"Não é realista pensar que esta temporada possa ser acabada. O futebol só pode regressar em 2021”; A aposta que "rebentou" Paulinho (roupeiro do Sporting)

Diogo Salomão, desde o mercado de inverno ao serviço do Santa Clara, revelou em entrevista à "Tribuna Expresso" um episódio caricato dos tempos ao serviço do Sporting [que representou, entre equipa principal e equipa B, em 2013/14 e 2015/16].

"Tive um episódio uma vez com o Paulinho, o roupeiro. No final do treino tínhamos sempre uns banhos de contraste, água quente e água fria. A água fria costumava estar bastante gelada mesmo. Numa brincadeira entre os jogadores e o Paulinho fizemos uma aposta com ele em como ele não conseguia ficar X tempo debaixo de água só com a cabeça de fora", começou por contar o extremo de 31 anos.

"Já não me lembro qual o tempo, mas era um desafio difícil. Só que como o Paulinho não gostava de perder nessas brincadeiras, aceitou. No dia a seguir apareceu no treino mas estava todo arrebentado, estava constipado, tinha passado a noite com febre", continuou, para depois concluir:

"Ainda nos rimos à pala desta situação, porque graças a Deus não aconteceu nada de mal, nada mais do que isso. Mas deu-nos vontade de rir porque ele, para ganhar a aposta, fez de tudo para manter-se debaixo de água e no dia seguinte estava todo arrebentado. Já nem me lembro o que é que ele ganhava com a aposta".

"Não é realista pensar que esta temporada possa ser acabada. O futebol só pode regressar em 2021”. Convidado pelo canal televisivo alemão “NDR” para abordar os efeitos da pandemia do Covid-19, o conceituado virologista Jonas Schmidt-Chanasit recomendou às autoridades proibir a realização de jogos de futebol até 2021, acrescentando que, na sua opinião, é irrealista pensar que a temporada 2019/2020 possa chegar ao fim durante o presente ano civil. “Os eventos de entretenimento têm de parar e o futebol só pode voltar em 2021. Não creio que em abril se possa falar da possibilidade de se voltar a jogar. Não é realista pensar que esta temporada possa ser acabada”, afirmou o professor alemão, conhecido pelos seus trabalhos na área do Ébola e de outras doenças infecciosas.

O chefe de diagnóstico do vírus do Instituto Bernard Nocht para a medicina tropical, em Hamburgo, também criticou a ideia de uma maratona de encontros à porta fechada como solução para decidir as competições , algo que tem sido defendido pela vasta maioria dos clubes que disputam a Bundesliga. “Os jogos à porta fechada vão levar as pessoas à tentação de se reencontrarem. Existe o potencial destes reunirem muita gente e não se pode subestimar o desejo que o futebol gera. No entanto só mesmo no fim é que se deve pensar nos eventos desportivos, porque há mais coisas relevantes, como o encerramento das creches, por exemplo”, frisou o autor de mais de 200 publicações científicas sobre doenças infecciosas, grupo onde está inserido o Covid-19.

Recorde-se que, por agora, a Bundesliga foi suspensa apenas até ao dia 2 de abril, data que indiciaria um regresso aos treinos por parte dos clubes numa questão de poucos dias. No entanto, os receios da comunidade científica citados por Jonas Schmidt-Chanasit devem levar as autoridades a ponderar um novo adiamento, sob pena do futebol poder ser apontado como catalisador de maiores dificuldades na contenção do vírus.