FC Porto obrigado a muitas vendas; O trio (inclui um reforço) que está na porta da saída da Luz; Justiça livra o Sporting

O Tribunal da Relação de Lisboa decidiu não pronunciar antigos e atuais dirigentes do Sporting, entre os quais Bruno de Carvalho e Frederico Varandas, pelos crimes de burla e associação criminosa.

Em causa está uma empreitada contratada pelo Sporting à Ferreira Construção. A empresa queixa-se que o clube de Alvalade lhe ficou a dever dinheiro da obra levada a cabo para construir o Pavilhão João Rocha. No total, os empresários reclamam o pagamento de mais de 189 mil euros.

O tribunal de primeira instância já tinha decidido no mesmo sentido, mas a denunciante recorreu para a Relação. A queixa tinha sido apresentada em novembro do ano passado. Agora, os juízes desembargadores dizem que os factos apresentados não configuram os crimes que foram apresentados na queixa: burla e associação criminosa. “O processo penal serve para reconstituir factos integradores de crimes (...) não serve para dirimir conflitos de interpretação de cláusulas contratuais ou divergências sobre o modo de execução dos contratos”, lê-se no acórdão, de 41 páginas, a que o jornal CM teve acesso. Em suma, concluem os desembargadores, não está a suficiência ou insuficiência de indícios, mas “a falta da tipicidade dos factos apresentados no requerimento”.

Para garantir a obra junto ao Estádio de Alvalade, a empresa diz que prestou garantia bancária a favor do Sporting, de mais de 374 mil euros. 

Fejsa, Zivkovic e reforço Caio Lucas na porta de saída. As águias preparam-se para arrumar a casa em janeiro e, pelo menos, três jogadores devem abandonar o clube. São os casos de Fejsa, de Zivkovic e de Caio Lucas, que praticamente não têm sido opção para Bruno Lage. A situação de Zivkovic, que não foi convocado para um único jogo esta época, é a mais complexa de resolver. Com um salário avultado, a SAD tenta negociar o passe para um emblema estrangeiro, mas, até ao momento, não chegaram à Luz propostas concretas. O facto de não ser utilizado não ajuda a uma potencial venda e o seu valor no mercado desceu a pique. Ainda assim, o presidente Luís Filipe Vieira acredita que um bom negócio, para o clube e para o jogador sérvio, de 23 anos, acabará por ser encontrado.

Fejsa está também na porta de saída. Nesta temporada, foi titular em cinco jogos, mas deixou de ser convocado entretanto.

Já o reforço Caio Lucas não convenceu as águias e tem pouco futuro na Luz. No entanto o jogador não parece inclinado a deixar a Luz.

Orçamento de 192M€ obriga a fazer muitas vendas. Reunida ontem à tarde em assembleia-geral de acionistas, no Estádio do Dragão, a SAD do F.C. Porto aprovou com 99,9% de votos a favor os resultados do exercício de 2018/19, em que apresentou um resultado líquido positivo de 9,4 milhões de euros, e ratificou, também com 99,9% de votos favoráveis, o orçamento de exploração para 2019/20, que prevê um lucro de 150 mil euros.

Numa reunião magna em que esteve representado 76,5% do capital social da sociedade, foi atribuído, por unanimidade, um voto de confiança à Administração liderada por Pinto da Costa e aprovados os outros pontos da ordem de trabalhos, ou seja, a proposta de aplicação de resultados que transitam para o exercício seguinte (12,9 milhões de euros) e a declaração sobre a política de remunerações da Administração, que não sofre alterações de princípio em relação aos últimos anos.

No que diz respeito ao orçamento de custos para 2019/20, o JN fez as contas e concluiu que o mesmo será de 192 milhões de euros, correspondentes a 135 milhões de custos operacionais previstos, mais 35 milhões em amortizações e perdas por imparidade com passes e mais 22 milhões em custos e perdas financeiras.

Para chegar aos já referidos 150 mil euros positivos no final do exercício, a SAD portista prevê acumular receitas operacionais de 114 milhões de euros, que incluem 16,7 milhões em prémios da UEFA, mais 78 milhões em proveitos com transações de passes de jogadores, ou seja, em mais-valias de transferências.

Esta previsão obrigará a sociedade azul e branca a vender jogadores até 30 de junho, mas será especialmente difícil de cumprir, tendo em conta que, no verão passado, por exemplo, as transferências de Éder Militão para o Real Madrid e de Felipe para o Atlético de Madrid foram oficializadas por 70 milhões de euros (50+20), mas, segundo o relatório e contas publicado pela SAD portista em outubro, geraram mais valias de apenas 38,6 milhões (28,4+10,2).