando sempre a proibição de circular entre concelhos. Na chegada, mais apoiantes projetam concentração para incentivar os atletas e staff técnico, até porque Paços de Ferreira é uma cidade com ligações afetivas profundas ao FC Porto.

A Polícia estará atenta a ajuntamentos que coloquem em causa a saúde pública, impondo o uso da máscara e fazendo apelo ao distanciamento social. Algo sempre mais difícil de garantir quando os adeptos se sentem demasiado longe da equipa por via dos jogos à porta fechada. Os pacenses também terão apoio no exterior do estádio. Contudo, a partir da meia-noite todos os residentes na cidade devem abster-se de circular na via pública e ficar em casa.

Dirigentes leoninos irritados com o 'amarelo fácil'. A ‘fúria’ demonstrada pelos responsáveis leoninos, aos 36 segundos do encontro com o Gil Vicente, quando André Narciso exibiu o cartão amarelo a Palhinha, não está diretamente relacionada com a falta do médio leonino sobre Lucas Mineiro, mas com o critério utilizado pelos juízes que dirigiram a equipa de Rúben Amorim nas primeiras cinco rondas do campeonato. O jornal Record escreve que os dirigentes do clube de Alvalade não compreendem como é que a décima terceira equipa que mais faltas comete na Liga NOS é... aquela que mais é brindada com cartões amarelos. Não está em causa a cartolina exibida ao médio – pela dureza da entrada ou pelo momento madrugador do encontro – mas sim a facilidade com que os juízes vão ao bolso para punir os jogadores leoninos. O que foi evidente, num outro lance do encontro com o Gil Vicente, em que o árbitro André Narciso puniu Feddal com cartão amarelo, por alegada entrada dura sobre Samuel Lino e, no mesmo lance, quando, supostamente, o encontro já estaria interrompido, deu também amarelo a Pote, por obstrução a Lucas Mineiro. Os responsáveis leoninos voltaram a saltar do banco, por não compreenderem como é que, num encontro bem disputado, no qual não existiram atos de indisciplina, foi possível serem exibidos nove cartões amarelos: cinco para o Sporting, quatro para o Gil Vicente. De resto, sublinhe-se que a preocupação leonina é justificável com o facto de, em apenas cinco jornadas, os três centrais, Neto, Coates e Feddal, terem acumulado três amarelos.

"Rúben Amorim nunca deu passo para me conhecer". Questionado sobre a contratação de Rúben Amorim, Leonel Pontes, ex-treinador dos quadros do Sporting, disse conhecer o treinador «enquanto jogador na Seleção». «Trabalhámos ao mesmo tempo no Sporting, mas nunca chegámos a conhecermo-nos pessoalmente. Ele também nunca deu um passo para me conhecer pessoalmente e até tínhamos muitos assuntos para tratar, pois ele era o treinador da equipa principal e eu dos sub-23. Estivemos várias semanas no Sporting, em simultâneo, mas nunca houve contacto direto, ao contrário do que acontecia com Silas, com quem falava quase todos os dias», sublinhou o técnico, não escondendo surpresa pela decisão da Direção nesta contratação. «Surpreendido pelo valor da contratação, tendo em conta as dificuldades financeiras do clube, e surpreendido pela inexperiência do treinador para um clube da grandiosidade do Sporting, por estar associado ao Benfica, o que nos momentos de maior dificuldade virá ao de cima», avisou Leonel Pontes.