Negócio Horta prestes a cair. Benfica procura alternativas; E o reforço do Sporting é...Jovane. Poderá até renovar; O jogo de paciência e os alvos (dois deles a cair) no Dragão

As tentativas do FC Porto oferecer a Sérgio Conceição o tão desejado box-to-box ainda não se esgotaram, mas a pouca vontade de alguns clubes e a intransigência de outros em relação ao preço exigido para vender o seu ativo têm adiado a concretização de um negócio. Como Pinto da Costa deixou bem claro depois de ter pago 20 M€ ao Braga por David Carmo, a SAD azul e branca não estava na disposição de “dar 10 M€ por qualquer indivíduo” e desde então tem tentado jogar com o tempo em alguns processos. Em paralelo, os seus responsáveis vão olhando para algumas alternativas, quanto mais não seja pela quantidade de sugestões que lhes vão sendo apresentadas por empresários interessados em colocar jogadores num patamar elevado. Contudo, com um clássico tão importante para disputar pela frente, uma tomada de decisão foi adiada para a semana seguinte.

Da lista de jogadores identificados como potenciais reforços, Matías Zaracho é um negócio que muito dificilmente voltará à agenda, garante o jornal O Jogo. A eliminação do Atlético Mineiro da Taça Libertadores não alterou minimamente o desejo de o manter, pelo menos, até ao final do ano. Como se esse motivo não fosse entrave suficiente, os brasileiros ainda colocaram o preço do argentino nos 20 M€, cujo passe partilham com o Racing. É no clube de Avellaneda, aliás, que alinha Alcaraz, outro dos alvos referenciados. Nas abordagens iniciais, os portistas ficaram logo a perceber que não seria uma operação fácil, uma vez que o Milan já teria visto recusada uma oferta de 12 M€ pelo jogador de 19 anos.

André Almeida, que está no radar dos portistas desde a última época, foi outro médio que motivou conversas informais, durante as quais foi colocada a hipótese de o FC Porto oferecer 4,5 M€ ao V. Guimarães. Para tornar o negócio mais atrativo, até admitiam ceder Romário Baró, que ainda aguarda para resolver a sua situação. No entanto, os vimaranenses não estão interessados na inclusão de jogadores e vão apontando para uma verba na casa dos 9 M€, por agora considerada exagerada no Dragão.

E o reforço do Sporting é...Jovane. Rúben Amorim reabriu as portas a Jovane Cabral no passado sábado, após a vitória com o Rio Ave (3-0), e o jogador não hesitou em aproveitar a oportunidade que lhe foi concedida. O extremo voltou a treinar ontem com o plantel principal, e é assim mais uma opção para o jogo com o FC Porto, amanhã, no Estádio do Dragão.

Os últimos meses foram complicados para Jovane, de 24 anos, que em janeiro rumou a Itália para poder jogar com maior regularidade. Na Lazio acabou por só contabilizar 4 jogos e 1 golo, e regressou a Alcochete onde voltou a manifestar o desejo de sair para poder somar mais minutos de competição. No defeso surgiram vários clubes interessados em recebê-lo, destacando-se o Sp. Braga, o Besiktas, o Olympiacos, o Burnley e, recentemente, o Valladolid, mas a saída nunca foi desbloqueada por falta de entendimento entre os clubes, ou pela vontade do próprio jogador. Enquanto o internacional cabo-verdiano ia treinando na equipa B, em conjunto com os outros elementos que não entravam nas contas da equipa técnica, a sua situação mudou radicalmente.

O atacante termina contrato no final da presente temporada, e é neste momento o único jogador oriundo da formação que não assinou um vínculo durante o consulado de Frederico Varandas. O jogador viu o seu contrato melhorado ainda com a já extinta Comissão de Gestão presidida, na SAD, por Sousa Cintra, mas continua a receber um salário anual abaixo dos 200 mil euros líquidos. Entretanto foram realizadas várias reuniões entre as partes para acertarem um novo acordo, mas todas se revelaram infrutíferas... até à data.

Negócio Horta prestes a cair. Benfica procura alternativas. Ricardo Horta está prestes a ser um processo rasgado, pelo que na secretária do Benfica já são estudadas alternativas, segundo o Record. Depois de avanços e recuos neste dossiê, a SAD encarnada entende que não há condições para contratar o jogador do Sp. Braga e, não existindo um volte-face no fim de semana, irá avançar para um substituto.

O imbróglio que envolve também o Málaga tem-se arrastado e o emblema da Luz considera que fez o que estava ao seu alcance para garantir o reforço. O Sp. Braga bate o pé pelos 15 milhões de euros, ao passo que o clube da Andaluzia reclama os 5,8 M€ que diz ter direito - valor que os arsenalistas querem que sejam as águias a desembolsar. Na tentativa de salvar o negócio, Rui Pedro Braz e Carlos Gonçalves, empresário de Ricardo Horta, viajaram até ao país vizinho. As partes sentaram-se à mesa na quarta-feira mas da reunião não resultou qualquer entendimento. Aliás, se o ponto de situação já não era o mais entusiasmante para o Benfica, então piorou: António Salvador, presidente dos bracarenses, ficou desagradado com a interferência, uma vez mais, dos encarnados e a visita do diretor-desportivo a Espanha poderá ter comprometido em definitivo o negócio. Quem também estará pelos cabelos com toda a situação é o próprio jogador, de 27 anos. Assistindo ao desenrolar das negociações, Ricardo Horta, que estaria empolgado com a possibilidade de vestir de águia ao peito, tenciona mesmo avançar com uma queixa à UEFA. Caso a sua transferência para a Luz não se efetue, o internacional português irá participar ao órgão máximo do futebol mundial de maneira a ser indemnizado pelo Málaga e pelo fundo de investimento que detém parte do seu passe. É que o avançado entende que terá de ser ressarcido, já que o contrato que poderá vir a ter no Benfica será financeiramente melhor do que aquele que o liga ao emblema minhoto. Os espanhóis, contudo, não se amedrontam e não irão ceder perante tal ameaça. Despreocupado, o Málaga tem já o orçamento para a próxima temporada fechado, pelo que qualquer valor que conseguisse encaixar serviria, neste momento, para abater dívidas. Importa referir que, nas entrelinhas do negócio que levou Horta para Braga, esteve um outro nome.

Quando o português regressou ao nosso país, em 2014, Juankar tomou o sentido inverso rumo a Málaga. Ficou acordado que cada um dos clubes passaria a deter 33 por cento do passe de cada um dos jogadores por si transferido. Em caso de recusa de uma futura venda, então essa percentagem teria de ser comprada ao antigo emblema. É precisamente aí que estará o busílis da questão.

Horta foi, desde o começo deste mercado de transferências, um dos alvos mais apetecidos pelo Benfica. As águias já arregaçam as mangas por uma alternativa.