08 setembro 2018

SAD do Sporting com prejuízo de 19,9 ME na época 2017/18; Como vai Meirim tratar as toupeiras?; A Ata da Direção do IPDJ que trai Vítor Pataco; FC Porto agenda reunião com Herrera para fechar renovação

Héctor Herrera termina contrato com o FC Porto já em junho do próximo ano, o que significa que, a partir de janeiro, poderá comprometer-se com qualquer outro clube a ‘custo zero’. Um cenário que, no entanto, os campeões nacionais pretendem evitar.
De acordo com o jornal O Jogo, a direção liderada por Pinto da Costa já agendou uma reunião com o internacional mexicano, que terá lugar ainda este mês e que servirá para, de uma vez por todas, fechar o ‘dossiê renovação’.
Depois de perder Iván Marcano e Diego Reyes para, respetivamente, AS Roma e Fenerbahçe, os dragões não pretendem ver mais um jogador partir sem, em contrapartida, receber qualquer compensação financeira.
A diferença entre aquilo que o médio de 28 anos pretende auferir e aquilo que a SAD azul e branco está disponível para oferecer já não é tão grande como chegou a ser, pelo que a renovação é um cenário que começa a ganhar força.
Herrera, recorde-se, foi apontado como alvo do Real Madrid no mercado de transferências agora findado. Acabou por permanecer no Dragão, mas, na última semana, foi associado ao interesse do Tottenham.

As contas vermelhas do Sporting. No dia de eleições, o conselho de administração da SAD do Sporting liderado por Sousa Cintra revela as contas do último ano, terminado em 30 de junho, e o tom é… vermelho. O Sporting apresentou um prejuízo de 19,9 milhões de euros e capitais próprios a afundar, ou seja, um ano de regresso à falência técnica. É a herança de Bruno de Carvalho ao novo presidente.
De acordo com o relatório e contas enviado à CMVM já esta madrugada, precisamente no dia em que há eleições e, portanto, tornando impossível a discussão informação da real situação financeira do clube, o ano de 2017/18 foi muito negativo. Em termos globais, o volume de negócios do Sporting totalizou os 126 milhões de euros, dos quais 34 milhões com venda de jogadores. No ano anterior, a faturação da SAD foi de 173 milhões. E o resultado líquido foi negativo, em quase 20 milhões de euros. O que foi a consequência? A SAD do Sporting está em falência técnica, com os capitais próprios a apresentarem um valor negativo de 13,3 milhões de euros. Uma evolução que a gestão justifica com “o investimento efetuado no plantel”.
Este quadro vem de alguma maneira confirmar o que, por exemplo, foi sendo dito especialmente por um dos candidatos, José Maria Ricciardi, sobre a urgência financeira do clube e da Sociedade anónima até ao final do ano. O candidato da Lista B foi o que pôs a reestruturação financeira do Sporting no primeiro lugar das prioridades, e falou na necessidade, até ao final do ano, de mais de 120 milhões de euros de tesouraria. Depois, um membro do conselho de fiscalização do Sporting também confirmou estes números, mas foi depois desmentido por um comunicado de Sousa Cintra, o presidente do Conselho de administração da SAD que sucedeu a Bruno de Carvalho, destituído em assembleia geral mesmo no fim do ano fiscal dos clubes, antes de 30 de junho.
A saída do… ‘vermelho’ está dependente de dois fatores críticos, como é reconhecido no próprio relatório. E vai estar nas mãos da nova direção e da nova administração do clube e da SAD respetivamente, com um prazo muito apertado. Além da necessidade de garantir a cobertura do défice de tesouraria de exploração, da ordem dos 60 milhões de euros, é preciso concretizar o princípio de acordo realizado com o Novo Banco e o BCP em abril deste ano, e só aqui estão em causa mais de 30 milhões de euros, com a recompra dessa dívida por uma entidade terceira. E é necessário garantir o empréstimo obrigacionista, também de 30 milhões, que vence em novembro.
Ainda assim, e apesar destes resultados económicos e financeiros, e também dos ressaltos desportivos aquém do definido no ano anterior, o que destaca Sousa Cintra no relatório entregue à CMVM e já disponível para os investidores (e para uma leitura dos sócios antes de votarem)?

  • Rescisão unilateral sem justa causa de nove jogadores do plantel principal de futebol
  • Regresso de três jogadores com impacto positivo de 18 milhões de euros no resultado e no ativo intangível – plantel
  • Volume de negócios anual de 126 milhões de euros
  • Resultado líquido negativo de 19,9 milhões de euros
  • Redução do passivo global de 311 milhões para 283 milhões de euros

Como vai Meirim tratar as toupeiras. O processo de inquérito aberto pelo Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) ao Benfica, na sequência das acusações deduzidas pelo Ministério Público, percorrerá o processo normal da justiça desportiva, mas estará muito dependente, nos prazos e conclusões, de prova produzida em tribunal no âmbito do processo de natureza criminal. A Comissão de Instrutores da Liga, a quem compete operacionalizar a decisão do CD, pode convocar testemunhas para dar andamento ao caso, mas dificilmente tirará dessa ação algo de relevante, porque terá de levar em consideração o que for dito e apresentado/ provado em tribunal.
Numa coincidência curiosa, o mais recente relatório de atividades do CD, a que o jornal O Jogo teve acesso, e no qual é feito também um balanço à primeira metade do mandato da atual equipa liderada por José Manuel Meirim, dava conta dessa dependência em casos desta natureza .“As capacidades e meios de investigação das entidades desportivas e das autoridades judiciárias e policiais são profundamente diversas”, lê-se. “Os órgãos disciplinares encontram-se muito limitados na obtenção de prova. Mantendo o exemplo da corrupção, a inexistência de declarações – a afirmação do silêncio – dos eventuais envolvidos, leva a assentar na base de testemunhos – que em infrações deste tipo rareiam – ou em delação”, prossegue o mesmo relatório. O processo criminal tem a hipótese de recorrer a escutas e outros meios, numa “disparidade de meios” que obrigará, por isso, o processo desportivo a manter-se vigilante e em permanente reavaliação. “Deve ser exigido a essas estruturas [responsáveis pelo processo desportivo] um acompanhamento total e permanente do processo criminal de forma a, de acordo com as fases desse processo e as posições do Ministério Público ou do juiz, obter elementos que possam, legalmente, serem carreados e valorizados no processo disciplinar.”
Dito de outra forma, e sempre em articulação com os prazos do segredo de justiça: este processo de inquérito que o CD mandou abrir para averiguar uma eventual contaminação da verdade desportiva em resultado das ações imputadas ao Benfica pode, em abstrato, demorar uma eternidade a ter um desfecho.
Dificilmente se verificará neste caso mais recente que envolve o Benfica a celeridade processual que tem sido uma das bandeiras do atual CD, o qual se orgulha de, nas duas épocas desportivas que decorreram sob a sua alçada, ter encurtado os prazos de decisão. Orgulha-se ainda de uma maior proatividade na vigilância do cumprimento das leis, expressa num aumento significativo dos processos instaurados nas duas temporadas já fechadas (2016/17 e 2017/18). Por comparação com o ano anterior à entrada em funções deste CD, houve, só no futebol profissional, e logo na primeira temporada, um aumento de 60% no número de processos disciplinares instaurados, percentagem que subiu para 79% na época seguinte, isto ainda em comparação com a temporada que precedeu a entrada em funções de Meirim, que se intitula neste relatório de “polícia sinaleiro” à frente de uma equipa que, lê-se, tem estado “à altura das novas regras de trânsito”.
Com este CD em funções, o número de processos disciplinares cresceu (60% só no primeiro ano e 79% no ano seguinte, por comparação com a época que precedeu a entrada em funções). Meirim é o único da equipa a tempo inteiro.

Ata a da reunião do Conselho Diretivo de 5 de maio de 2017. O PSD requereu a audição parlamentar do ex-presidente do IPDJ, Augusto Baganha, devido às declarações “de extrema gravidade” que proferiu sobre o funcionamento do organismo e situações de ingerência nos processos de decisão. Os sociais-democratas pretendem ver esclarecidas as afirmações de Baganha acerca de “motivações partidárias para a cessão do respetivo mandato (...), pressões por parte do senhor secretário de Estado” e ainda “o favorecimento de organizações desportivas, no âmbito de diversos processos”.
A ata da 11ª reunião do Conselho Diretivo do IPDJ, de 5 de maio de 2017 e à qual o jornal Record teve acesso, confirma que Baganha “propôs ao CD a avocação da competência do senhor vice-presidente [n.d.r.: Vítor Pataco] relativa ao processo” do Regulamento de Segurança e Utilização dos Espaços de Acesso ao Público do Benfica para dar, assim, seguimento à orientação do secretário de Estado. Na referida ata, lê-se que Vítor Pataco recusou assinar a notificação ao Benfica, por a sua competência não ser clara nesta matéria. A vogal Lídia Praça discordou, defendendo que o processo deveria ser assumido pelo membro do CD com o pelouro das infraestruturas, no caso Pataco. Entretanto, este reagiu à divulgação da ata. “Perante esta circunstância, e enquanto visado, tenho o dever de esclarecer que os excertos divulgados fora da globalidade da ata induzem a interpretações que alteram a verdade dos factos, os quais serão esclarecidos em sede própria”.

6 comentários:

  1. http://oindefectivel.blogspot.com/2018/09/surreal.html

    como é demonstardo neste video o amadorismo e o portismo de quem acusa o Benfica é surreal- quem vai pagar é o Estado.

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  2. Segundo se soube hoje, alguns processos que acusam o Benfica de "espiar", foram espiados por sete jornalistas mais de 15 dias antes da "toupeira" do Benfica.

    Eles só querem manchar o nome, o processo é uma anedota. Não encontrraram provas de corrupção em mais de 10 anos de correspondência de TODA a estrutura do Benfica, tiveram que inventar..mal e porcamente, como se irá provar cabalmente, mas o maior mal está feito.

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    1. Não apenas isso, a grande maioria dos processos já não estavam em segredo de justiça. alguns já tinham sido arquivados e estavam todos com acesso a toda a gente. A acusação vai cair pela força da incompetência e da sanha persecutória do procurador.

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  3. É só especialistas em direito, todos eles independentes, todos eles com muito conhecimento do diz que disse. Se fosse lampiurso estaría tranquilo, se fosse benfiquista estaria preocupado.

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  4. 4 milhões pelo Marega (28 anos), 5 milhões pelo casilas (36), 4 milhões pelo Maxi (35), e agora o herrera (28) vai pedir 4 ou 5 milhões. Este lar de idosos instransferiveis vai levar à extinsão dos dinossauros

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  5. Agora que a crise do sporting está preste a virar para uma nova página pode concluir-se que a crise no fim de tudo levou a que o Leão (rafael) abandonasse o sporting. Tocaram no fundo.

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