Famalicão e as arbitragens frente ao Benfica. "Foi por demais evidente"; Lage e vice-presidente desviam-se da linha crítica do Benfica sobre arbitragens; Varandas reúne-se com Fontelas devido à arbitragem de Jorge Sousa

Bruno Lage deu ontem mostras de que está contra a guerra aberta entre Benfica e FC Porto, na sequência da arbitragem do clássico disputado no Estádio do Dragão, há uma semana. Ontem, em plena conferência de imprensa, assim que percebeu que iria ser questionado sobre essa matéria, o técnico desabafou logo com um "outra vez", em sinal de desagrado. De seguida, baixou os olhos e fechou o rosto até à conclusão da pergunta. A confirmação de que pretende manter-se à margem destas polémicas veio quando tomou o uso da palavra, tendo até contando duas situações envolvendo amigos.

"Devíamos olhar para aquilo que é o futebol. Já me tinham feito a pergunta a seguir ao jogo com o Famalicão e disse que não respondo a comunicados. Defrontámos uma grande equipa e não se falou no Famalicão. Estamos agora a preparar o jogo com o Sp. Braga, que está a fazer uma campanha fantástica, com um treinador que chegou há pouco tempo e fez o que fez e querem falar de comunicados. Sobre isso, o presidente já disse o que tinha a dizer. Gosto de falar é daquilo que é o jogo", vincou o técnico, de 43 anos, na antevisão ao embate com o Sp. Braga, hoje à tarde.

Aliás, Bruno Lage rejeitou abordar a polémica entre Benfica e FC Porto, na mesma linha do que tinha feito Alcino António. Na passada terça-feira, o vice-presidente das águias não alinhou na ideia de recorrer a árbitros estrangeiros. “O que ajudava era o bom senso das pessoas. A única coisa que se fala de futebol é de árbitros. Há quatro dentro de campo para 22 jogadores. Deviam falar era sobre futebol, o jogo, as táticas”, referiu, à Rádio Renascença.

O dirigente lembrou que em Portugal “só se fala da parte negativa” e que todos contribuem: “Dirigentes, a parte social toda, todos na nossa profissão estamos a contribuir para que os nossos filhos e os nossos netos, daqui a 10 ou 20 anos, tenham um futebol paupérrimo.”

"Foi por demais evidente". Miguel Ribeiro, presidente da SAD do Famalicão, comentou as arbitragens dos jogos frente ao Benfica nas meias-finais da Taça de Portugal. Os dois jogos com o Benfica ficaram marcados por dois alegados cartões vermelhos que terão ficado por mostrar, a Gabriel, na Luz, e a Taarabt, na segunda mão. 

“O mais importante é falar do jogo e dos jogadores. Esperamos que os responsáveis pelas outras questões estejam atentos, pois o que vimos foi por demais evidente e não nos cabe a nós estarmos sempre a queixar-nos”, disse Miguel Ribeiro.

Varandas reúne-se com Fontelas. Frederico Varandas vai reunir-se com o presidente do Conselho de Arbitragem (CA), José Fontelas Gomes, na próxima semana – quinta-feira é o dia alinhavado, avança o Record – e um dos assuntos em cima da mesa será a recente arbitragem de Jorge Sousa em Braga, que espoletou a revolta leonina. A atuação do portuense levou a que o clube de Alvalade pedisse mesmo para que Jorge Sousa não voltasse a ser nomeado para jogos do Sporting, numa exposição enviada ao órgão federativo, que já respondeu e, sem surpresa, face às posições públicas do CA, rejeitou o veto. Após a derrota em Braga, no passado dia 2, através do presidente do clube e de um comunicado assinado pelo responsável de comunicação Miguel Braga, o Sporting criticou duramente a atuação de Jorge Sousa no Minho e recordou também a sua arbitragem no Bessa (onde Bruno Fernandes foi expulso). Em entrevista ao Record, Varandas afirmou que “os árbitros não respeitam o Sporting como respeitam os rivais” Benfica e FC Porto.