"Não entendo as voltas (“olímpicas”) de agradecimento dos dirigentes quando ganhamos e as fugas do campo quando perdemos"

"O nosso Sporting tem com a classificação um complexo natalício que, infelizmente, já é tradição", começou por escrever Rui Barreiro, Conselheiro Leonino, no seu artigo no jornal O Jogo. Depois gastou várias linhas deixando farpas para dentro da estrutura do emblema de Alvalade. 

"Não entendo as voltas (“olímpicas”) de agradecimento dos dirigentes quando ganhamos e as fugas do campo quando perdemos. Os sócios e adeptos do Sporting merecem sempre o aplauso pela sua dedicação e pelo acompanhamento da equipa dentro e fora de casa. Deixemos aos artistas da bola o palco que deve ser deles. Os lenços brancos de Alvalade não serão só para Jorge Jesus. Não sou dos que defendem a saída de Jorge Jesus, antes pelo contrário, acho que deve ser feito o esforço necessário para que consiga preocupar-se apenas com o rendimento da equipa. Os recentes desaires acabam sempre por provocar alguns culpados, ou pelo menos a procura desses supostos culpados. Não costumo nem gosto de falar de arbitragens e, mesmo quando acho que o Sporting é prejudicado, não faço apreciações aos erros de arbitragem. Na verdade, durante um jogo todos erram e é, muitas vezes, dos erros de uns que nascem os golos de outros. Treinadores e jogadores erram, mas, como sempre, o clubismo perdoa rapidamente esses lapsos. Já os árbitros não podem errar, apesar de ser da natureza humana o erro. Para dirigentes e treinadores, dá jeito chamar esses erros, os que existem e os que não existem, para camuflar os seus. Remeter exclusivamente para os árbitros a actual situação do Sporting só pode ser para enganar alguns. Quando se escolhe reforços que acabam por não jogar ou que quando jogam demonstram não ser reforços, o que se pode dizer? E quando se mexe mal na equipa porque não se assume o erro? Ou se se está convencido de que as opções tomadas foram as corretas e que falta tempo de trabalho conjunto a alguns dos reforços, por que razão não se assume frontalmente essa questão? Não assumir os erros próprios pode não ajudar a reconhecer o que de menos bom se fez e a modificar o que deve ser corrigido", escreveu.