Paulo Gonçalves divide a SAD do Benfica; "Ficou impressionado com o Benfica. É um dos nossos favoritos"; Paços repudia acusações de Boaventura sobre negócios com FC Porto

O Paços de Ferreira negou veementemente as acusações publicadas, esta quinta-feira, por César Boaventura na sua página na rede social Facebook.

O empresário havia garantido que “Héctor Quiñones será jogador em definitivo do Paços de Ferreira a partir da próxima época”, sendo que, do FC Porto, chegariam, ao clube, “mais dois jogadores” a título de “empréstimo”.

Isto, recorde-se, a poucos dias do encontro entre castores e dragões, para a 25.ª jornada do campeonato nacional. César Boaventura acabou, no entanto, por apagar a publicação.

Numa curta nota, o emblema da Mata Real “repudia e lamenta toda e qualquer tentativa que, pela sua falsidade, irresponsabilidade e má fé, possa afetar valores dos quais este clube não abdica em caso algum”.

“Por via disso, apela para que todos aqueles que possam ter responsabilidades no fenómeno desportivo, ajam com a dignidade que o futebol merece”, remata o comunicado.

O Benfica está atento aos passos de Javairô Dilrosun, extremo holandês de apenas 19 anos que representa o Manchester City. O Benfica não é o único emblema que tenta desviar o jogador cujo contrato expira no final da época, mas o histórico de lançamento e vendas de jovens é mais um bónus que potencia a escolha.

O empresário do jovem confirmou, ao jornal O Jogo, o interesse dos encarnados na contratação e diz que Dilrosun ficou impressionado com a Luz.

Khalid Sinouh revela que acompanhou o jogador "na viagem a Lisboa, no último fim de semana, que permitiu a Dilrosun conhecer o centro de estágio do clube e ainda assistir ao jogo com o Marítimo". Mas não só: "Viu o jogo, ficou impressionado com o ambiente, com tudo o que viu no Seixal. Quem vê estas coisas só pode ficar interessado", lembrando de seguida que apesar de existirem mais interessados o Benfica é um dos favoritos.

"Nos últimos anos, o Benfica vendeu bons jogadores por muito dinheiro, é um clube que dá oportunidades aos jovens e depois vende-os a grandes clubes. É uma boa estratégia e é por isso que o Benfica é um dos nossos favoritos", disse o agente ao jornal O Jogo.

"Não discutimos se é para começar na equipa B, mas não me parece que seja essa a intenção. O mais importante é ter a possibilidade de treinar diariamente com a equipa principal, o que lhe permitirá provar o seu valor, até porque ainda é novo, e mostrar-se ao treinador".

A continuidade de Paulo Gonçalves, assessor jurídico da Benfica, SAD, em funções está, segundo apurou O Jogo, a causar uma divisão entre os responsáveis da sociedade encarnada, divergências que se estendem também aos órgãos sociais do clube. Se há dirigentes benfiquistas que entendem que o braço direito de Luís Filipe Vieira tem condições para continuar a desempenhar o seu cargo, optando por esperar pelo desenrolar do processo e-Toupeira e pelas suas consequências, há também quem veja como insustentável a permanência do advogado nos quadros da sociedade anónima das águias, considerando que esta situação é danosa para a imagem não só da SAD como também do clube e dos próprios profissionais que trabalham no Benfica. Aliás, sem apontar diretamente a Paulo Gonçalves, mas sublinhando que a SAD desconhece práticas ilícitas, Nuno Gaioso já tinha reconhecido na quarta-feira, em declarações à SIC Notícias, que “estes processos afetam a marca” encarnada, reforçando mesmo: “A nossa reputação pessoal e profissional é afetada.” Ontem, à margem da apresentação da equipa de futebol feminino, Fernando Tavares, vice-presidente do clube – também ele arguido, mas na operação Lex –, desvalorizou a situação, garantindo apenas que “o Benfica vive um estado de normalidade e tranquilidade”.

No dia seguinte a ter sido libertado, ainda que proibido de contactar os restantes quatro arguidos – fruto de ter sido indiciado por um crime de corrupção ativa e quatro de violação do segredo de justiça, em coautoria com o técnico de informática José Nogueira da Silva, o qual terá subornado para ter informações sobre diversos processos a decorrer –, Paulo Gonçalves não se deslocou ao Estádio da Luz para trabalhar, ainda que não esteja impedido de tal, pois a juíza Cláudia Pina não acedeu à pretensão do Ministério Público, que pretendia ver o assessor jurídico proibido de ir à Luz.