Agora é oficial. Kelvin regressa para ficar ao FC Porto; Dragões ao ataque. "Erros dos árbitros custam a liderança". "O Benfica só falou de arbitragem duas vezes porquê? Não ganharam"

Agora é Oficial: o regresso do herói do último título (2012/13) é uma realidade. Kelvin terminou o período de empréstimo ao São Paulo e está de regresso ao FC Porto. Para ficar. O extremo brasileiro vai integrar o plantel às ordens de Nuno Espírito Santo a partir de janeiro, tendo por isso lugar reservado no grupo que vai atacar a segunda metade da temporada. 

Kelvin foi emprestado ao Palmeiras em abril de 2015, seguindo-se novo empréstimo ao São Paulo em janeiro de 2016. Mais de um ano e meio depois, está de volta ao FC Porto.

Sobre o tema o diretor-geral dos dragões, Luís Gonçalves, diz acreditar que Kelvin será uma boa opção para render Brahimi que está a caminho da CAN. Sobre Luís Adriano e Memphis Depay trata-se de especulação.

"O Kelvin vai regressar, em janeiro esta cá. Penso que a 1 de fevereiro também estará. Aliás, o presidente já o disse: ele vem para ficar cá. Se outros podem regressar? Em princípio, não. O Kelvin é o único. Podia ter outro empréstimo ou ser vendido, mas é a situação... O Otávio está a recuperar de lesão, o Brahimi vai estar fora. O Kelvin pode ser uma boa solução. Está ligado a êxitos do FC Porto e as pessoas não se esqueceram. E evoluiu, vem de jogar. Luís Adriano e Memphis Depay se podem ser reforços? Não há nenhuma lista de reforços. Achamos que o plantel é bom e preenche as necessidades. Se, por qualquer razão, for preciso colmatar alguma lacuna, então veremos. Nesta altura, qualquer nome é especulação, por muito interessantes que esses dois jogadores possam ser. E eu até conheço bem o Luís Adriano, que jogou no Shakhtar", disse Luís Gonçalves a O Jogo.

"Erros dos árbitros custam a liderança". Novo ataque feroz do FC Porto, agora pelo diretor-geral. Porque é que o Benfica só se queixou duas vezes é o que Luís Gonçalves quer saber. O número 2 da estrutura do futebol não quer passar das marcas, porque já levou um mês de castigo e os regulamentos são suficientemente penalizadores. Mas acha que há um clube claramente beneficiado.

Talvez efeito do Apito Dourado, processo que, acredita, pode condicionar muita gente, certo é que o diretor-geral não vê que a onda de erros possa terminar. A subjetividade foi assumida por um anterior árbitro e é isso que mais o preocupa.

"Não vou estar sempre a falar de arbitragem, porque os regulamentos deixam pouco espaço para os dirigentes expressarem as suas opiniões. O que posso é dizer o mesmo que todas as pessoas sérias: houve erros muito importantes em vários jogos do FC Porto e alguns deles tiveram influência direta no desfecho de jogos. Num deles, até ficámos fora de uma competição [Taça de Portugal] extremamente importante para quem não ganha nada há três anos. Sentimos que fomos empurrados para fora. E, pelos vistos, os erros continuam, não vão acabar. O que é estranho é que aconteçam muitas vezes contra nós", começou por dizer o diretor-geral dos dragões em entrevista a O Jogo.

"O que é que o FC Porto pode fazer relativamente a isso? Sabemos que os árbitros erram e acreditamos que fazem tudo para não errar. Sabemos também que o CA e a APAF estão conscientes de que há muito para melhorar e para credibilizar a arbitragem. Isso não nos vai devolver os pontos que perdemos, mas permite antever que há vontade de retificar. Não queremos criar um clima de instabilidade e temos a convicção de que os árbitros são parte deste negócio. Assim, temos de envolvê-los para que se sintam uma peça-chave do futebol. O FC Porto não se desculpa com erros alheios e não concorda com quem o faz constantemente, mas não pode deixar de sinalizar os momentos que são inaceitáveis. Os treinadores e os jogadores são criticados, os árbitros também devem aceitar sê-lo, desde que não se ultrapasse o limite, nem se ponha em causa a sua seriedade", acrescentou sendo de seguida muito direto quando foi-lhe perguntado: o FC Porto não é líder por causa das arbitragens? "Não tenho a mínima dúvida. Os erros que aconteceram e nos penalizaram... basta ver a liga do Rui Santos [no programa “Tempo Extra”, da SIC] ou as análises do painel de ex-árbitros de O JOGO."

"Se o Apito Dourado criou constrangimento interno nas questões da arbitragem? Acho que não. O Apito Dourado não nos condiciona, mas condiciona muita gente", disse ainda partindo de seguida para novo ataque. "O que acho é que não podemos continuar calados: quando somos injustiçados, temos de o dizer. Se os outros o dizem... Qual é a diferença? Só vejo uma: há outro clube que quando os árbitros erram contra eles, é um roubo; quando é com o FC Porto, é um engano. Se há um clube beneficiado e o FC Porto é prejudicado? Claramente, os dados estão à vista. A comunicação social tem sido a nossa maior aliada nesse aspeto", acrescentou apontando depois para as queixas do Benfica quando não ganha.

"Se noutras épocas, os árbitros foram mais simpáticos para o FC Porto? Não é serem mais simpáticos. Mas não havia tantos erros contra o Porto. Todos falam, não é só o FC Porto. O Benfica só falou duas vezes porquê? Falou no primeiro jogo. Lembram-se do que aconteceu no camarote da Luz? O que aconteceu? Não ganharam, pois não? E depois, na Madeira, também falaram. E ganharam? É estranho, não é?", terminou.