02 abril 2020

"Quando cheguei ao Benfica percebi que não era assim tão bom"; "FC Porto? Não sei como vou pagar o que me têm apoiado. O clube não me deve nada, eu é que devo ao clube"

Esteve no Benfica entre 1996 e 1998. Martin Pringle mostrou-se muito agradecido por ter representado o clube da Luz porque, na opinião do próprio, esse foi um passo que o fez crescer muito como futebolista.
"Desde o início, tudo me fez pensar que eu era realmente bom a jogar futebol mas quando cheguei ao Benfica percebi que não era realmente assim tão bom", assumiu o ex-jogador, que tinha sido contratado pelo Benfica ao Stenungsunds IF, da Suécia.
Aos 49 anos, e em entrevista ao 'Aftonbladet', Pringle explicou o que sentiu na sua chegada à Luz.
"Para os padrões suecos, eu era um jogador tecnicamente bom mas quando cheguei não conseguia dar dois toques nem com a bola amarrada ao pé com um cordão. Havia uma grande diferença entre mim e eles. Dei conta de quão bons são os jogadores de topo, estava muito longe. Por um lado foi doloroso, por outro foi mágico. Só posso agradecer o tempo que passei no Benfica porque isso deu-me a hipótese de jogar em Inglaterra. Tornei-me um jogador com muito mais valências em Portugal", acrescentou o agora treinador de futebol.
Recorde-se que depois dos dois anos de águia ao peito, Pringle rumou a Inglaterra para representar o Charlton.

"FC Porto? Não sei como vou pagar o que me têm apoiado. O clube não me deve nada, eu é que devo ao clube". Ganhou cinco Campeonatos, três Taças de Portugal e outras tantas Supertaças. Conquistou aquilo que na altura se pensava irreal, a Taça dos Clubes Campeões Europeus numa final contra o poderoso Bayern. E a isso somou ainda mais uma Supertaça Europeia e uma Taça Intercontinental. Tudo em 451 jogos onde conseguiu marcar mais de 350 golos (isto como sénior porque somando camadas jovens o número mais do que duplica). No entanto, quando se pensa em Fernando Gomes e FC Porto, a primeira imagem que vem quase de forma inconsciente é a do Bibota. Fernando Gomes, o Bibota. Fernando Gomes, o maior goleador das ligas europeias em 1983 e 1985.
Ao longo de 13 temporadas, partidas apenas ao meio com uma passagem pela Liga espanhola onde representou o Sp. Gijón entre 1980 e 1982, Fernando Gomes, que viria a terminar a carreira com mais duas épocas no Sporting, tornou-se um dos principais símbolos do FC Porto e do futebol português, algo que ainda hoje sente não só nas representações que faz como diretor das relações internacionais dos dragões como no clube. E é isso que faz com que o antigo avançado de 63 anos se sinta grato por todo o apoio recebido numa fase mais difícil da vida.
“O Sérgio [Conceição] é mais novo (45 anos), foi um jogador do FC Porto que eu costumava ver, deu muitas alegrias e foi um dos jogadores importantes na história do clube. Como adepto habituei-me a vê-lo, conheço-o há 15 anos ou mais. Antes de chegar ao FC Porto já conversava com ele, agora converso mais. Tem sido uma das pessoas que tem estado atenta ao meu problema [de foro oncológico], tem-me apoiado. Quero agradecer-lhe, a ele, ao presidente, à administração, ao clube… Se já estava grato antes, estou mais grato agora. Não sei como é que vou pagar o que me têm apoiado”, referiu numa conversa transmitida nas várias plataformas do FC Porto e que contou com uma mensagem especial do atual treinador, Sérgio Conceição.
O Bibota recordou ainda os tempos da Seleção Nacional falando do atual capitão, Cristiano Ronaldo, ao mesmo tempo que deixou uma mensagem de confiança e esperança para o FC Porto.
“Ninguém consegue superar o Ronaldo. Julgava que ninguém conseguiria alcançar o Eusébio mas o Ronaldo é um avançado que admiro”, referiu. “Queria que o FC Porto [no futuro] continuasse unido, a pensar todos em conjunto, sem questões individuais, a pensar o amanhã de forma serena e tranquila para continuar na senda dos títulos e vitórias, estando imbuídos do mesmo espírito. Os portistas têm de ter voz porque o FC Porto é um clube democrático, mas temos de falar das coisas importantes dentro do clube”, destacou o antigo avançado dos azuis e brancos que considera ainda que o clube nada lhe deve: “Eu é que devo ao clube”.

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