Sporting coloca médio no mercado por 20M€; Favores a Vieira tramam juiz; Dragões 'atiram-se' ao Marítimo."Com o FC Porto é canela até ao pescoço, já com o Benfica..."

O diretor de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques considerou estranha a falta de intensidade dos jogadores do Marítimo no jogo com o Benfica (4-0). "Quando defrontam o FC Porto, jogam de faca nos dentes e é canela até ao pescoço. Com o Benfica não conseguem igualar a intensidade do adversário e acabam a pedir para sair porque estão muito cansados. Há aqui um padrão comportamental do Marítimo nos jogos na Luz um pouco estranho. De há uns anos a esta parte tem sido uma chuva de golos inexplicável. É um fenómeno paranormal da Liga", atirou, esta terça-feira, no Porto Canal.

Recorde-se que Francisco J. Marques também criticou a arbitragem de Tiago Martins no encontro da jornada 12 do campeonato, ganho pelos dragões por 2-0, com ênfase num lance entre Otávio e Diaby, na grande área dos castores.

Wendel no mercado por 20 M€. Wendel é um dos jogadores que a SAD liderada por Frederico Varandas está disponível para transferir na reabertura do mercado de transferências no próximo mês de janeiro, porém, segundo O Jogo, tal só será possível, no entendimento leonino, mediante uma oferta na ordem dos 20 milhões de euros (M€). Este é o valor que tem sido solicitado aos vários agentes que questionaram a sociedade que gere o futebol profissional do clube com o intuito de viabilizar uma transação.

Porém, a exigência de Frederico Varandas tem igualmente uma particularidade, precisamente o facto deste pretender salvaguardar 20% dos direitos económicos do jogador, isto de modo a que os leões possam vir a ser compensados em caso de uma valorização do atleta que, recorde-se, deverá fazer parte da seleção brasileira de futebol que estará presente nos Jogos Olímpicos de Tóquio, entre julho e agosto próximos. Tem sido precisamente ao serviço da seleção que Wendel tem vindo a mostrar-se, ele que, escreve o diário, também nunca escondeu a abertura para se transferir, inclusive regressar ao seu país, onde o Flamengo, comandado por Jorge Jesus, tem seguido os seus passos, como deu conta recentemente Cláudio Moisés do Santos, um dos agentes do jogador.

Certo é que o Sporting não irá validar uma saída por empréstimo, conforme tem sido sugerido por alguns empresários, até porque custou 8,7 M€ aos cofres do emblema de Alvalade, que começaram a ser pagos em janeiro de 2018, tendo assinado um vínculo laboral até 2023, com uma cláusula de rescisão de 60 M€. Wendel, que regressou à titularidade na derrota frente ao Gil Vicente no passado domingo – depois de ter perdido tal condição na sequência do processo disciplinar instaurado por ter ido a um restaurante fora de horas em véspera de jogo –, tendo inclusive feito o único golo dos leões, também é seguido por outros emblemas brasileiros e os russos do CSKA Moscovo, um namoro antigo.

Juiz Rui Rangel expulso por favores a Veiga e Luís Filipe Vieira. A maioria dos vogais que representam o poder político no Conselho Superior da Magistratura (CSM) ausentou-se da reunião, mas não deixaram este órgão disciplinar sem quórum e não o impediram, ontem, de aprovar a demissão do juiz desembargador Rui Rangel e a aposentação compulsiva da sua ex-mulher e também desembargadora, Fátima Galante, por factos apurados num processo-crime que ainda não tem acusação deduzida.

Não teve unanimidade a aprovação das penas disciplinares com base em provas da Operação Lex, onde se investigam eventuais crimes de corrupção e tráfico de influência que visavam o favorecimento, num processo fiscal de mais de um milhão de euros, do presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, entre outros. O líder das águias terá prometido um lugar numa futura universidade do clube, a troco da intervenção de Rangel num processo em curso no tribunal de Sintra. O processo tem 14 arguidos.

Votou contra os castigos o vogal José Cardoso da Costa, designado para o órgão pelo Presidente da República, sendo que outros vogais eleitos pelo poder político (segundo o JN, não foi possível confirmar se todos os oito restantes) se ausentaram da reunião, contaram fontes próximas do Conselho, sugerindo que tais ausências se deveram à discordância quanto ao timing das condenações.

No final da reunião, o CSM emitiu uma breve nota onde afirmou que “as penas disciplinares se referem a factos praticados no exercício de funções conexos com matéria criminal ainda em segredo de justiça”. Por isso, e apesar da autonomia dos processos disciplinares em relação ao criminal, decidiu não divulgar a matéria que sustenta as condenações de ontem.

O facto de os arguidos Rui Rangel e Fátima Galante ainda não terem sido alvo de acusação no processo-crime, e muito menos condenados, já tinha dividido os membros do Conselho na reunião realizada há cerca de três semanas, adiando então uma deliberação.

Ontem, porém, o presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e, por inerência, do Conselho, António Piçarra, fez ver que era preciso tomar uma decisão. “A bem da credibilidade do sistema de justiça e da confiança dos cidadãos, neste caso muito particular, entendeu-se que não se deveria aguardar o desfecho do processo criminal, que contém matéria conexa com o disciplinar”, explicou à Lusa, após a reunião do Conselho.

Resta saber, agora, se as condenações disciplinares vão produzir efeito imediato, afastando Rui Rangel e Fátima Galante de funções no Tribunal da Relação de Lisboa. Estes juízes podem recorrer para o STJ, mas, segundo as informações recolhidas pelo JN, há jurisprudência contraditória sobre se este tipo de recurso tem efeito suspensivo.

Rangel e Galante chegaram a estar suspensos, mas o prazo dessa medida esgotou-se ao fim de nove meses, permitindo que os juízes reassumissem funções na Relação.