22 fevereiro 2020

Processo e-Toupeira está parado no Supremo; "FC Porto tentou-me contratar e eu gostava de ter ido para lá. Soube também do interesse do Benfica"; Varandas passa a ter segurança de topo para o proteger

Desde quarta-feira que Frederico Varandas é seguido para todo o lado por uma ‘sombra’, um elemento do Corpo de Segurança Pessoal da Polícia de Segurança Pública (PSP), que lhe foi ‘atribuído’ pelo novo comandante nacional, Magina da Silva, empossado no cargo há menos de um mês, escreve o Record.
O presidente do Sporting não tomou qualquer iniciativa no sentido de garantir um grau de segurança que, habitualmente, só está disponível para as grande figuras do Estado, embaixadores ou governantes de outros países que visitam Portugal.
Pelo contrário, o líder leonino foi informado por uma figura importante da hierarquia da PSP que, após terem sido avaliados o grau de perigosidade do cargo que ocupa e os riscos a que está exposto no desempenho das suas funções, Magina da Silva decidira atribuir-lhe um ‘homem-sombra’ que deverá acompanhá-lo 24 horas por dia, se disso houver necessidade.
Outro aspeto do novo ‘estatuto’ de Frederico Varandas é que, desde quarta-feira, passou a ter permanentemente um agente de autoridade à porta da sua residência, em Lisboa, como sucede por exemplo nas habitações particulares do Presidente da República ou do primeiro-ministro. Objetivo: evitar que possam ocorrer desacatos no local ou, mais grave ainda, que familiares ou o próprio possam ser envolvidos em algum incidente.
Para integrar o Corpo de Segurança Pessoal da PSP, os candidatos têm de cumprir uma série de requisitos físicos, mas, sobretudo, psicológicos, que fazem com que este grupo seja encarado com uma espécie de tropa de elite da força policial. Entre os aspetos psicológicos mais valorizados, destaque para a capacidade de decisão individual. É que, ao contrário do que sucede em todos os outros setores da PSP, o elemento do Corpo de Segurança Privada não reporta a uma hierarquia, tendo de decidir, por vezes, em frações de segundo, qual o passo certo a dar para contornar um problema.

"FC Porto tentou-me contratar e eu gostava de ter ido para lá". Edmond Tapsoba foi uma das barreiras do Bayer Leverkusen que impediram o FC Porto de conseguir um bom resultado na Alemanha, confirmando toda a qualidade que demonstrou na primeira metade da época, no V. Guimarães, e que levou o Leverkusen a investir 18 milhões de euros na sua contratação. O central, de 21 anos, era um dos jogadores mais cobiçados no mercado de inverno e, segundo o próprio, o FC Porto foi um dos clubes que manifestaram interesse na sua contratação, pela voz do diretor-geral da SAD, Luís Gonçalves.
O contacto verificou-se na meia-final da Allianz Cup e na quinta-feira, após o jogo em Leverkusen, viu-se o responsável portista novamente à conversa com o defesa do Burquina Faso.
"Perguntou-me como é que vim para aqui e eu disse-lhe que foi tudo muito rápido, no espaço de três dias fizemos o acordo com eles e com o Vitória. Ele falou comigo no final do jogo da Allianz Cup, disse-me que o FC Porto tinha interesse em mim e eu respondi-lhe que não havia problema, tinha era de falar com o meu empresário. Aí ficou mais difícil escolher. Falei com a minha família e com o meu empresário e entendi que aqui é bom para mim. Perguntou-me se tive a proposta do Bayer Leverkusen antes de falar com ele e disse-lhe que não, foi depois, no espaço de três dias", revelou o jovem defesa, confessando que também "soube do interesse" do Benfica.
Sobre o FC Porto, Tapsoba assumiu que "é uma grande equipa e gostava de ter ido para lá".

Processo e-Toupeira está parado no Supremo. Júlio Loureiro, um dos funcionários judiciais acusados no caso e-Toupeira, recorreu para o Supremo Tribunal de Justiça, o que está a atrasar a marcação e o início do julgamento do processo que visa também Paulo Gonçalves, ex-braço-direito de Luís Filipe Vieira, e José Silva, também funcionário judicial e conhecido como “toupeira” do Benfica.
Loureiro tinha sido ilibado pelo Tribunal Central de Instrução Criminal, mas, após recurso do Ministério Público (MP), a Relação de Lisboa mandou-o para o banco dos arguidos. Só que este funcionário do Tribunal de Guimarães e ex-observador de árbitros não se conforma com a decisão, por entender que não deveria ter sido pronunciado por ilícitos pelos quais o MP não recorrera.
Os desembargadores da Relação de Lisboa imputaram-lhe crimes de favorecimento pessoal, seis de violação de segredo de justiça, 21 de violação de segredo por funcionário, nove de acesso indevido e nove de violação do dever de sigilo, além de corrupção passiva.
Mas o MP tinha recorrido apenas sobre os crimes de corrupção e de recebimento indevido de vantagem, pedindo que fosse julgado por estes ilícitos. Assim, a defesa do funcionário judicial entende que a decisão dos desembargadores é nula em relação à pronúncia de todos os crimes, com exceção dos de corrupção e de recebimento indevido de vantagens.
Este é o fundamento do recurso, há cerca de seis meses, para o Supremo Tribunal de Justiça, onde o processo aguarda decisão até hoje.
Segundo juristas ouvidos pelo JN, o Supremo poderá decidir diretamente o caso ou reenviar o processo para a Relação de Lisboa reformular o despacho de pronúncia. Nesta eventualidade, poderá atrasar-se ainda mais o início do julgamento.
Recorde-se que em setembro passado, os desembargadores confirmaram a ida a julgamento de Paulo Gonçalves e José Silva e pronunciaram Júlio Loureiro (contrariando, nesta parte, a decisão da juíza de instrução, Ana Peres). Decidiram ainda manter de fora a SAD benfiquista do julgamento, tal como a primeira instância já tinha decidido.
Segundo o acórdão, então assinado pelos juízes desembargadores Rui Teixeira e Maria Teresa Féria, a investigação não apresentava provas de que os crimes alegadamente cometidos por Paulo Gonçalves fossem do conhecimento da Administração da SAD encarnada, designadamente a espionagem de processos judiciais. Consideram que a investigação partiu do princípio de que Paulo Gonçalves agia por conta do Benfica, sem, no entanto, apurar se a instituição estava a par das ações do funcionário e se consentiu.
No limite, concluíram estar também justificado no processo que Paulo Gonçalves estivesse apenas a fazer um “brilharete” para agradar aos patrões.
Já o funcionário judicial José Augusto Silva – “toupeira” que acedia ao sistema informático da justiça para espiar processos em segredo – tinha sido indiciado por 26 crimes. Mas a Relação passou a imputar-lhe 75. São mais 49 crimes de violação de segredo de funcionário e de acesso ilegítimo, sensivelmente os mesmos pelos quais tinha sido acusado. Tal como Paulo Gonçalves, não recorreu da decisão para o Supremo.

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