Em defesa da gestão leonina. "É inevitável tomar medidas de exceção”; "O Benfica pode ter mais adeptos, mas o FC Porto é o maior"

Michel Salgado surpreendeu Iker Casillas no programa "FC Porto em casa", ao entrar na conversa com o guardião no programa do emblema azul e branco. O antigo internacional espanhol e ex-jogador do Real Madrid deixou rasgados elogios ao FC Porto e não ficou nada surpreendido de Iker gostar tanto do clube.

"O Iker quando sai do Real, é uma lenda viva, dos jogadores mais queridos. A decisão de deixar o Real e ir para outro clube é sempre difícil, ainda mais para ele que foi dos que mais tempo esteve. Ele é da formação. Era um menino e aos 17 anos estreou-se. A decisão foi muito difícil, para todos", começou por dizer Michel Salgado.

"Houve críticas, mas pessoalmente conheço o Porto, e quando ele decidiu e foi anunciado, estava de acordo. Questionaram isso em Espanha, como ia trocar Real pelo FC Porto. Mas não conhecem a grandeza do FC Porto. O FC Porto é muito grande em todos os níveis, na organização, na formação, esta sempre nas provas europeias e a ganhar troféus. O Benfica pode ter mais adeptos, mas o FC Porto em títulos e em presenças de Champions é o maior. Decidiu bem. Veio comer a minha casa a Vigo e ao fim de um ano e vi um Iker relaxado", explicou.

Michel Salgado deixou ainda uma última mensagem: "Sei o que representa para o Iker esta última época no FC Porto. Formei-me no Celta de Vigo, perto do Porto, e sei o que representa o clube na região Norte do país e na Galiza. Saudações a todos os adeptos do FC porto, muita sorte. E muita força nestes momentos difíceis. Fiquem em casa, sigam o que diz o Governo, estejam ativos mental e fisicamente. E pensem nos mais velhos, é o momento de cuidar deles, que são os que sofrem mais. E mandar um abraço a todos os que estão na linha da frente, polícia, bombeiros. Nunca agradecemos o suficiente, só damos o devido valor quando acontece algo assim".

Em defesa da gestão leonina. ”Pragmatismo, frontalidade e transparência” são os substantivos escolhidos por Filipe Soares Franco para caracterizar as medidas adotadas pelo Conselho Diretivo do Sporting, com o objetivo de mitigar o impacto financeiro da pandemia de Covid-19. O antigo presidente, entre outubro de 2006 e junho de 2009, louva a direção e lembra que “o futebol, no Mundo inteiro, está a viver uma situação excecional e de força maior” e, por isso, “é inevitável tomar medidas de exceção”. “Num momento em que os clubes têm receitas ‘zero’ ou próximas de ‘zero’, é evidente que têm de tomar medidas para garantirem a sobrevivência”, frisa o 46º líder dos leões, ao Record, deixando perguntas, para as quais, confessa, não ter resposta. “Não havendo espetáculo, terão os clubes o direito de manter as receitas totais dos bilhetes de época desta época? Vão os clubes, em julho e agosto, conseguir vender os bilhetes de época para a próxima temporada? Conseguirão os clubes receber na totalidade dos direitos televisivos? A mesma questão se coloca em relação aos ‘sponsors’”, enumera Soares Franco, que até compreende a decisão de ‘falhar’ o pagamento da primeira tranche da transferência de Rúben Amorim para Alvalade.

“Se o Governo legislou para se suspenderem as ações que havia em tribunal, por que é que os contratos de jogadores não poderão estar em ‘suspensão’?”, questiona, reconhecendo que a situação do técnico não deve ser analisada de forma isolada: “Não só ao Rúben Amorim, mas a todos os pagamentos que estão a vencer nesta fase de exceção.” As posições de Franco coincidem, até certo ponto, com as António Pires de Lima [ver peça ao lado], que é igualmente incapaz de apresentar alternativas, perante a incerteza reinante.

Perante tantas questões, há algo de que Soares Franco não tem dúvida. “A banca já deve estar arrependida de não ter aprovado e implementado a proposta de reestruturação financeira que o Sporting apresentou. Estou a falar da recompra da dívida, pois, pelos contratos que tem com a banca, o clube está totalmente estrangulado. Nenhum outro banco empresta dinheiro, sabendo que uma percentagem das receitas extraordinárias é canalizada para o Novo Banco e o Millennium BCP. Se estes dois bancos têm aceitado aquilo que o Sporting apresentou, neste momento, o clube podia ir ao mercado financiar-se”, conclui.