"Já cá não estarei para ver o Sporting ultrapassar o Benfica nos títulos"; Sevilha ainda pondera 'ataque' ao Dragão; "Barça-Benfica? Terei o coração dividido"

Cresce a expectativa dos sportinguistas em relação à questão do número oficial de títulos de campeão nacional reconhecidos pela Federação Portuguesa de Futebol. O tema vai-se arrastando ao longo dos anos mas Fernando Gomes, líder da FPF, já admitiu que gostaria que o tema ficasse resolvido o quanto antes.
Até lá, em Alvalade vai-se defendendo a lógica de que o leão já foi campeão em 23 ocasiões, quando oficialmente, pelo menos para já, a FPF reconhece 19 títulos de campeão. Certo é que o tema, que começou a ganhar dimensão no mandato de Bruno de Carvalho, está na FPF para ser avaliado e nos próximos meses é esperada uma decisão.Diamantino Miranda, antigo jogador internacional português, rejeitou a ideia de que, enquanto benfiquista, lhe incomode o facto de o Sporting ter a possibilidade de passar a ter no seu palmarés 23 títulos de campeão nacional português e ficar assim mais próximo do Benfica, que contabiliza 37 campeonatos nacionais conquistados.
"A mim não. Não me causa prurido absolutamente nenhum. Brincando com esta situação, mesmo assim, já não estarei cá com certeza absoluta para ver o Sporting ultrapassar o Benfica nos títulos. Não me causa prurido absolutamente nenhum", insistiu Diamantino Miranda, lembrando que, se for dada razão aos historiadores do Sporting, também outros emblemas, como o FC Porto, vão ter reconhecimento de provas conquistadas.
"E o Carvalelinhos, o Olhanense, o Belenenses e por aí fora", disse Diamantino Miranda, em declarações na CMTV, acabando por se prolongar sobre o "caricato" que a situação levanta, a seu ver.
"Não sei se será legal ou não será legal, se é justo, se não é justo, não vou entrar por aí. Vou entrar pelo lado caricato. Este Campeonato de Portugal começou em 1921/22, duas equipas jogaram uma final, um jogo. Quem foi o terceiro classificado? O quarto? O quinto? E nos anos seguintes quem foram? Houve o caso de equipas que fizeram um jogo num ano."
"No caso do Sporting-FC Porto acho que o Sporting ganhou o primeiro campeonato. Ganha 2-0 em Alvalade e perde 2-1 no Porto e depois houve um terceiro jogo com prolongamento. Um Campeonato Nacional com prolongamentos? Isto é para as pessoas perceberem. Quem não está muito atento é capaz de achar que é um campeonato como hoje se joga. Não eram. Jogávam duas equipas num ano, mais três ou quatro no ano seguinte. Faziam oitavos de final, quartos de final onde nem entravam todas as equipas."
Diamantino Miranda insistiu que não iria debater a legalidade ou não do Sporting em querer que lhe sejam reconhecidos 23 títulos. "Eu não estou a dizer que não é justo. É caricato".
Para concluir este tema, o antigo internacional português fez ainda referência ao troféu que foi entregue, na altura, pela Federação Portuguesa de Futebol. "Há um facto curioso não sei se interessa. A Taça desse campeonato é precisamente igual à Taça de Portugal de hoje. Vale o que vale".

"Barça-Benfica? Terei o coração dividido". Aos 39 anos, o argentino Javier Saviola continua a manter uma forma física invejável, como se estivesse ainda preparado para entrar em campo a qualquer momento. Não tendo deixado os relvados assim há tanto tempo — pendurou as botas para os palcos ao mais alto nível no River Plate em 2016, apesar de depois ainda ter feito alguns jogos como treinador/jogador do Ordiño, de Andorra — sente, por isso, ainda falta do ambiente que rodeia os grandes jogos. Como o de hoje em Barcelona, que opõe dois emblemas nos quais jogou ao mais alto nível. «Vou tentar ir ao estádio, gosto da ansiedade que provoca nas pessoas um jogo que coloca frente a frente dois emblemas históricos da Europa», atira.

Saviola entrou no futebol europeu pela porta do Barcelona, que o comprou jovem ao River Plate a troco de astronómicos, para a altura, em 2001, €39,5 milhões. Oito anos mais tarde chegou, de surpresa, à Luz deixando para trás o Real Madrid, coincidindo com o início da era Jorge Jesus no Benfica. O argentino que mora em Andorra mas volta e meia está por Barcelona é, por isso, o homem indicado para falar sobre as emoções que rodeiam a partida de hoje em Camp Nou.

«Digo sem rodeios que terei o coração dividido. Ambos os clubes me deram muito, os seus adeptos sempre me incentivaram muito, senti-me respeitado e querido tanto no Barcelona como depois no Benfica. E sei que saí valorizado de ambos. Assim verei o jogo tranquilamente sem ter o coração a bater apenas para um lado... vou desfrutar do jogo apenas. Foi um privilégio para mim ter representado ambos ao mais alto nível, clubes com uma história enorme. Desfrutei muito, tive oportunidade de jogar com nomes grandíssimos do mundo do futebol e de ter ajudado a conquistar alguns dos muitos títulos que ambos os emblemas têm no seu historial. E sinceramente senti-me sempre muito querido em ambos», fez questão de salientar, ele que não esconde que este é jogo que pode ser decisivo na fase de grupos da Champions tanto para Barcelona como para o Benfica. «Estão numa situação em que precisam de vencer. O Barça num momento difícil de mudança de treinador e com vários problemas de algum tempo a esta parte. Precisa de uma boa vitória para voltar a estar na máxima força e de certeza que a mudança de treinador, agora com Xavi, dará esse otimismo e essa ilusão. Mas o Benfica, com Jesus e com os grandes jogadores que a equipa tem, de certeza dificultará muito a vida e tentará também ganhar. E isso leva a que seja um grande jogo, porque ambas necessitam e querem ganhar», partilha.

Saviola jogou com Xavi no Barça e trabalhou com Jesus no emblema encarnado. Está, por isso, habilitado a falar aquilo que ambos podem influenciar no jogo de hoje.

«Xavi foi e é uma pessoa importante para mim e para a minha carreira. Ele, e a sua família, abriram-me as portas de casa quando cheguei a Barcelona. Ajudou-me muito na minha adaptação ao clube, ao balneário, à cidade. Xavi conhece muito bem o clube onde está, conhece demasiado e isso para o Barça pode ser positivo. Além disso é jovem e ambicioso e isso pode jogar a favor dele. Quanto a Jorge Jesus, não tenho dúvidas de que foi um dos melhores treinadores que encontrei na carreira. Desfrutei muito daquela etapa no Benfica, onde fui muito feliz, a jogar bom futebol e onde encontrei adeptos fantásticos. Tenho grandes e boas recordações de Jorge Jesus, sempre me senti muito bem na equipa, deu-me muita importância numa equipa que tinha Aimar, Di María, David Luiz, Luisão, Cardozo... jogadores espetaculares que formaram uma equipa fantástica que jogou muito bom futebol, comandada por um grande treinador. Hoje tem também uma muito boa equipa e tem ambição de ganhar. O Benfica surpreendeu no jogo em Lisboa e creio que pode voltar hoje a tentar a sua sorte.»

Sevilha ainda pondera 'ataque' ao Dragão. Tecatito Corona esteve perto de rumar ao Sevilha no mercado de verão e o interesse da equipa espanhol não se terá esfumado. Da Imprensa local chegam notícias de que o emblema andaluz, orientado por Julen Lopetegui, pondera avançar em janeiro, quando o mexicano já estará livre para negociar com qualquer clube, uma vez que termina a ligação aos dragões em junho. A proposta passará por um contrato de três anos, mas há outros clubes atentos à situação do jogador, que perdeu muito espaço nas opções de Sérgio Conceição.