"O Benfica está enterrado em casos de violação da verdade desportiva"; Sporting renegoceia acordo para ficar com Matheus Nunes. Percentagem de Rafael Barbosa dada em troca; "FC Porto? Quando ganhas é a Disney, quando perdes é a III Grande Guerra"

Mário Figueiredo, antigo líder da Liga, voltou a fazer um post com fortes críticas. O Benfica continua a ser o alvo principal do ex-dirigente. 

Mário Figueiredo destaca a reportagem do jornal Público e diz que "o Benfica está enterrado em casos de violação da verdade desportiva e da integridade das competições em Portugal tendo a capacidade de influenciar o resultado das competições por deter direitos ilegais sobre jogadores profissionais de equipas adversárias da I Liga em violação das regras".

Segundo ele, "mais grave e escandaloso, porém, é o facto de os contratos que o Benfica celebra com os jogadores cedidos ao Aves, segundo se lê, conterem cláusulas que constituem uma espécie de escravatura, pois os jogadores ficam presos ao Benfica por períodos que podem ir até 10 anos, por força direitos de preferência unilaterais ilegais, que obrigam o trabalhador a assinar contratos de trabalho com o Benfica, por valores irrisórios fixados antecipadamente, impedindo os jogadores de poderem vender livremente a sua força de trabalho, após o tempo máximo de 5 anos previsto na lei, tendo o jogador que pagar valores elevados, correspondente a vários anos de salários, para poder ter direito à sua liberdade", aponta o ex-líder da Liga.

Sporting e Estoril renegociaram os termos do acordo que permite aos leões adquirir mais 50% do passe de Matheus Nunes, de 21 anos. A transferência da Amoreira para Alvalade remonta a janeiro de 2019, já na administração de Frederico Varandas. Nessa altura, a SAD comprou metade dos direitos económicos do jogador e acautelou, desde logo, a possibilidade de resgatar os restantes 50%, não de uma vez só mas em três parcelas (30%+10%+10%), às quais foi atribuído um custo predefinido e que no caso da primeira e principal fatia (30%) determinava o pagamento de mais 500 mil euros. Foi nestes moldes que o compromisso ficou selado, há um ano e meio, mas entretanto leões e canarinhos voltaram a sentar-se à mesa das negociações e alteraram a fórmula, escreve o Record.

Segundo o diário, o Sporting manteve o poder de comprar os 50% do passe em falta, para assim ficar dono da totalidade dos direitos, mas em vez de três parcelas, como referido acima, o acordo passou a contemplar apenas duas: uma de 40% e outra de 10%. E, no que toca à maior porção (40%), o Sporting conseguiu mesmo que o Estoril não alterasse o valor a cobrar, isto é, 500 mil euros.

Para isso, escreve o diário, cedeu 20% dos direitos económicos de Rafael Barbosa, um dos dois jogadores emprestados ao emblema da Linha no início desta época (o outro foi Daniel Bragança, que vai fazer a pré-época com Rúben Amorim). Ou seja, o Sporting vai pagar 500 mil euros por 40% do passe em vez de o fazer por 30%, e em contrapartida entrega 20% de Barbosa.

Os prazos foram outra parte importante da renegociação. Em condições normais, o clube de Alvalade teria de exercer a opção até julho. Com o novo acordo (e os efeitos legais da pandemia), os ‘timings’ foram alterados: desta forma, para comprar mais 40% do passe de Matheus Nunes, o Sporting terá de pagar 500 mil euros ao Estoril até setembro; os restantes 10% poderão ser liquidados até junho de 2021. Em qualquer dos cenários, Matheus vai ser leão por inteiro... ou quase. A partir de setembro, o Sporting terá 90% do médio. Depois fica com mais uma época para garantir os 10% finais. Resta saber por quanto...

"FC Porto? Quando ganhas é a Disney, quando perdes é a III Grande Guerra". Numa entrevista concedida ao portal 90min, Álvaro Pereira recordou a sua passagem pelo FC Porto entre as temporadas de 2009 e 2012.
O lateral esquerdo assumiu que foi um erro a sua ida da Invicta para o Inter e ressalva aquilo que se passava no Dragão, após um triunfo ou uma derrota.
"Não foi o melhor momento par sair. Cheguei ao Inter que vinha de um triplete, estava em reconstrução e tinha outra mentalidade. No FC Porto, quando ganhavas era a Disney, quando perdias era a 3.ª Guerra Mundial. No Inter, tudo era diferente. Num jogo contra a Atalanta, perdíamos por 0-3 e acabámos derrotados por 2-3. No final do encontro, entra um dirigente no balneário, felicitou-nos e disse: 'Não podemos ganhar sempre'. Para mim, aquilo foi uma facada nas costas. Nessa altura questionei-me se teria tomado a melhor decisão ao sair do FC Porto", começou por dizer o internacional uruguaio, recordando a forma como o trataram quando chegou a Portugal.
"Desde que cheguei a Portugal fui tratado de forma incrível. A única coisa que queriam era que entrássemos em campo para sermos campeões. Até me avisavam quando devia vacinar os meus filhos", acrescentou Álvaro Pereira.